"Você é um idiota"

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Os dias se passaram, Lucas não tinha aparecido no instituto, não respondia ninguém, não atendia o celular. Viajariamos na sexta, mas por conta do que rolou, obviamente eu não apareci. Arthur e Marcelo me mandaram mensagens perguntando se eu sabia do Lucas.

"manu?" - Era uma mensagem do Marcelo.

"eai, marselo."

"olha manu,
eu não quero te preocupar, mas você tem notícias do lucas?"

Gelei na hora.

"não ...
imaginei que ele estivesse com vocês na praia."

"ele não apareceu, a gente tá tentando falar com ele, mas nem sinal de vida ele dá."

A intenção não era me preocupar, mas não adiantou. Eu já tava preocupada.

"eu sei o que aconteceu entre vocês
mas por favor, tenta falar com ele
vê se ele tá vivo pelo menos."

"tá ...
eu vou ver o que consigo fazer"

"valeuu, manu ♥️
manda notícias daquele arrombado."

Beleza, hora de fazer uma loucura. Invasão de propriedade privada ainda é considerado crime?

Era nítido que eu estava preocupada com ele. Mas ao mesmo tempo também estava com raiva. Precisávamos conversar e eu sabia disso, eu estava cansada de mandar mensagens e não conseguir respostas concretas. Então, em um ato de loucura, peguei um casaco, chamei um Uber e fui até o seu apartamento só com a cara e a coragem.

Ao chegar, e ao abrir a porta, vi que seu cachorro, Adilson, estava agitado. Era como se ele quisesse me mostrar alguma coisa, meu coração acelerava. Ele vinha até mim, e depois corria até o quarto de Lucas latindo sem parar. Quando entrei no cômodo entendi o que se passava. Lucas estava deitado na cama e provavelmente estava doente há alguns dias, estava se negando a ir em um hospital. Perto da mesa de cabeceira tinham garrafas de bebidas alcoólicas, uma de Askov, outra de Velho Barreiro e uma de licor de canela com whisky (Fireball, o seu favorito). Ele estava tentando se matar?

— Lucas? - o chamei uma vez, sem sucesso.

Adilson estava sentado perto da cama, tentava subir mas por ser muito pequeno sempre acabava caindo.

Me aproximei da cama, ele estava pálido, vi que seu corpo tremia e quando toquei sua testa com o dorso da minha mão até me assustei, ele queimava de febre.

— Lucas, acorda. - chamei mais uma vez, um pouco mais alto.

Ele aperta os olhos devido a claridade, parece sentir alguma dor.

Lucas estava acordando, seu corpo estava suado.

— Manu? O que cê tá fazendo aqui?

— Ah, nada. Só vim me certificar que você tava vivo.

— Achei que não quisesse me ver.

— Antes que pergunte, sim, eu tô muito puta com você. Mas, mesmo querendo te matar eu não posso negar que tô preocupada, sei que você não tá nada bem.

— Como tem tanta certeza? - Lucas tenta se levantar, por conta da dor, acaba ficando num meio termo entre deitado e meio sentado.

— Lucas, você precisa de ajuda. Me deixa cuidar de você. - tento me aproximar, mas ele recua.

Line Without a Hook - Inutilismo Fanfic. Onde histórias criam vida. Descubra agora