Celestia - XiaoVen

Capítulo Extra - Parte Cinco

>> !! AVISO !! AVISO !! <<
Esse capítulo contém descrição de tortura!
Pode ser ruim para alguns e leve/trivial para outros, mas fique aqui o aviso.

Obs: foi minha primeira vez descrevendo gore, sei q muitos podem ter lido coisa pior já e não se importarem, mas me deem um pouco de créditos por ser a primeira vez (quem gosta/não se importa de ler), aos demais, vão com cuidado e pulem caso não gostem.

Sem mais delongas, boa leitura! (obs2: esse cap tá um pouco mais longo que o normal)

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Zhongli suspeitava de seus próprios membros do clã há um bom tempo. Havia movimentações estranhas acontecendo no período noturno, tanto nos corredores superiores da Mansão, onde ficavam as salas de documentos, quanto nos jardins. Os rostos daqueles que menos via ao longo dos anos de repente começaram a surgir por mais vezes.

Mas ele próprio não prestou muita atenção nisso. Pelo simples fato de estar ocupado demais cuidando de alguns presentes para Xiao e Ganyu e o próprio Childe. Era, na verdade, uma fase pacifica. Os negócios iam bem, não havia complicações em nenhuma área de Liyue que os Qixing cuidavam. Vez ou outra Zhongli viajava até Mondstadt para apoiar Venti e ajuda-lo com algo. Mas, de forma geral, sua mente aos poucos esqueceu-se dos ligeiros sinais suspeitos.

Quando soube que documentos haviam sido vazados por um sócio que ele mesmo assinou contrato pessoalmente, uma ira antiga de seu coração se acendeu como um dragão adormecido, e a partir de então Zhongli não voltara a sorrir, não o sorriso verdadeiro e sincero. Seus músculos tensos dos ombros passaram a doer diariamente e, focado tanto em achar os traidores e quebrar o pescoço deles como se fossem galinhas, esqueceu-se que existia um cofre secreto do clã no Porto do país e que o tal poderia ser um alvo também.

A Gnosis era uma chave que abria um mecanismo complexo, cheio de quebra-cabeças e armadilhas nas profundezes da terra, sob o majestoso Terraço de Yujing, o local onde rituais e festividades decorriam ao longo do ano. Um lugar que ninguém suspeitaria haver tesouros incalculavelmente valiosos.

Exceto os malditos dos Fatui.

Zhongli havia sim prestado atenção a foto de Scaramouche, mas não o reconheceu, ainda que ele fosse suspeito. Usando tal linha de raciocínio, lhe era curioso a questão de Childe, após foderem na mesa a qual estava a foto, não ter dito nada. – Deveria acrescentar isso à sua lista de dúvidas genuínas.

E agora, de frente ao garoto Fatui que passara por seus olhos e deslizara por entre seus dedos, cujo o qual tornou as últimas semanas de sua vida um verdadeiro inferno e revirara toda a pacificidade de seu clã de ponta cabeça, rompendo laços significativos com muitas pessoas externas e, acima de tudo, matando pessoas... Ele apenas queria enforca-lo até quebrar sua traqueia.

Vendo os punhos cerrados e o olhar selvagem de Zhongli, Childe, que se aproximou em silêncio após prenderem Scaramouche e seus guardas (incluindo o chofer) perto do murinho do Porto, deu alguns passos até ele e lhe tocou o braço de forma suave. Aquele par de olhos âmbares cintilaram, perigosos, o olharam de soslaio.

Morax não pronunciou uma palavra e voltou a olhar Scaramouche no chão. Havia uma mancha vermelha e um hematoma no canto da boca do garoto, um soco dado pela Ganyu em um acesso curto e passageiro de raiva, logo após Zhongli ameaçar o Fatui.

Ganyu ainda esfregava o dorso da mão. Ela havia deixado Xiao aos cuidados de outros, que o levaram junto a Venti para longe daquela bagunça. O estado deles piorava, e isso fazia a mente de Zhongli se partir ao meio. Estava entre ficar ali e resolver tudo de uma vez por todas, ou levar aquela bagunça até sua mansão, resolver lá enquanto fica de olho nos meninos.