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- Os arquivos já estão na minha mesa Freire?

Sarah pergunta enquanto passava como um furacão pelo corredor e nem notando a adolescente sentada no sofá lendo "O Capital" de Karl Marx entretida. juliette se levanta e vai logo atrás dela.

- Estão sim, Senhorita Andrade. - Juliette fala para a mulher apressada que pega as folhas e vai até o elevador

- Enquanto vou até a reunião, você me conta o que temos - Sarah diz entrando no elevador e Juliette no encalço. - E Juliette... - Sarah chama a mulher antes de entrarem no elevador. - Nunca mais me faça andar de metrô se não for um caso de extrema necessidade.

- Sim Senhorita Andrade. - Juliette fala mexendo nos seus óculos nervosa - E sobre as anotações... eu tomei a liberdade de pôr algumas coisas a mais no material. - Juliette diz tímida ainda

- Prossiga.

- Aqui tem todos os lucros dos últimos anos como a senhorita pediu, uma comparação com o arrecadado pelo o seu pai nos anos dele de CEO, um gráfico mostrando o crescimento das ações da A-Corp nos últimos anos graças a publicidade positiva para a empresa com as doações feitas pela senhoria e por fim, uma lista de premiações que a empresa ganhou nos últimos anos. Está tudo bem auto-explicativo - Juliette fala orgulhosa da filha.

- Os dados são melhores do que eu pensei Freire. - Sarah fala olhando a planilha e a apresentação feita. - Deseje-me sorte. - Sarah fala saindo do elevador e indo em direção a sala de reuniões.

- Boa sorte senhorita Andrade. - Juliette fala e as portas do elevador se fecham.

Sarah então chega na porta da sala de reuniões e segura na maçaneta, respirando fundo. Hora da reunião da sua vida.

- Então estava havendo uma reunião e não fui chama? Que triste. - Sarah fala adentrando na sala e todos olham para ela, brancos de medo. Eles mexeram com uma Andrade , ela não perdoaria tão fácil.

- Senhorita Andrade...

- Então... Por que estamos aqui? - Sarah pergunta para os acionistas

- Não acreditamos na sua história - Caio Afiune solta. - Você provavelmente criou uma história no calor do momento Sarah.

- Escutem aqui. - Sarah fala - Ao contrário de vocês, eu gosto de manter minha vida pessoal escondida dos holofotes. Mas a minha vida pessoal não importará se comparado as perspectivas que teremos caso me tirem do poder - Sarah fala e distribui as anotações que havia mandado Juliette fazer. - Como podem ver... minha margem de lucro em 4 anos de empresa, fora a mesma quantidade da de meu pai em 30 anos de CEO, e as previsões futuras são melhores ainda. Além disso... as ações estão supervalorizadas graças a mim, resumindo senhores: Se me tirarem, vocês falem. - Sarah diz cruzando os braços na ponta da mesa enquanto os homens se encaram indecisos sobre o que fazer agora. Ela tinha um ponto. (...)

- Um latte por favor - Ceci pede a garçonete da lanchonete da A-Corp sua bebida enquanto segurava seu livro na mão - Obrigada Anny.

- Na conta de sua mãe, Ceci? - A garçonete pergunta e Cecília nega

- Não Anny. Aqui está - Ela fala entregando o dinheiro a garçonete e indo até a mesa ao fundo da lanchonete e sentando ali para continuar a ler enquanto o horário de sua mãe não acabava.

- Senhorita Andrade. - Anne cumprimenta a chefe - Que surpresa! Geralmente é Juliette que vem pegar os seus cafés.

- Resolvi mudar um pouco - Sarah diz simples. Aquela reunião havia sido cansativa e a Loira precisava de um plano urgentemente. Apenas conseguiu adiar aquilo, os sócios e acionistas iriam voltar ao assunto uma hora ou outra. Cobrariam ver sua noiva e enteada. Mas e agora? Onde tiraria uma noiva e uma enteada?!

- Mudanças às vezes são positivas. - A mulher fala entregando o café para a chefe e dando uma piscadela. A outra apenas sorriu com o conselho e se retirou para sentar nas mesas.

