VII

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Monique Nighy

Hoje é 29 de novembro. Passamos um bom tempo conhecendo vários países e nesse momento estamos voltando para casa em um vôo particular para variar um pouco, por sorte depois daquele incidente no hotel nada de mais aconteceu, decidimos não tocar no assunto.

Assim como o Edgar sinto falta de casa, é tão bom ficar na sua cama, no seu quarto, no seu lar. Viajar continua sendo maravilhoso mas, é melhor ainda voltar para casa e descansar.

Ontem avisamos aos nosso pais que estávamos voltando e é claro que ficaram felizes por receber notícias dos filhos "desaparecidos", admito que adorei bloquear qualquer contato com eles por esses dias.

Nessa lua de mel, pude pensar na minha vida e percebi que nunca fiz nenhuma loucura só com o Edgar nesses dias tipo pular de paraquedas, escalar, esquiar, patinar, etc. Mas nunca vivi nenhuma aventura por mim mesma, sempre estava ocupada de mais sendo a filha perfeita e obediente, nunca saindo da linha e respeitando todas as regras, jamais errando ou chorando, para sempre um mar de sorriso falsos.

Mas cansei, eles me obrigarem a casar foi a última coisa que suportei calada...

Chega, chega de ser a filha perfeita. Chega de ser perfeita,  não aguento mais isso, só quero paz e talvez amor?

Não amor é para os fracos, quero poder.

Esse casamento irá acabar por bem ou por mal o mais breve possível. Cansei de sorrir docemente para o meu marido, a minha educação vai continuar mais o bom humor vou pensar...

Adoraria que as coisas fossem mais fáceis, mas como não são vou me virar como uma verdadeira Nighy, se tiver uma pedra no seu caminho a destruirei de dentro para fora.

- Moni? Moni, acorda. Já chegamos - Sou acordada dos meus devaneios pelo Edgar me balançando.

Tinha me esquecido que já tínhamos saído do avião e o Edgar estava dirigindo sua amada Ferrari, acreditam que ele a chama de Lilith?

Quando chegamos só faltou que ele beijasse o carro, a adorável secretaria dele que descobri se chamar Raven veio nos cumprimentar alegremente e a própria tinha trazido o carro. Ela era linda loira com olhos verdes, uma verdadeira modelo fora da passarela que adora dar em cima do meu marido o qual tenho plena certeza que já dormiu com ela e mais de uma vez.

O pior da situação no aeroporto foi que ele respondia cada uma de suas indiretas/diretas com uma piscada maliciosa, na minha frente ainda por cima.

- Moni, você está bem? Parece chateada - Ele pergunta tirando uma mecha do meu cabelo que caia sobre meus olhos.

- Estou ótima, com sua licença - Falo e saio do carro batendo a porta com força e abrindo a porta da nossa nova casa, escolhida por mim antes de irmos para a lua de mel.

Não era a maior casa que já morei, mas é muito confortável com seus dois andares.

O primeiro andar da casa não me agradava muito era constituído por uma sala grande, uma sala de jantar, uma cozinha, um banheiro e um lavabo.

Mas eu certamente escolhi essa casa pelo segundo andar e suas várias suítes, uma biblioteca que possuía uma adega secreta, uma sala de TV com lareira, três escritórios, um cinema particular, uma sala de jogos só pro Edgar não reclamar mesmo e dois banheiros à parte.

O Coração de Dois Rivais Onde histórias criam vida. Descubra agora