"Marinheiro Só."

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Quatro semanas depois 

Lucas's POV 

Depois de descobrir o nome de Manu, nos víamos em praticamente todas as minhas idas ao instituto. Conversamos muito desde então. Até peguei seu número, nunca faltava assunto. Com isso, concluí que intimidade é uma desgraça e uma maravilha ao mesmo tempo. 

Another day, another dollar. Estava indo para mais uma aula no Instituto Vida e Arte, esperava encontrar Manu por ali hoje, mas, ao chegar, dei de cara com Juan. 

— Eaí, lucão? Tem planos pro fim de semana? 

Eu não tinha nada em mente. 

— Que eu me lembre não, por quê? 

Juan sorriu. 

— O pessoal quer fazer uma social em um barzinho aqui perto. Topa ir? Se não der, tá suave.

— Eu vou sim, tô livre no fim de semana. 

Ali mesmo eu já estava ansioso. 

As horas passaram muito rápido. Ao sair da sala, vi que Manu também estava de saída. 

— Eaí, Lucão. - ela me cumprimenta sorrindo. 

— Eaí, Manuzinha, tá bem? 

— Melhor agora. 

Atacante demais, bicho. 

Manu's POV 

Era nítido que eu perdia a postura perto de Lucas. Mas tentava de todas as formas manter a pose. Por algum motivo, eu estava feliz. 

— Já conhece o instituto por inteiro, Lucas? 

Ele nega, estava confuso. 

— Quer fazer um tour agora? 

— Topo, com você vou a qualquer lugar. 

Eu estava boba demais. 

Mostrei para Lucas algumas salas do instituto. Onde ficava o curso de desenho, ginástica artística e rítmica,onde aconteciam os cursos técnicos de costura e design de moda, dança contemporânea, modalidades de luta como judô, taekwondo e a minha favorita, a capoeira. 

— Chegamos numa hora boa. 

— Por quê? - ele pergunta. 

— Sou apaixonada por capoeira, as vezes, antes de ir embora dou uma passada aqui pra jogar. 

— Jogar? 

— É, jogar. Capoeira não é uma luta em si, é um jogo entre dois malandros. O objetivo é derrubar seu adversário. 

Lucas prestava atenção em tudo o que eu dizia. 

Fomos até a quadra onde estava tendo a roda de capoeira, conhecia o mestre de lá então achei que seria legal me exibir um pouco. 

O mestre da roda, era meu colega de escola, começou a dar aulas aqui há um tempo. Assim que me viu, Marcos já me chamou pra entrar. 

— Mostra o que eu te ensinei, Anãzinha. 

Marcos falou sem deixar de mandar na roda. 

Era minha cantiga favorita, "Marinheiro Só". 

"Eu não sou daqui. Marinheiro só.

Eu não tenho amor. Marinheiro só.

Eu sou da Bahia. Marinheiro só.

Line Without a Hook - Inutilismo Fanfic. Onde histórias criam vida. Descubra agora