- Pensa Andrade! sarah fala batendo com a mão na cabeça - Pensa... Pensa - Ela fala e dá um gole no café e vendo as pessoas da lanchonete. Mas algo lhe chamou a atenção, uma garota sentada nas últimas mesas com uma xícara na mão, e um livro de Karl Marx na outra. Ela estava extremamente entretida na leitura. - Essa é uma cena estranha.- A CEO fala se aproximando da menina e chamando sua atenção

- Qual das? - Ceci fala olhando para a CEO e percebendo de quem se tratava - Você é... Você é Sarah Andrade? - A garota pergunta

- Sou sim porquê? - Sarah pergunta a garota que oferece uma cadeira para ela se sentar.

- Podemos dizer que eu sou uma fã sua. - Ela fala e Sarah se senta junto com ela

- Pergunta rápida: por que alguém da sua idade está lendo Karl Marx? - Ela pergunta a menina intrigada.

- Ele interpretou o capitalismo como ninguém. Eu gosto de ler para entender como isso tudo aqui - A menina fala fazendo um círculo por volta da cabeça como se dissesse a empresa e seu sistema inteiro. - Funciona. Acredito que você apenas pode administrar uma coisa, quando sabe como ela funciona. - Ceci explica.

- Não está errada - Sarah fala para a garota. - Mas ainda é estranho.

- Estranho é apenas uma questão de ponto de vista. - Ceci responde a Loira dando de ombros e fechando o livro. - Não há idade para ser inteligente senhorita andrade.

- Gostei de você.

Sarah fala e nesse momento, por ironia do destino, ou azar dele, Afiune aparece na lanchonete e encontra Sarah sorrindo ao lado de uma menina, será que? Não... seria verdade mesmo? Ele tinha que tirar a prova

- Então era verdade mesmo... - Afiune fala atrapalhando a conversa de Sarah e Ceci,assustando a loira.

- Afiune. - Sarah fala o nome do cara e Ceci olha para ele, deduziu ser um dos acionistas. - O que faz aqui?

- Eu também sou humano e venho tomar um café Andrade. E que bom que vim, agora pude saber que sua noiva e enteada realmente existem. - Ele fala e Sarah tensiona. Ele acha que a garota é sua enteada, e agora? O que ela faria? Céus! sarah estava perdida.

- Eu existo? Como assim? - Ceci pergunta olhando para ambos, em busca de uma resposta.

- E ela ainda lê O Capital... acertou em cheio Andrade- O homem continua a falar e Sarah entra em choque. A garota havia sido aprovada pelo conselho e nem precisou dizer nada. E se ela negasse ali? O que aconteceria? - Ela vai para o jantar anual no fim de semana junto com você e sua noiva?

Noiva? Enteada? Cecília estava confusa, da última vez que conferiu, sua mãe nem namorada ou namorado tinha. Será que Juliette estava escondendo o tempo todo? Não. Juliette nunca esconderia isso. Então ceci se levanta entendendo tudo, Sarah estava a usando naquele momento para ter aprovação do conselho, e uma Freire nunca seria usada.

- Eu já vou indo. Minha mãe já deve estar me procurando - Cecília fala fria e seca,poderia muito bem negar tudo, fazer o que Sarah não fez, mas a mulher estaria em lençóis piores para negar tudo depois, então a melhor opção para Ceci foi a pior para Sarah.- Passar bem

Ela diz e sai dali tirando o celular do bolso para ligar para a mãe e saber onde ela estava. Graças a Deus seu horário já havia acabado.

- Gostei dela. Parece ter o pé no chão, a mãe deve ser parecida - ceci diz - Como disse, espero encontrá-la na festa. Adeus Andrade. - Afiune fala e sai, deixando uma Sarah sozinha, e mais uma vez, desesperada.

- O que eu fiz? - Sarah diz batendo a mão na testa em desistência. Onde encontraria aquela menina de novo? E como convencer ela a se passar por sua enteada?

O Acordo. - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora