A Perda

237 16 0
                                    

Estava tão empolgado, essa noite conheceria Gotham, a viagem foi longa mas até valeu a pena, a cidade (principalmente a noite) tinha uma beleza única.

Estacionamos perto do centro. Essa temporada foi corrida, foi tanta gente que lotou.

Então faltava apenas poucos segundos para a nossa entrada e eu estava realmente empolgado, aliás não é todo dia que eu apresento para tanta gente. Vi o senhor Hally de canto de olho ele parecia nervoso, enquanto conversava com um homem alto. Os Grayson logo foram chamado então não sei o que houve.

No trapézio era igual voar, livre sem pensar em nada específico, confiando completamente nos instintos e se sentir incrivelmente conectado aos meus pais, era um elo invisível que nos unia.

Mas a quebra desse elo foi rápida e dolorosa.

-NÃO! NÃO! -Era tudo o que saia da minha boca, inacreditável, eu não processava que eles havia caído, não processava que estava sem rede e ele morreriam, como? Por quê? Eu não sabia, só estava chorando de soluçar, ouvindo todas as exclamações de espanto, só dava para pensar no pior, então me entreguei ao desespero.

Horas Depois 🕛

Estava respondendo a diversas perguntas, já não aguentava mais meus olhos estavam pesados devido a hora, e minha garganta doía de tanto que chorei, minha cabeça estava cansada e doendo eu estava cansado. Então me deitei em um banco qualquer e dormi enquanto resolviam para onde eu ia, não entendia o por que não podia simplesmente voltar ao circo.

Acordei com a voz da Carla, minha assistente social.

-Dick? Ei acorda.- Ela estava sentada para ficar da minha altura, pousou a mão em meu ombro e falou:

- Dick, tem um homem bom que quer te adotar.- ouvia atentamente, obviamente seria alguém do circo.- Ele se chama Bruce Wayne e estava no circo quando aconteceu, será por uma semana de teste e se não quiser pode me contar.- Ela contou isso de maneira doce mais ainda sim estava chorando, quem era Bruce Wayne? Por que eu? E o circo?

-Por que não posso ficar no circo?-Minha voz estava fraca e rouca devido o choro, mas ela entendeu.

-Porque vai ter uma oportunidade melhor, e o circo está sendo investigado é melhor ficar longe de tudo isso.

Sua determinação, não irá dobra-la, então decidi ceder, ao passar pela porta vejo o Sr. Wayne, ele fica de joelhos pra ficar da minha altura.

-Oi Richard, bem... Eu.... Você vai ficar na minha casa, se não se sentir a vontade pode falar comigo ou com a srta. Carla.... Em casa a gente conversa melhor.

Gentil, e um pouco confuso, talvez o Sr. Wayne não fosse tão ruim.

Fomos até um carro incrivelmente chique. O caminho todo em silencio, eu ainda pensava em tudo o que havia acontecido, passando pelas ruas, me lembro das promessas de que depois do show principal iríamos a todos os pontos turísticos... Eu nesse momento estava odiando Gotham, essa cidade maldita que havia tirado meus pais de mim, eles me contavam história que há muito tempo atrás eles vieram para Gotham e disseram que graças a um policial de daqui um tal de James Gordon eles largaram uma rixa besta de família e resolveram se casar, meu pai queria por meu nome de Gordon mas graças a insistência de minha mãe meu nome foi Richard e o John Grayson graças ao nome do meu pai (John Grayson).

O carro para em uma Mansão, era maior do que qualquer lugar que eu já tinha estado. Eu morava em um trailer viajando, o que eu amava, ver novos horizontes era a melhor parte, mas para mim nada superava estar no trapézio, eu me sentia livre e ao mesmo tempo tão conectado aos meus pais, era um elo invisível que nos unia, ver eles caindo foi como se o meu elo, a minha conexão havia se rompido... Quando percebo meus olhos estavam cheios de lágrimas, afasto os pensamentos e noto que ainda estava no carro e o Sr. Wayne me encarando.

Saio do carro sem falar nada e vou em direção a Mansão tinha um cara muito mais velho que o Sr. Wayne, ele usava um smoking.

-Que tal entramos patrão Grayson.

-Quem é você?

-Me chamo Alfred Pennyworth, sou o mordomo da família, posso te mostrar a casa.

Acompanhei ele e ele me guio por cada cômodo, fiquei impressionado com toda a decoração, e espaço, Alfred era atencioso, depois de me mostrar a casa fez um chá e contou algumas histórias até eu pegar no sono.

Tive um pesadelo e provavelmente gritei, pois quando abrir o olho o Sr. Wayne estava me acordando.

-Richard você estava tendo um pesadelo.- Ele fala o óbvio.- ...quando eu tinha a sua idade e tinha pesadelos meus pais me trazia chocolate quente e lia um dos meus livros favoritos.

Ele fala e aí eu percebi a xícara de porcelana na sua mão, ele a estende com cuidado , eu a seguro com as duas mãos, o calor é reconfortante.

-Qual é seu livro favorito?

Após a pergunta dele penso, eu adorava aventura com comédia.

-Robin Hood, e o seu? - pergunto, minha voz estava fraca e sonolenta, ele não parece pensar muito, tinha a resposta na ponta da língua.

-Sherlock Holmes.

-Bem pode ler um livro dele, assim eu conheço mais livros legais.- Falo coçando me olho com a palma da mão.

-Okay vou buscar um.- Ele responde com um sorriso, Sr. Wayne é bem legal, mas ainda sentia saudades do circo.

Ele começou a ler, o livro era fantástico, porém eu não ouvi muito mais do que 5 capítulos, pois apaguei. E sonhei que eu era como o Sherlock, e investigava alguns casos.

Ao acordar Alfred tinha deixado meu café em cima da cama, junto com um smoking, me levanto sem fome apesar de não ter comido muito ontem, não estava com fome. Me arrumo e uso o smoking, faço minhas higienes e desço, Sr. Wayne também estava arrumado e fomos ao cemitério..

Horas Depois 🕛

Já havíamos chegado no cemitério, o padre estava falando sobre como Deus escreve certo por linhas tortas, mas eu não estava prestando atenção, o que havia acontecido não era obra de Deus e sim de um cara que achou que seria legal tirar a vida dos meus pais.

Eu estava ao lado do Sr. Wayne, com a cabeça a baixada, ouço as pessoas falarem como pais eram e isso fez com que a saudade só aumenta-se, eu ouvia todos falaram deles e de coisas que passaram com eles. Eu não sabia o que falar, como falar que eles foram eu não pude nem me despedi, eles morreram na minha frente.

- Como explicar com palavras o que sinto... É como se um pedaço de mim fosse tirado. Minha mãe era uma pessoa fofa, feliz e cheia de amor ver ela chorar era quase impossível, ela sempre via o lado bom do mundo...-Paro e tento controlar minhas emoções, embora não quisesse já estava chorando.- Meu pai não era muito diferente sempre falava coisas como "seja bom mesmo em situações ruins" ou que " pessoa boas atraem coisas boas"... S-se eu um dia eu for um terço d-das pessoas que eles foram, e-eu vou estar feliz comigo mesmo, espero que da onde eles estejam po-possam me ajudar a ser bom.

Percebo meu rosto está molhado, segurar o choro eu havia fracassado, todos me encaravam com pena, eu coloquei uma jasmim a flor preferida dela, fui para o meu lugar.

Algumas pessoas veio me abraçar, eu queria parecer forte mais a dor que eu senti naquele momento foi muito grande, eu queria que eles ainda estivesse aqui, queria que a minha mãe me abraçasse e o meu pai me fizesse rir, queria qualquer fragmento deles mas só restavam as memórias, e eu iria os orgulhar por essas memórias seria o filho que eles queriam

Essa é  a minha primeira história se tiver algum erro perdoem, comentem, vote, e principalmente curta a leitura.

O Início.Onde histórias criam vida. Descubra agora