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Uma vez que se é exposto o rosto verdadeiro de alguém, a identidade e tudo que se é precioso para tal pessoa torna-se seu mais frágil ponto, e um alvo explicitamente visível. Quando se tem não apenas bens materiais, como dinheiro e carro, roupas de grife e joias, mas também si mesmo na mira de uma arma flexivelmente ágil, a mente humana se rebela e um nevoeiro tenso acoberta todos os sentidos do sistema nervoso, e... do bom senso.
- Como você ainda pode negar? – uma voz calma e gentil sussurrou.
A pessoa tende a perder um ou mais sentidos, por uma reação natural humana ao instinto de sobrevivência. Alguns de seus órgãos podem até mesmo chegar a diminuir a funcionalidade e dependendo da situação, o nível de oxigenação no sangue também diminuiu, a concentração da própria respiração começa a falhar, e então todo o corpo paralisa.
O raciocínio se torna inutilizável.
- E-Eu... eu-eu já di-disse... que na-não s-sei...
Nas telas de monitoração do pequeno quarto passava cenas em looping infinito, mostrando um homem bem vestido trocando, aparentemente, informações e outras coisas com um grupo de delinquentes no fundo de uma loja de conveniência. O homem bem vestido possuía um relógio de marca cara, importando, e um par de óculos escuros pousados sobre os cabelos. – O mesmo homem em questão estava amarrado vendo a si mesmo nas telas, o par de óculos agora quebrados repousavam dobrados no colarinho sangrento de sua camisa, e o relógio importado estava nos dedos de uma outra pessoa. Sangue pingava do vidro redondo do relógio, e os ponteiros parados marcavam duas da manhã.
- O senhor não está nos ajudando a lhe ajudar. – Ganyu suspirou, os olhos purpuras se inclinando para baixo, observando o sangue que pingava do relógio e dos lábios do homem amarrado.
O punho fechado que segurava o relógio pelos nós dos dedos como se fosse um soco inglês atravessou o ar novamente e pode-se ouvir o som de metal contra carne. Sangue espirrou no chão e o homem amarrado tossiu.
- As regras são simples. – Xiao retirou o relógio da mão e o fitou, inexpressivo. – Uma vez afiliado ao clã Qixing, tudo deve ser reportado a Divisão S. Capangas de gangues desconexas a espinha dorsal do clã não passam de meros ratos, mas ainda uteis. Contudo, regras são regras.
Dessa vez o soco foi sem o relógio e houve um som nauseante de algo se quebrando.
- Xiao, é suficiente. – Ganyu, antes encostada na parede ao fundo do quarto escuro, se aproximou do homem, curvou-se e apoiou as mãos nos braços da cadeira.
O homem tossiu, sangue escorrendo por suas roupas de grife, os olhos injetados se revirando nas orbitas. Dessa vez, não era mais a expressão de pânico, e sim algo mais cínico.
- Trocas de informações a respeito de quê? – A voz de Ganyu era controlada, meiga, mas as bordas de suas palavras eram afiadas como gelo.
- Minha memória não está muito clara. – A voz do homem soou rouca – Quais eram as regras mesmo? – E ele cuspiu um bocado de sangue sobre a clavícula nua de Ganyu. Os olhos de Xiao tornaram-se opacos e suas pupilas se encolheram.
Antes que outro soco pudesse cortar o ar, Ganyu puxou o homem pelo colarinho com as próprias mãos enluvadas e o jogou no chão.
- Vamos recapitular algumas coisas, então. – Os dois membros do clã Qixing se entreolharam e Xiao assentiu. Ele jogou o relógio no chão, pegou sua lança de jade que pousava pacificamente em um canto e saiu. O par de olhos purpuras observou o homem amarrado rolar pelo chão. – A Divisão S do clã. Imagino que não se lembre o significado.
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Celestia - XiaoVen
FanfictionO submundo de Teyvat é comandado por diversos clãs. A máfia, nomeada carinhosamente de Celestia, é só o que Xiao possui. E sua vida é um inferno desde seu nascimento. Disciplinado e educado no clã Qingyun, Xiao tornou-se uma máquina de matar. Para a...