O Coração de Dois Rivais

XIX

Edgar Woodbead

Odeio a minha vida com todas as minhas forças, como é possível que ela cause esse maldito efeito em mim?

Desde aquele dia da Lia a situação está muito complicada, segui o conselho do Ian, ou melhor a ordem dele e fiquei longe dando todo o espaço para que ela pudesse pensar. Mas isso está me matando e pra melhorar tudo, a srta.Nighy chegou a uns dez minutos e soube que tinha acontecido alguma coisa quando ela não me disse nem um simples olá.

Nesse momento já estou pensando em todas as mancadas que dei na minha vida e não foram poucas.

Estou realmente tentando me afastar dela mas é tão difícil, ela está sempre fazendo alguma coisa que me faz a olha-lá e acabo ficando fitando-a por mais tempo que o recomendado. Por que?

Porque sou completo idiota, essa é a verdade meu povo. Um idiota apaixonado para piorar a minha situação, pensa o quão fudido eu estou. Por que tinha que me portar como um babaca?

Poderia estar na cama dela nesse momento a ensinando um monte de coisas, mas não, eu tinha que transar com a Raven e botar tudo a perder.

E pra piorar tem meu pai, minha mãe e a Lia para me jogarem na cara o fato que eu fui domado pelos encantos da srta.Nighy que na verdade é sra.Woodbead a muito tempo, mesmo que eu negue isso até a morto caso me perguntem. Assim como ela, já que ao que tudo indica nunca citaremos aquela noite e as quatro deliciosas semanas que a seguiram.

Por que caralhos eu estraguei tudo?

É melhor parar de pensar nisso pelo bem da minha saúde mental, que por um acaso está por um fio.

- Nos precisamos conversar! - Moni afirma e se senta na mesa de centro a minha frente, é hoje que eu morro.

- Tem que ser agora? Estava vendo um filme - Respondo indiferente a sua presença e a vejo ficar impaciente, ela pega o controle da minha mão e desliga a televisão sem nem olhar pra tela.

- Você tem uma explicação para me dar sr.Woodbead e a quero agora - Ela pontua e a olho confuso, do que caralhos essa mulher está falando?

- Sobre o que exatamente? - Questiono completamente alheio a raiva que estava estampada em seu rosto, medo dela me descer o soco a qualquer momento.

- Sobre esse colar que está no meu pescoço - Ela explica e o arranca com brutalidade fazendo a corrente estourar, por sorte o pingente se salva e ela o estende para mim.

- O que tenho haver com esse colar? - Questiono na maior cara lavada, vejo o ódio em seu olhar e ela respira fundo diversas vezes acho que tentando se acalmar.

- O que você tem haver com esse colar? - Moni ri sem humor e começo a ter medo dela - Sabe até onde me lembro dessa história foi você que o deu pra mim, mas disso você já sabe a muito tempo. Então vamos lá querido para a pergunta que não quer calar, por que você não me contou que era você? - Os olhos dela estavam assustadores assim como toda a sua expressão, parecia realmente estar se controlando para não voar no meu pescoço.

- Por que tem tanta certeza que fui eu que te dei esse colar? - Pergunto tentando parecer alheio a situação, mas na verdade estava começando a ficar desesperado, preciso que alguém me salve.

- Estava vendo os álbuns da sua família e me deparei com essa foto - Minha esposa começa a explicar e me estende uma foto minha, devia ter uns 4 ou 5 anos - Eu reconheceria meu amigo de infância em qualquer lugar esse menininho é ele, então pare de tentar me enrolar e haja como um homem adulto e me explique exatamente o motivo de eu não saber que o meu ex-melhor amigo é na verdade o meu marido - Moni parecia ao ponto de explodir não sei se de raiva ou decepção, talvez as duas coisas.