Era quarta-feira, tinha tido um dia péssimo. Só queria chegar em casa e dormir. Não consegui me concentrar em nada o dia inteiro, Minha mente estava revirada. Me sentia cansada.
— Ih ... Que carinha é essa, Manu? - Juan perguntou assim que me viu. De fato minha cara estava horrível.
— Nada não, tá tudo bem.
— Manuela Queirós, não minta pra mim.
Porra, ele me conhecia tão bem. Fomos até o refeitório do Instituto e depois de tomar dois copos grandes de café eu contei o que aconteceu
— Flagrei o Lucas ontem com a ex-namorada dele. Na casa dele.
— Como assim, Manuzinha?
— Tinha ido lá porque tínhamos combinado de viajar, a gente ia pra Ubatuba, numa casa que ele alugou com uns amigos... Mas, assim que entrei lá... A maluca da Beatriz tava em cima dele.
— Ele não fez nada?
— NÃO! Quando percebeu que eu estava ali ficou me encarando, o olhar dele era de pânico. Certeza que eles ficaram.
— Como pode ter tanta certeza?
— Nada me tira aquela imagem da cabeça, eles estavam juntos, a mina tava botando ele contra a parede, Juan!
— Isso eu entendi. Mas não entra na minha cabeça ter rolado algo entre os dois, essa mina fez da vida do Lucas um inferno. O cara nem suportava falar o nome dela.
— Eu não sei... Não quero pensar nisso. Pelo menos não agora. Eu só quero chorar.
Manu estava destruída. Queria respostas mas não queria mais olhar na cara de Lucas, isso fazia algum sentido? Para ela, fazia totalmente.
— Acho que eu vou pra casa. A gente conversa depois, pode ser?
Manu se levanta e se despede de Juan. Se dispõe até a chamar um Uber pra ir para casa. Não queria que ninguém a visse chorando pela rua, era melhor assim. Pensava em como se iludiu com Lucas e como se sentia culpada, na sua cabeça ela poderia ter evitado passar por isso tudo desde o início, então, a culpa caía sobre seus ombros. Ao chegar em casa, viu um bilhete de dona Leonora onde dizia que a mesma iria viajar a trabalho e passaria os próximos meses fora, tinha comida na geladeira para o resto da semana e ela já tinha trocado a areia do Loki, também mandava um abraço e um puxão de orelha para Lucas, sentiu ali seu coração apertar. Queria sair gritando por aí com as mãos na cabeça como uma lunática, mas também queria ficar quietinha enrolada em suas cobertas junto a um belo pote de sorvete de passas ao rum enquanto assistia uma comédia romântica qualquer. Naquele momento, chorar era a melhor opção.
Assim que chegou em casa, se atirou na cama, agarrou o seu travesseiro e começou a chorar como uma criança que ralou o joelho. Ao olhar o visor do celular, haviam inúmeras mensagens de Lucas e 5 chamadas perdidas. Não queria ler nada naquele momento.
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Line Without a Hook - Inutilismo Fanfic.
FanfictionEla mais parecia um tufão de tão intensa. Ele era a calmaria em pessoa. Ela era da noite e bares lotados. Ele amava a praia. Ela é da dança. E ele, da música.