4. 𝐹𝑜𝑢𝑟

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Autora On:
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Noé e Vanitas já tinham chegado a praia. E para o de cabelos cor de neve, a viagem de uber nunca vai ser esquecida, já que a motorista achou que os dois eram um casal, principalmente por estarem com as mãos dadas. Coisa que Noé pediu para Vanitas não fazer em público.

Já para o de cabelos azuis como a noite, ele não via problema nisso. E amou o fato de que a mulher que dirigia o carro adorar "girl in red" tanto quanto ele.

Noé por outro lado não conhecia a cantora e muito menos as músicas. Então ficou meio de fora do asunto deles, se sentindo excluído, coisa que não gostou muito, oque deixou seu humor ainda mais péssimo.

Vanitas On:
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Foi incrível conhecer alguém que escute "girl in red". E espero que de tudo certo com a Morgana e a crush dela.

Não sei se é impressão minha, mas... O Noé parece meio, sei lá, chateado...? Acho melhor perguntar pra ele.

- Você tá chateado, Noézinho?~ Eu fiz algo de errado?

- Por que não pergunta pra 'quela mulher, ein? Vocês pareciam estar se divertindo.

- Sério que vai ficar de ciuminho?! Qualé. Desencana. E o nome dela é Morgana.

- Que seja. E EU NÃO TÔ DE CIUMINHO!!!

Aff. Engana que eu gosto. Mas enfim, vamos nos divertir, já que viemos pra praia~

- Vem. Vamos nadar, Noé.

- .... Sério? A gente tá no meio do outono. E nós nem trouxemos roupa de banho.

- O frio é de menos. E eu pensei que a gente poderia entrar pelado na água mesmo.

- Você é inacreditável. Da pior forma possível.

Parece que ele realmente não gostou da minha ideia... Mas ainda tem coisas pra fazer na praia. Eu acho.

- E você tem uma ideia melhor, senhor sabichão?

- A gente pode só andar pela areia e conversar.

- Ok. Admito que sua ideia é melhor.

Um tempo depois~
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Estamos caminhando a um hora sem falar nada. E foi o gênio que decidiu que iriamos caminhar e conversar. Então é ele quem tem que começar a falar.

- Entãaaaaaaaaaaaaaao, Noé. Sobre o que vamos conversar?

- E eu sei lá. Pergunta alguma coisa aí.

- Então conta o motivo de você morar com seu avô.

Noé On:
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Sério. De tudo oque ele podia perguntar vai ser justo isso? Mas se eu não falar ele vai ficar mais e mais curioso. E a situação só vai piorar.

- Bom... - não sei se é certo... - Você quer realmente saber?

- Saber a história dos outros é importante pra se conhecer, né?

- *suspiro* Então lá vai... - Que merda eu tô fazendo?! Nunca contei isso pra ninguém. - Antes eu vivia com meus pais. Vivia com eles até meus 7 anos. Até... um acidente acontecer. A casa que morávamos pegou fogo. Até hoje não sabemos o motivo disso. Mas enfim, quando minha mãe deu conta que a casa estava começando a entrar em chamas, ela me pegou e me levou para o lado de fora. Enquanto meu pai estava ainda dentro de casa. Minha mãe, assim que eu estava seguro, correu pra buscar meu pai. Quando eu comecei a me levantar pra ir atrás deles... A casa explodiu - meus olhos estavam começando a lagrimejar. Mas eu não podia chorar. Não na frente... dele. - Com a explosão eu voei pra trás e, depois disso só conseguia escutar as sirenes da polícia e das ambulâncias. Senti meu avô me puxando pra longe da casa. E foi apartir daí que comecei a morar com ele. Não sobrou nada da casa. Muito menos alguma coisa pra eu ter recordação deles. - não aguentava mais. Eu ia desmoronar. Mas não podia. Precisava ser... forte.

Vanitas On:
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Então esse é motivo dele morar com o avô. E mais, deve ser por isso que ele é tão rabugento. Parece que ele nunca se abriu com ninguém sobre isso.

E eu achando que ele era chato por natureza. Não é pra menos que o humor e a personalidade dele sejam tão ruins.

Antes de eu soltar alguma frase de consolo pra ele, mesmo não sendo bom pra isso, sinto um peso no meu ombro. Quando olho, vejo Noé agarrado em mim, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

Me senti desconfortável, e ao mesmo tempo mau. Já que fui eu que fiz ele lembrar da morte dos seus pais.

Naquela momento eu só pude ficar com ele daquele jeito. Não tinha oque eu pudesse falar. Ele precisava daquilo. Precisava chorar pra aliviar.

Com dificuldade sentei no chão com ele ainda me abraçando. Não sei quanto tempo se passou. Mas posso afirmar que não foi rápido.

Um tempo depois~
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Noé já tinha parado de chorar e também havia se acalmado. Ele se levantou e me ajudou a levantar também. Então começamos a caminhar.

O clima estava pesado. E não era pra menos. Os olhos de Noé estavam inchandos e vermelhos por conta do choro. E a minha consciência estava pesada. Eu precisava me desculpar. Mas sentia que ele não queria mais falar comigo.

- A culpa não é sua - ele falou como se tivesse lido a minha mente - falei porque quis. E você não tem nada haver com isso.

- Mas eu insisti nisso. Desculpa.

- Então no fim nos dois temos culpa.

- Mas eu não queria ter feito você chorar. Não imaginava que havia algo tão trágico por trás de você morar com o avô.

- Você não tinha como saber. Ninguém saberia. Não estou chateado. Só chorei porque... sei lá também.

Eu não podia deixar as coisa dessa forma depois de saber isso. Eu prometi. Prometi que faria você sorrir. E não porque você carrega uma história trágica, que eu vou desistir disso.

- Eu vou até o inferno se for necessário pra te fazer sorrir. Eu juro. - diferente das outras vezes dou um sorriso fraco.

- V-voçê não precisa e-exagerar nisso. T-tá bom...? - ele estava... vermelho. - Você se anima pra tudo.

- Aaaaaaaaawwwwww~. Você tá com vergonha, é? Hahahahah.

- Q-qualquer um ficaria depois de escutar isso, seu burro.

- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAA.

- PARA DE RIR!!! Merda... - o rubor dele aumentava cada vez mais.

- Fofo~ - falei sabendo muito bem oque ele iria fazer.

- AAAAAAAAAAAHHHHHHH!!!!! VAI TOMAR NO CU, VAI!!!!

Pode me xingar como quiser. Mas nada vai mudar o quanto eu acho você fofo com vergonha~

- Vou fazer você tão feliz que nunca mais vai precisar chorar na varanda.

- Pera. Como você sabe que eu tava... chorando na varanda?!

- Opa. Escapuliu. Hihihi~.

- VOCÊ TAVA ME ESPIONANDO?!?!?

- Não exatamente...

Pronto. Agora sim que eu fudi com tudo.

Você me fez Sorrir | VanoéOnde histórias criam vida. Descubra agora