Capítulo 18

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Já fazia três meses que o pai dela havia falecido e a vida de Isabella havia recuperado o velho ritmo, a sua vida social se resumia a festas e jantares com os amigos de Victor. Com regularidade ela acabava conhecendo alguma ex-amante do marido, pois o círculo era relativamente pequeno e quase sempre frequentado pelas mesmas pessoas.

Isabella estava cansada daquela vida fútil, onde todos viviam de aparência e a importância de cada um era avaliado pelo tamanho da conta bancária. Esse quesito era primordial para os homens, pois a maioria das mulheres estava lá atrás do dinheiro deles, seja como amante ou para arrumar um marido.

Madeline Fox se encaixava perfeitamente nesse quadro, pois após ter sido abandonada por Victor já estava no terceiro amante, sempre em busca de algum que a pedisse em casamento.

O encontro entre elas era sempre desagradável, com muitas insinuações maldosas por parte de Madeline sobre seu romance com Victor. Isabella odiava que seu marido a obrigasse a conviver com aquelas pessoas, ele apenas achava graça de suas reclamações e dizia que isso a deixaria mais forte e segura em seu traquejo social.

Várias semanas após a morte do pai dela, Isabella finalmente conseguiu sair do radar de Victor e ir ao escritório de advocacia que atendia seu pai na época em que estava vivo. O Advogado foi muito gentil com ela e lhe explicou os detalhes do contrato que seu pai havia assinado com Victor na época em que ela aceitara casar com ele. Isabella tomou ciência de que caso ela pedisse a separação, todas suas ações passariam a ser de Victor e a mãe perderia sua parcela nos rendimentos da empresa.

Ela viu que Victor dificultava ao máximo a vida dela e as tentativas dela de se libertar do domínio dele. Aproveitando que estava na rua, ela foi ao banco conferir o valor que o pai havia depositado em sua conta. Ela ficou encantada ao descobrir que havia 2 milhões de libras em sua conta e ela ficou abismada com o valor. Esse dinheiro seria suficiente para ela e a mãe viverem tranquilamente por muitos anos. Nesse meio tempo ela poderia voltar a estudar e depois trabalhar.

As aulas do próximo semestre iriam iniciar dentro de 30 dias, tempo suficiente para ela se separar do marido e voltar a morar com a mãe. O único empecilho nesse momento era a mãe dela que precisaria ser convencida a aceitar a perda do dinheiro da empresa. Isabella saiu do banco e voltou para casa mais confiante e determinada que nunca. Esse dinheiro deixado por seu pai era a sua carta de alforria, iria se libertar daquele homem dominador que não respeitava seus desejos e aspirações.

Quando chegou em casa, o seu celular estava tocando, era Victor querendo saber onde ela tinha ido.

- Por que você não atendeu a ligação? Faz mais de uma hora que estou tentando falar contigo – ele berrou do outro lado da linha.

- Estava entediada de ficar sozinha aqui dentro e fui dar uma volta no Royal Park ela falou com calma. Esqueci o celular em casa e só dei falta dele quando já estava no parque – ele falou se segurando para não retrucar com grosseria.

- Nunca mais saia de casa sem ele! Estou ligando para avisar que vamos em um jantar e para você ficar pronta para às 20 horas – ele falou ainda irritado com ela.

- Não aguento mais esses seus jantares idiotas, cheio de pessoas fúteis e invejosas – ela reclamou sem vontade de ir.

- Quando você casou comigo já sabia que uma de suas funções era me acompanhar sempre em todos os eventos sociais, então não quero ouvir reclamações de sua parte. Tenho que desligar, então só faça o que mandei – ele falou com raiva ao desligar o telefone.

Isabella estava começando a colocar as asinhas de fora e ele não estava gostando nada disso. Ele achara que ela seria sempre dócil e cordata, mas ela estava mudando e já começava a enfrenta-lo com mais frequência e isso o incomodava profundamente.

Mais uma noite chata, com pessoas mais chatas ainda, ela pensou aborrecida ao procurar um vestido para usar. Depois de procurar muito, ela chegou à conclusão que precisava de roupas novas, ou começaria a repetir os modelos já usados, pois era tanta festa e jantares, que seu guarda-roupa não dava conta.

Naquela noite eles foram novamente em um jantar oferecido por Erick, que dessa vez era para alguns empresários norte-americanos. Ele havia convidado Victor para participar, pois esse também tinha interesse em negociar com os americanos. Como os homens estavam sem as esposas, Erick convidou algumas amigas para completar os casais à mesa.

O único que estava levando a esposa era Victor e Isabella teve um péssimo sentimento quando viu Erick receber Madeline e uma loira que ela não conhecia.

Após as apresentações, as duas se grudaram nos dois americanos e se mantiveram longe dela, enquanto todos tomavam seus aperitivos antes do jantar. O clima só esquentou depois de todos estarem sentados a mesa e Madeline ficar sentada de frente para eles.

Isabella havia reparado que Madeline estava bebendo muito e que poderia se tornar inconveniente outra vez, isso acontecia com frequência. Isabella sentiu um movimento embaixo da mesa e notou que Madeline esfregava a perna em Victor. Ela olhou para o marido que se mantinha impassível, enquanto conversava com Paul Ford, um dos convidados de Erick.

Isabella procurou ignorar a provocação da mulher e tentou prestar atenção ao que falava o outro americano sentado ao seu lado chamado Ed.

Madeline repetiu esse gesto várias vezes e em uma das vezes, Isabella levantou discretamente a toalha de mesa e viu o pé da mulher entre as pernas do marido, fazendo um movimento com o pé de vai vem sobre o pênis dele, que lembrava o cavalgar.  Victor percebeu que Isabella estava vendo o que estava acontecendo e sorriu com ironia para ela, o que a deixou furiosa. Se ele achou que ela iria ficar com ciúme, ele iria cair do cavalo, pois ela iria usar o que estava acontecendo em favor de seus planos pessoais.

- Você gosta de cavalgar Isabella? – Madeline perguntou com doçura.

- Na verdade não – Isabella respondeu sem entender onde ela queria chegar.

- Pergunto porque seu marido adorava dar uma cavalgada comigo – ela falou com malícia.

- Na verdade eu não me importo com o que meu marido gostava de fazer antes de casar comigo – Isabella falou tentando mostrar indiferença.

- Mas deveria querida, senão daqui a pouco outra pode substituir você na cela dele – Madeline falou com maldade, o que deixou um clima tenso na mesa.

- Está se candidatando querida? – Isabella perguntou com pouco caso.

- Por que não? Já estou bem familiarizada com o cavalo dele – ela falou fazendo beicinho e Isabella compreendeu que ela estava falando do pênis do marido.

- Sinta-se a vontade para aceitar o convite, se ele o fizer – Isabella falou com indiferença o que irritou Victor.

- Pare com isso Madeline, você está sendo inconveniente e constrangendo os convidados de Erick – ele falou com aborrecimento, grande parte por causa da indiferença demonstrada pela esposa.

Victor não havia repelido as investidas de Madeline, pois achou que iria despertar o ciúme da esposa, mas Isabella havia se mantido fria e distante, ignorando totalmente os avanços da mulher. Por fim, a brincadeira havia perdido a graça e  ele agora se demonstrava aborrecido com a situação.

Isabella agora demonstrava uma expressão serena e introspectiva, até parecia que ela estava exibindo um leve sorriso que lembrava o quadro da Monalisa.  Victor não gostou nada do que viu, pois percebeu que enquanto ela demonstrava um rosto sem grande emoção, seus pensamentos pareciam estar a quilômetros dali. Quando chegassem em casa, ele tentaria descobrir o que se estava passando com ela...


E então, qual será a atitude de Isabella perante seu marido mandão?

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Prisioneira Dos Seus DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora