Capítulo Seis

1.7K 122 239
                                    


"Hmm ... Embora eu já tenha visto este cenário muitas vezes há muito tempo, há algo diferente em vê-lo novamente com você." - Venti

Algo no fundo de sua mente reluziu, como uma pequena faísca. Xiao encarou o outro lado da rua até que Venti sumisse, então seu coração afundou no peito e uma sensação desesperadora começou a lhe preencher. Lentamente virou a cabeça para seu agressor à frente, que não lhe olhava, mas ouvia algo que um de seus companheiros lhe dizia no ouvido.

Xiao levantou-se com dificuldade, apoiando-se no joelho. Muitos dos caras ali eram antigos membros de Qingyun, e sempre o odiaram por sua coleira de ouro. Com o clã desfeito, alguns se juntaram às gangues de rua, e livres, têm o direito de irem atrás de satisfazerem seus desejos por sangue, especificamente o sangue dele.

Xiao estava enferrujado, passara muito tempo sem se exercitar, sem praticar. Ali, naquele momento, eram no mínimo seis contra um. Já derrubara, sozinho, um número bem maior, mas fora em tempos diferentes...

Enquanto eles discutiam sobre seja lá que porra de assunto fosse, sua mente trabalhava rapidamente atrás de uma forma de escapar dali. Estava fodido, e tinha levado Venti consigo. Essa era a parte que mais lhe se preocupava. Não podia se importar menos com seus ferimentos e dores, quando a coisa mais importante e preciosa para si estava fora de seu campo de visão e correndo perigo. A ansiedade de sair dali e ir atrás de Venti estava lhe sufocando, quase lhe cegando, mas precisava manter a mente clara.

- O que? – Seu agressor rugiu, olhando seus companheiros com uma careta raivosa. – O que diabos eles estão fazendo em Liyue?

- Não sabemos. Mas me parece que Morax esteve entrando em contato com um dos chefes deles. – respondeu um dos caras. – Acha que podem estar aqui para nos eliminar? Ou recrutar?

O agressor de Xiao coçou a cabeça com raiva, resmungando, e chutou umas caixas ali perto. Xiao, por sua vez, levou a mão até a faca às suas costas, sem tirar os olhos deles.

- Aqueles malditos Fatui. – Resmungou, antes de se virar para Xiao. O encarou por alguns segundos. – Teremos que lidar com esse merdinha em outro lugar. O revistem e o arrastem para outro lado.

Dois capangas se aproximaram. Xiao inspirou fundo, sentindo suas novas lesões doloridas, seus tendões enrijecidos. Quando mãos se aproximaram, ele puxou a faca, acertando o da direita na barriga. Como um gato, virou para a esquerda rapidamente, mas sua mão que segurava a faca foi segurada. Gritos de alerta soaram. Xiao acertou seu alvo com o joelho e passando a faca para a mão livre o esfaqueou na barriga. Prendendo a respiração e ignorando seus ferimentos, esquivou e retrucou os golpes que se seguiram, em uma luta de corpo a corpo frenética em uma escuridão parcial.

A parte mais difícil era desviar de golpes simultâneos, vindos de lados diferentes. Mas, enquanto desviava, pulava e rolava, atacava e recuava, podia sentir a adrenalina familiar formigar por seu corpo. Suas percepções e reflexos podiam estar dormentes, mas não apagados. Com uma vida a mais em jogo, Xiao pôde se recuperar o suficiente para, ao menos, abater alguns dos inimigos. Seu sangramento na lateral do corpo estava melado ainda, mas o sangue não fluía muito, e a região de seu estômago ainda era um ponto fraco, sem contar as regiões doloridas no rosto. Os nós de seus dedos estavam machucados pelos socos desferidos. Com a pequena bagunça de alguns minutos, conseguiu se afastar um pouco para respirar. Aquele que o agrediu sorria, malicioso, apoiado em um joelho – sangue lhe escorria do nariz.

Xiao, lentamente, começou a dar alguns passos para trás.

- Como esperado do demônio do nosso antigo clãzinho. Um completo selvagem assassino. Não vai me dizer que todo esse brilho feroz nos seus olhos é por aquele carinha?

Celestia - XiaoVenOnde histórias criam vida. Descubra agora