Vanitas On:
Havíamos acabado de chegar na casa de Noé, e, o mesmo, estava até mais "alegre" que o seu habitual.
Era legal ver esse outro lado dele, era... único. De alguma forma.
Já estávamos na frente da porta de entrada. Noé já ia começar a abria-la.
– Eai, Noezito~. – ele se vira pra mim com uma cara cansada já esperando o que eu ia falar – Você podia me fazer uma comidinha, neah?~
– Você continua um folgado de merda.
– Que grosseria comigo. – meu rosto muda para um semblante triste, para fazer ele se sentir culpado.
– Se quer comer faça você mesmo. E tira essa cara de sapo murcho.
– E você continua um grosso de merda. – cruzo os braços me recusando a entrar.
Noé já devia estar bem bravo. Por que assim que eu comecei meu drama, ele me puxa com uma certa força para dentro.
Nós acabamos nos desequilibrando, e caindo no sofá. Em... bom... uma posição um tanto quanto... constrangedora. Até pra mim.
Havia caído com em cima dele. Suas mãos estavam em roda do meu corpo, em um tipo de abraço, já as minhas estavam sob seu peito.
Eu sentia como se o tempo tivesse parado. E só haviamos nós no mundo. Conseguia ouvir tanto meus batimentos cardíacos quanto os dele.
Conseguia sentir sua respiração falhando. E seus rosto... começando a ficar com um tom avermelhado.Eu não estava diferente. Borboletas dançavam no meu estômago. Eu me sentia... bem?
Minha mente estava em branco. E sem pensar, começo a me aproximar meu rosto ao de Noé.
Me sentia tonto. E não conseguia mais raciocinar oque estava fazendo. Meu coração estava a mil. E minha mente fechada.
Quando estava prestes a selar nossos lábios, o silêncio, que permanecia por um tempo, foi quebrado.
– Va... Vanitas...?~ – Noé diz com um semblante confuso
Quando escuto isso saio do transe. E vejo a situação que nos encontramos. Nós caídos no sofá, eu encima de Noé tentando fazer o impensável e Noé tentando entender aquilo.
– E-eu... – tento pensar em uma solução para aquela situação – VOU MIJAR!!!
Sem demora saio de cima dele e corro subindo as escadas, para o andar de cima, tentando achar algum lugar pra eu enterra minha cara.
Entro no primeiro quarto que vejo, e para minha sorte, era o banheiro.
Fecho a porta e escorrego devagar na mesma, até me sentar no chão frio. Encolho minhas pernas para perto do meu peito. Cubro minha boca para tentar abafar meu choro.
Logo as lágrimas começam a brotar. E uma dor vai surgindo no meu peito e subindo para minha garganta. Uma ansiedade que eu não conseguia controlar. Aquela sensação de medo, tristeza e raiva de mim mesmo, me arranhava por dentro
– MERDA! Por quê? por quê? por quê?! E-eu quase te... beijei. – falava para mim o mais baixo que podia – Por eu faço coisas entranhas com as pessoas?!
Me encolhi mais do já estava, deitando para o lado, e ficando em posição fetal.
Eu sabia... sabia que as coisas iam acabar assim. Sempre acabam. Mas mesmo assim... eu fiquei ao seu lado. Com uma esperança de que fosse diferente.
– Você deve me odiar, Noé... Hahahahah – falo em meio aos meus soluços
Noé On:
"Mijar"... MIJAR?! Aquele babaca cai em cima de mim, fica parecendo um bêbado me encarando e, em vez de se desculpar ele fala que vai mijar?!?!
Estou farto disso. Melhor eu fazer algo pra esse idiota comer e ir logo dormir.
[...]
Assim que volto da cozinha com dois sanduíches de frango, encontro Vanitas descendo as escadas. Ele estava com um olhar cansado e parecia chateado...?
Não deve ser algo da minha conta de qualquer forma. E é melhor eu ir me preparando pra ele dormir aqui hoje. Do jeito que as coisas são para ele, não me surpreenderia.
– Noé... – ele fala fitando o chão da sala
– Sim.
– Eu... – ele fica em silêncio por alguns segundos – Minha presença te incomoda?
Hã?! Como assim?! Esse idiota tá falando sério? Não que ele não seja irritante... mas não acho ele um total incomodo. Não mais.
– É claro que não! Do que cê tá falando?!
– É que eu... Ah, deixa pra lá. – ele olha para cima e vê o lanche sob a mesa, mudando totalmente de humor – Ui ui você fez um sanduíche pra mim, hum~?
Sem demora ele pega o pão se sentando no sofá e começando a come-lo.
Óbvio que alguma coisa estava errada. Mas sentia que ele não ia me falar nada mesmo o perguntando. Talvez seja melhor deixar pra lá. Já devia ter me acostumado com esse jeito dele.
Me sento junto a ele para comer também. Mas sentia um desconforto vindo do lado de Vanitas, que já estava começando a passar para mim.
– Quando terminarmos de comer já vamos tomar banho e dormir. – falo tentando aliviar a tensão que habitava entre nós
– Hum hum – ele concordo com a boca cheia
Era realmente estranho. O jeito dele havia mudado derrepente, talvez ele só estava cansado.
Assim que terminamos de comer, arrumamos a cozinha em silêncio.
Dei uma muda de roupas pra Vanitas. Já que aquela capa já estava fedendo. E enquanto ele foi para o banho, eu, estava arrumando um espaço no meu quarto para ele dormir.
Um tempo depois já estavamos no quarto. Nós dois de banho tomado e, mais uma vez, jogando conversa fora. O clima tinha até dado uma melhorada.
Estavamos conversando sobre qual dos filmes da DreamWorks era o melhor. Até o Vanitas voltar aquele estado deprimente.
– Noé. – aceno com a cabeça para ele continuar – acho que você não precisa mais de mim. – ele termina a frase com um olhar direcionado para o chão
– HÃ?! Para de ser idiota!
– É verdade... eu já te fiz sorrir. E no final só te causei desconforto – ele vira de costas tentando esconder algo
Sem dar uma resposta vou para perto dele, e puxo seu ombro, afim de dar um sermão para ele parar já com aquilo.
E de todas as reações que eu podia ter visto, aquela foi a que mais me machucou. Ele estava dando um sorriso fraco, com lágrimas escorrendo dos olhos até as bochechas.
– Va... Vanitas...?
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Você me fez Sorrir | Vanoé
RomanceNoé Archviste, um jovem que vive com seu avô por ter perdido seus pais quando mais novo, tem suas noites assombradas pelas memórias do incidente de suas mortes. Até o dia que, Vanitas, um garoto com uma personalidade sarcástica e um senso de humor u...