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- Alô, Thaís? - Juliette fala no telefone com sua irmã, sentindo um aperto no peito, um sentimento de preocupação. - Cecília está com você? - Juliette pergunta preocupada. - Já era para ela ter chegado...

A morena fala olhando constantemente para a porta, esperando que a filha entrasse a qualquer momento por ela com aquele sorriso no rosto.

- Falar para eu não me preocupar é o mesmo que pedir para que eu surte Juh. - Repreende a morena enquanto revirava os olhos.

- Tem alguém batendo na porta, calma. - Juliette diz e vai até a porta atender, por uns instantes enquanto abria, rezava para que fosse sua pequena Cecilia dizendo que havia perdido as chaves, mas assim que abriu e viu uma loira mais alta acompanhada de uma loira menor desolada, soube logo que sua intuição estava certa. Algo havia acontecido com Cecília. 

- Tia Juh... A Ceci... Eles... - Clara fala chorosa e nem conseguia terminar a frase sem que um soluço aparecesse.

O coração de Juliette disparava no peito, mas tinha que se manter calma, por Clara. 

- Calma Clarinha. Respira. - Juliette diz segurando nos ombros da garota e olhando para Vitória. - Olá Vitória. - Ela fala para a loira mais velha, que também estava preocupada. 

- Olá Juliette. Será que podemos entrar? - A loira pergunta com o tom de voz calmo,sabia que assim que Juliette soubesse, desmoronaria, era o que ela faria se fosse os papéis inversos. 

- Claro. Entrem. - A morena pede e suspira fechando a porta. Estava apenas prolongandoa notícia, seu coração sentia. - Querem uma água? 

-  N-não tia. Obrigada. - Clara agradece e respira fundo. - Desculpa entrar assim...Nesse estado. É que... Ainda não caiu a ficha. - Clara fala mexendo em seus dedos. Céus!  Se ela estava devastada, imagina Any quando soubesse... 

- Clarinha... Conte de uma vez. - Vitória pede segurando na mão da filha que estava tremendo no sofá. 

- Eu e Ceci estávamos num banco em uma das ruas que são acesso ao colégio. Coisa de 2 quarteirões. Brigamos sobre uma crise de ciúmes minha e sentamos em um banco para nos acertarmos. - Clara fala respirando fundo. - Estava tudo bem... Então a Cecília do nada se levantou e pediu para mim correr o mais rápido que eu podia e não olhasse para trás. Eu fiz isso, mas olhei para trás... 4 homens... Eles... - Clara fala e então volta a chorar. 

- Clara... - Juliette fala tentando segurar as lágrimas. - Preciso que termine, por favor... 

- Eles a sequestraram tia! Sequestraram Cecília! - Clara fala e volta a se desmancharnos braços da mãe, o sentimento de culpa martelava no peito da loira.

Por que ela correu? Por que não gritou por ajuda? Por que não ficou? Céus! Ela se sentia a pior pessoa do mundo, já era a segunda vez naquele dia.

- Ela mandou eu correr e disse que tava atrás de mim, eu corri, eu acreditei nela, mas quando olhei pra trás, ela estava sendo segurada por três homens, eles jogaram ela no porta malas e sairam. - A menina tremia dos pés a cabeça completamente devastada pela notícia que estava dando a mãe de sua melhor amiga, e quase namorada. - Eu... Eu não devia ter feito isso. - Ela fala se lamentando enquanto não deixava de chorar desesperadamente. - Eu a deixei... Eu a deixei lá! 

- Você fez certo Clara. - Juliette tranquiliza a garota enquanto deixava derramar as primeiras lágrimas daquele dia. Por que Ceci tinha que bancar a heroína? - Cecília é que quis bancar a heroína. - Juliette fala e revira os olhos com um sorriso mínimo ao lembrar da personalidade da filha. - Infelizmente querer bancar a heroína é de família. - A morena fala olhando para o recém curativo do braço. Droga!

O Acordo. - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora