CAPITULO 12

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Eles estão tão desesperados em conseguir minha ajuda que usaram até uma criança, foi nesse exato momento que sai da sala e corri para o meu quarto e me sentei na beirada da cama apertando minhas mãos.

Fagner veio atrás de mim e se sentou ao meu lado, e lá na porta estava meus amigos me assistido até que a Fran fechou a porta, fiquei agradecida, eu e o Fagner ficamos em silencio até que senti suas mãos sobre as minhas seu toque foi gentil.

-Vai me dizer para ir lá e doar, não é?

- Faz o que você achar melhor, mas eu te conheço e sei que se ele morrer você não vai pensar nele e vai pensar nessa menina.

- Ela pode crescer sem um, eu cresci sem um.

Falo para ele.

- Sim você cresceu, você e seu irmão se tornaram tão unidos que é incrível de se olhar.

Olho para ele e para a porta, existe uma batalha travada dentro de mim, só paro de olhar para a porta quando o celular dele começa a tocar.

-é o Geovane ele deve ter visto que liguei.

- Não diga, não fala nada para ele, esse é o momento dele.

Fagner me olha, e mesmo sem dizer uma palavra eu vejo uma luta constante em seu olhar , se ele deve contar ou não para o Geovane o que está acontecendo, e então ele atende e acaba falando outra coisa para o Geovane, acabo por fim me levantando andando até o banheiro parei na pia e me olhei no espelho, lavei meu rosto e passei a toalha, me sentia como um navio quando naufraga.

-Vou fazer isso.

Fagner esta atras de mim e mesmo que ele esteja em silencio eu sinto seus olho em mim, olho de volta para o espelho e posso ver ele me olhando, ele não me impede, não me julga .

Para chegar ao hospital foi uma tortura, muitas e muitas vezes quis recuar para trás e voltar para a minha cama.

Mas lá estava eu andando feito uma pessoa sem vida, os filhos que ele criou estavam inconsoláveis chorando um pertinho do outro e a mãe deles estava sentada no banco chorando segurando um lencinho na mão, seus cabelos cacheados batiam até os ombros, ela levantou a cabeça e me olhou depois do filho falar algo em seu ouvido, uma mulher negra bonita de quadris largos bem vestida ,me lembrei da minha mãe que largou a faculdade para ajudar ele a pagar a faculdade de direito, ela abriu mão de si mesma por ele.

Levantei a minha cabeça e passei bem longe deles, daquela família.

A enfermeira sorriu em minha direção me levando para tirar o sangue em minhas veias, foi naquele momento que começou a luta dentro de mim, a crise de ansiedade começou a vir devagarinho, quanto mais eu lutava com as lembranças em minha mente pior eu ficava.

Fui sugada por uma nevoa de magoas raiva rancor e tristeza, aquilo me consumia por inteiro , aponto de querer sumir, quando eu fui liberada Fagner ficou me olhando ele já havia notado que eu não estava bem, mas continuei com a minha nevoa o caminho todo fora do hospital.

E antes de entrar no carro eu a vi a mulher que levou o meu pai para longe de mim, que ofereceu a ele o que nós não tínhamos para dar, não éramos o suficiente o nosso amor não foi o suficiente. Seus quatro filhos a rodearam como se fosse um escudo contra mim.

Entrei no carro, e Fagner fechou a porta já estava ficando escuro, fiquei olhando para fora o tempo todo o caminho e vendo nada só escuridão, minhas roupas coloridas é para esconder a camada escura dentro de mim .

Queria que ele morresse ..

Queria que ele vivesse... para poder dizer foi eu que doei o sangue, e depois rir da cara dele.

Eu fiquei assim presa na nevoa por dias, não conseguia me levantar da cama mais, não tinha forças para tomar banho a nevoa me sugava, queria tomar meus remédios e acabar de vez com a névoa.

ACABAR DE VEZ COM A MINHA vida .

- Geane já chega de ficar assim.

Fagner está bravo pela quinta vez comigo.

- Você está fedendo logo os urubus vão começar a rodear por aqui.

Ele continua falando abrindo as janelas, jogando o lençol de lado e me levantando da cama.

Me levando até o banheiro abrindo o chuveiro na água gelada ,e me colocando debaixo, eu mal sinto minhas pernas por causa da fraqueza sinto tontura por ficar muito tempo na cama .

- Seu irmão está vindo eu tive que contar para ele o que está acontecendo, era isso que você queria que ele deixasse os sonhos dele para ficar aqui.

Ele passa o sabonete em meu corpo, mas eu empurro sua mão.

- Eu não quero meu irmão para ficar cuidando de mim Fagner nem você, eu quero ficar sozinha sem ninguém, eu não quero ser um estorvo para você e para ninguém.

Ele olha para longe ,e depois olha para mim.

- Você tem que parar de deixar essa coisa te dominar.

-E você acha é assim fácil, não é?

- Não deve ser ,mais ao menos tenta lutar ,e não fica deixando essa porra dominar você.

- Eu estou lutando Fagner.

Pego a toalha que estava sobrea porta puxando-a e depois enrolando em meu corpo, piso firme no chão para não cair, olho para o Fagner que mesmo vestido acabou se molhando. Ele aperta sua mão e me olha firme ele vem pisando duro no chão, mas para de andar quando está na minha frente.

-Vaipara a sua casa ou pra casa do seu pai não me importa, mas eu não o quero aqui

-Sabe até que demorou pra você começar a me expulsar.

Ele fala para mim e depois sai furioso comigo, ouço o som da porta quando ele a bate.

Parecendo uma lesma gosmenta rastejando me sentei na minha cama com a toalha enrolada em meu corpo levei as mãos em meu rosto, não queria que ele fosse ,mas também não queria que ele ficasse com alguém como eu .

CAPITULO DEDICADO AS MINHAS DIVAS QUE SOFREM COM DEPRESSÃO 

E CRISES DE ANSIEDADE .

UM BEIJO E UM ABRAÇO BEM APERTADO 

Geane .Conto inter racial Onde histórias criam vida. Descubra agora