3. 𝑇ℎ𝑟𝑒𝑒

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Vanitas On:
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Estava confiante. Mesmo ele sendo tão frio e chato deve ter algo que fassa ele sorrir.

Será que se eu mostra meus vídeos favoritos de "gacha life tente não rir" ele da um sorriso?

Antes de meus pensamentos terminassem sinto alguma coisa passando pelas minhas pernas.

- AAAAAAAAAHHHHHHH. SATANÁS VEIO ME LEVAAAAAAAAAAAR. Noé me ajudaaaaaaaaaa.

- Não é satanás nenhum. É o meu gato. O Murr. E como sabe meu nome?! - ele pega o bichano no colo.

A expressão do gato parece a de Noé, dá pra ver dá onde aprendeu a ter carranca.

- "Murr" HAHAHAHAHAHAHAHAHA. Que nome mais idiota pra um gato HAHAHAHAHAHAHAHA. Ah, e seu nome tá escrito na sua garrafinha de água encima da escrivaninha.

- E "Vanitas" é muito bonito, não é?! - Nunca vi alguém ficar tão ofendido por uma simples crítica.

- Bom. É melhor que ter um nome de um cara que tinha uma arca cheia de bicho fedendo a bosta.

- CALA BOCA. Foi meu avô que escolheu meu nome. Se bem que não é um nome muito bonito... MAS NÃO IMPORTA.

- Calma calma, senhor estressadinho. Só tava zoando.

Sério que ele vai ficar se irritando com tudo? Pesando melhor, fazer ele sorrir vai ser mais difícil do que eu imaginava. Talvez devessemos ir pra algum outro lugar... Essa casa é deprimente demais. Principalmente o quarto dele.

Por sorte o sol já estava saindo. Li na previsão do tempo que o dia vai ser ensolarado.

- Perfeito. - sem pensar acabo por falar em voz alta.

- O que é "perfeito"?

- Já está amanhecendo. Podemos sair um pouco~

- Eu não vou sair de casa.

- Vai sim. Esse lugar emana tristeza. E frequentar lugares diferentes com ar fresco faz bem pro corpo e pro humor~

Sem ele me der qualquer resposta pego sua mão e pulo a varanda.

Foi um sentido único. Nunca tive alguém pra fazer esse tipo de coisa. Talvez essa aposta não só seja boa pra ele, mas, pra mim também.

Noé On:
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Sem eu falar nem "sim" nem "não". Vanitas pega a minha mão e pula da minha sacada para fora. Não sei se por causa da adrenalina ou não. Mas senti algo diferente de medo. Era uma sensação agridoce, algo como ansiedade misturado com algo, que eu me atrevo a dizer, que seria... Amor.

NÃO. NÃO. NÃO.

Isso não faz sentido. Bem... q-quer dizer, nós dois.... bom. SOMOS HOMENS.

É. Não faz nenhum sentindo. Talvez seja só medo mesmo.

Mas antes que eu terminasse esse debate em minha mente chegamos ao chão.

- Hahahahah. Ainda bem que caímos numa pilha de folhas - por quê ele está rindo?! Mesmo que tenhamos caído em um lugar até que "macio" entre muitas aspas, ainda dói. E muito.

- Você sabe que poderiamos ter saído pela porta da frente como pessoas com no mínimo dois neurônios, né? Tipo. EU LITERALMENTE MORO AQUI, SEU MERDA!!!

Mesmo tendo gritado com ele, Vanitas começou a rir novamente. E me olhou com aquele sorrisinho de canto de merda.

- Claro que eu sei, Noé.~ - por que falou meu nome com tanta... entonação? - Eu só queria transformar até as coisas mais simples em diversão.

Esse cara tem merda na cabeça?! Ele devia saber, nem que seja um pouco, os riscos de pular uma sacada que está a uns 5 metros do chão. NÃO É?!?!

- Se eu me machucar eu juro que te processo.

- Para de reclamar, senhor - de - vidro. Agora vem. Vamos pra praia.

Ele estende a mão para mim. E... praia. Não me recordo muito de ter ido a praia muitas vezes. Talvez até que seja divertido.

- Só deixa eu me trocar. Ainda tô de pijama.

- Ui ui. O senhor não pode ir de pijama pra praia nhe nhe nhe nhe~

- Vai se fuder, seu merda. Se continuar assim eu chamo a polícia.

- Aí que medo~ - ele fala com deboche. Sério que esse é o único jeito que ele sabe falar?

Um tempo depois~
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Saio de casa vestindo uma roupa que eu diria até que normal. Vejo Vanitas brincando no balanço de casa que eu usava quando criança. Cantando uma música.

- ♪♫︎ Moda casual de luxo, tô chique, confortável. Estilo tchutchuco, rei Lacoste, indomável. ♫︎♪

- Parece um bebê. E dos bem feios.

- Ao contrário de você eu me divirto, tá? E pra sua informação eu sou muito lindo, baby~

- Ok ok. Mas, sobre a praia, ela não é meio longe...?

- Sim. Por isso vamos pegar um uber! Mas... você tem dinheiro, né? Porque eu tô duro.

- *suspiro* Pra sua sorte eu peguei dinheiro enquanto me trocava. Mas fique sabendo que eu não vou pagar nada pra você.

- Mão de vaca!!! É assim que você me agradece?!

- Agradecer pelo quê, exatamente? Por ter invadido a minha casa, ficar pedindo pra tirar espinho porque o bebezão não consegue, insultar o meu nome e o do meu gato, ficar me enchendo com esse negócio de sorrir e rir. Me poupe.

- Nisso você até que pode estar um pouco certo. Mas tem que admitir que bem no fundo do seu coração, você está gostando da minha companhia, neah~

- Sinceramente não. Você só está me enchendo.

- Vaaaaaaaai. Empresta um money, por favoooooor~ Eu prometo que te pago depois!

- Tá bom tá bom. Você cansa demais sabia. Credo.

- OBAAAAAAAA!!! Nós vamos para a praia, nós vamos para a praia hahahahahahahah.

Eu realmente não entendo ele. Nunca vi ninguém com tanta disposição pra qualquer coisa. Já vi que o dia vai ser cansativo...

- Vamos Noé, se não vai ficar tarde pra fazermos as coisas que eu tenho planejado!

Ele pega na minha mão e começa a me puxar. Sério. Essas puxadas de mão são muito estranhas. Até parecemos um casal... NÃAAAAOOOOOOO. Que merda eu tô pensando?!?!?!?!?!?!? É óbvio que nós não parecemos um. E espero que as pessoas não pensem os mesmo.

Mas ele parece não se importar com isso. Bom. Desde que não fassa nada muito mais "estranho", por mim tanto faz.

Você me fez Sorrir | VanoéOnde histórias criam vida. Descubra agora