5. 𝐹𝑖𝑣𝑒

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Noé On:
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Eu sabia. Sabia que ele não queria só a minha ajuda. Ele estava me espionando, e me sequestrou de uma forma sútil. E, agora vai pedir dinheiro para meu avô como forma de resgate.

Eu não estava errado em desconfiar dele. Mas eu tive que abaixar minha guarda com o papinho de me alegrar. Agora estou enrascado.

- É bom você começar a se explicar!!!

- *suspiro* Tá. Eu explico tudo. - pra alguém que foi desmascarado ele está bem calmo - eu estava voltando do trabalho. Daí pelo caminho tinha um jardim de uma casa sem muro. E nele havia umas rosas azuis. Então eu quis pegar umas, só que um espinho acabou ficando preso no meu dedo. E a sua casa estava bem próxima. Acabei pulando o portão, e bem... vi você chorando na varanda. Eu juro que minha intenção não era espionar você, ou qualquer outra coisa. Juro.

Bom. Se pensar bem esse idiota não seria capaz de pensar em um plano mirabolante pra me sequestrar.

Ele está agora mesmo correndo que nem uma criança atrás de uma borboleta...

- Pode esperar - pego ele pela gola de seu casaco. - Agora quem vai perguntar sou eu. Me conte sua história de vida. - nada mais justo já que eu contei a minha.

- Hohoho~ Então você quer saber de mim também~.

- Cala boca e fale logo. - digo sentando na areia fria enquanto Vanitas fazia uma pose de como se fosse recitar um poema, ou algo assim.

- Então lá vai. E já vou avisando que ela não é muito interessante. - ele dá uma tossida para limpar a garganta - Desde que eu me lembro, passei minha vida toda em um orfanato. Não conheci meus pais biológicos. Vivi lá até meus 17 anos. Quando tive que sair pelo lugar estar quase lotado e como já seria maior de idade logo logo, poderia viver independentemente. Claro que, antes de sair comecei a planejar onde eu iriar morar e como me sustentaria. Mas no final deu tudo certo. Moro em um apartamento, tenho um emprego e uma vida até que normal pra alguém classe média. E essa é minha história. E me desculpe se ela não foi interessante o bastante para agradar-lhe, vossa majestade~... Noé?

Eu... não podia acreditar. Ele cresceu em um orfanato. E pior, teve que sair porque ninguém o quis...

Eu não fazia ideia disso. Mas é surpreendente que ele sempre esteja de bom humor, como se nada de ruim tivesse acontecido...

- Noé? Terra chamando Noé... NOÉ!!!

- Aaaaaaaaaahhhhhhhhhh. NÃO GRITA!!!

- Você não tava escutando. Chato.

Vanitas On:
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O panaca fica viajando na maionese e depois eu sou o retardado. E ainda tem coragem de gritar comigo. Ele é mais crianção que eu.

- Você fica aí refletindo e me ignorando. Claro que eu vou gritar.

- *suspiro* Desculpa. - ele pediu desculpas?! Essa é nova. - Eu só... estava pensando.

- Em quê???

- Bom. Em como sua vida foi difícil. Mas mesmo assim consegue ser feliz...

- E...?

- "E?" O quê?

- Então era isso que você tava preocupado? Hahahahahahaha. Você é realmente fofo se preocupando comigo~

- CALA BOCA!!! - Um rubor logo começou a aparecer em seu rosto.

- Hahahahahahaha~ Desculpa desculpa. Mas você não precisa se preocupar comigo. A vida no orfanato não era tão ruim como nos filmes clichês. Era tipo... chiquititas, sabe?

- Mas mesmo assim. Você não tinha ninguém que quisesse te adotar... Por outro lado... eu ainda tive meus pais.

Ótimo. Deixei o clima pesado. Não tinha motivos pra ele se sentir mal. Os adultos que iam adotar as crianças eram muito esnobes. Tenho dó de quem foi adotado por eles. Por outro lado eu fazia de tudo pra não ser levado.

A vida do orfanato era até que divertida. E eu sempre quis cuidar da minha própria vida. Então eu agradeço por ninguém me querer.

- Ok, ok. Nós dois temos um passado meio trágico, tá?

- Mas você se comporta como se isso não tivesse te afetando... Enquanto eu-

- CHEGA! Eu sou eu, e você é você. Nós temos maneiras diferentes de lidar com as coisas. E tá tudo bem.

Depois que eu falei isso, ele finalmente se acalmou. Ainda bem, prefiro ele mil vezes sendo um chato e brigão comigo do que sendo realmente preocupado. Mas se bem que é realmente bonitinho ver esse lado dele...

- Vem. Dá a mão. Vamos continuar caminhando.

Estendo a minha mão pra Noé, com meu sorriso de canto que ele tanto odeia, ajudando ele a se levantar. E continuamos andando pela areia da praia.

Agora falando de bobagens e não de passados deprimidos.

Um tempo depois~
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Só notei que ainda estava de mãos dadas com Noé quando um pivetinho veio encher nosso "você-sabe-aonde".

- OH MÃAAAAAAAAAAAAAAE!!!!!!! EU ACHEI DOIS GAAAAAAAAAAAYS!!!

Me pergunto o motivo daquilo. Bom, não que não parecemos um casal.

Olho em procura de algo... e acho. Nossas mãos entrelaçadas. Não é pra menos que esse moleque acha que somos gays.

Assim que Noé percebe que nossas mãos estão juntas ela as solta e começa a me xingar. Como se a culpa fosse só minha.

- EU FALEI PRA VOCÊ NÃO FAZER ISSO EM PÚPLICO, CACETE!!!

- NÃO FALA PALAVRÃO PERTO DA CRIANÇA, CARALHO!!!

- O casal podia parar de brigar? Se não vou chamar a minha mamãe.

- Escuta aqui pivete!!! - Noé estava começando a ficar vermelho - Nós não somos um casal. Muito menos gays.

- ...Não acredito!

- Hahahahah. Você é o mais gay de nós, Noé. Hahahahahahaha.

- Para de rir. A culpa disso é sua!!!

- MINHA?!?! Vai me dizer que não notou que a gente tava de mão dada, ein? Ou talvez você até notou mas... gostou tanto que não falou nada, acertei?

- C-claro que n-não. - o rosto dele começou a ferver. Dava até para ser confundindo com uma chaleira.

- Gaguejou, perdeu o argumento. - Cara. Eu amei essa criança.

- Escuta aqui, fedelho. Eu não sou gay. E mesmo que eu fosse nunca namoraria um merda que nem esse! - falou apontando pra mim.

- Pera, pera, pera, pera. Então você tem algo contra a minha pessoa?!

- Sempre tive.

- Vocês me lembram o Sasuke e o Naruto brigando.

- Hahahahahahaha. Eu falei que você parecia um Sasuke, Noé. Hahahahahaha.

- Ele não, senhor. Você que parece o Sasuke.

- OQUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEÊ?! - Me comparar com um emo depressivo já era demais. - Escuta aqui seu merdinha. Vai encher o saco de outra pessoa seu fã de Naruto de merda.

- NÃO FALA MAL DO NARUTO. DATTEBAYO!!!!

Antes de eu responder qualquer coisa contra isso. A criança de merda deu um socão na meu saco (essa cena me parece familiar). E ainda fugiu. Cai no chão sentido a dor começar a subir pra minha cabeça.

Então começo ouvir uma risada.

- Isso, isso. Continua rindo, Noé... - PERA. RINDO??????? O NOÉ???????????

Você me fez Sorrir | VanoéOnde histórias criam vida. Descubra agora