Capítulo 4-Você me paga

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Pedro

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Pedro

Por incrível que pareça, ela foi . . . excelente?

Caiu algumas vezes, claro. Mas parecia que já tinha experiência. Conseguiu terminar a luta com a espada apontada para o anão.

— Para a sua sorte — ela me entregou a espada. — Rei Pedro, o Magnífico. Minha família adotiva é de descendência asiática. Uma das nossas "obrigações" é saber lutar. Não tenho muita prática é claro, mas digamos que . . . — ela chegou mais perto de mim. — Dá pro gasto.

Ela olhou no fundo dos meus olhos e saiu. Meu coração acelerou nessa hora, sentia a batida na garganta. Mas ao invés de sentir raiva, eu fiquei orgulhoso.

— Sorte de principiante, então. — tentei parecer desafiador.

Ela sorriu convencida.

— Não é que a trompa funciona mesmo? — o anão estava incrédulo.

— Que trompa? — Susana deu um passo para frente. Ela estava atenta.

Dina

— Está com medo? — perguntei para Saulo que estava com um dos remos.

— Por estar aqui? — eu fiz que sim com a cabeça. — Ainda não acredito, na verdade. Parece um sonho.

— Sei bem como é . . . — eu ri.

— Você era amiga deles? Quero dizer, do Pedro eu sei que é, mas dos outros...

— Fica quieto! — eu dei uma cotovelada em seu braço. — Está tão na cara assim?

— Suas bochechas acabaram de ficar vermelhas. Sim, está.

— É tão doido ver ele... — falei olhando para onde ele estava, e quando me virei novamente Saulo me lançou um olhar malicioso. — Eles, quero dizer. Todos eles fizeram parte de momentos muito importantes para mim.

— Você era uma soldada? Em Nárnia?

— Que?! Ah, não. Seria a primeira a morrer, bom . . . naquela época, né? Agora já sou uma profissonal. — eu ri e pisquei para ele.

— Duvído. Você só não enfrentou alguém do seu tamanho.

Não deu para aguentar, eu comecei a ter outro ataque de riso. Talvez Nárnia me deixe mais feliz.


Pedro

Qual a graça, hein? Esses dois não param de rir, não? Parecem dois bobos! Menino sem sal, não sei o motivo da risada . . .

— Perdeu alguma coisa lá, Pedro? — Edmundo me fez virar a cabeça de volta para ele. — Ou será que perdeu alguém?

— Vai cuidar da sua vida! Eu não perdi ninguém!

— Só estava brincando — ele colocou as mãos para cima.

Revirei os olhos e inconscientemente voltei a olhar os dois.

— São árvores, esperava o quê?

— Bom, elas dançavam... — a conversa de Lúcia com o anão fez com que todos nós olhássemos para eles, inclusive Dina e seu amiguinho, que finalmente pararam de brincadeira.

— Logo depois que vocês saíram os Telmarinos invadiram. Os sobreviventes se esconderam nas florestas. E as árvores se fecharam tão profundamente que nunca mais foram ouvidas.

— Eu não entendo... — Lúcia parecia magoada. — Como Aslam permitiu isso?

— Aslam? — ele riu. — Pensei que ele tivesse nos abandonado que nem fez com vocês.

— Não quisemos abandonar Nárnia. — me intrometi.

— Não faz diferença agora, faz?

Eu suspirei.

— Leve-nos até os narnianos. E fará.


Dina

Ao chegarmos em terra — ou melhor, areia firme, — eu e Lúcia começamos a andar juntas e a observar a praia, o sol estava quase se pondo.

— Olá, urso! — Lúcia falou para um animal que estava de costas para ela.

Ele se virou para nós e fez um som estranho.

— Lúcia — falei tocando em seus ombros. —, acho que não é uma boa ideia. Lembra do que o anão disse sobre o-

— Está tudo bem, somos amigos! — ela me ignorou e andou para mais perto dele.

O animal fez uma posição um tanto selvagem.

— Lúcia! Corre! — tentei chamá-la quando vi que o urso caminhava mais rápido até nós.

— Ele não vai nos fazer nenhum-

— Não se mecham! — o Anão gritou.

Isso não é bom.

Isso não é nada bom.

Lúcia começou a correr enquanto eu segui o conselho de ficar parada, por mais que eu tremesse de mais.

Meu grito foi interrompido pelo barulho de uma flecha.

— Aí! — eu falei ao cair no chão. Olhei para mais longe e vi que o urso estava morto e perto de mais de mim, arrastei meu pé na esperança de me afastar.

— Por que ele não parou? — Susana ainda estava com uma flecha na mão, então não havia sido ela.

— Porque estava com fome. — o Anão vinha caminhando até mim.

— Foi você que o matou? — falei olhando para cima. Engraçado dizer isso.

— Não. — ele me olhava torto.

— Então quem... — eu me levantei. — Foi você?

Saulo estava com um arco na mão. Eu não conhecia mesmo ele.

— Foi, mas eu só matei o animal. — ele parecia desconfortável.

— Obrigada, mesmo! Você salvou minha vida! — eu corri até ele.

— Dina! Está bem? — Pedro veio em minha direção na hora que ia abraçar Saulo.

— Estou, graças a ele — eu sorri e Pedro passou o braço por trás.

— Ele era selvagem? — Edmundo se aproximou de nós.

— Seja tratado como um animal burro por muito tempo, e é isso que você e virará. — o Anão parecia magoado, e eu me senti mal também.

A coisa foi grave mesmo.

— Era para ele falar? — perguntou Saulo — Isso era tipo uma terra mágica?

— Isso é uma terra mágica! — Lúcia o olhava como se quisesse acreditar em suas palavras.

Apertei os meus olhos e Pedro me apertou mais ainda quando o coração do urso foi retirado.

Que horror.

Depois desse episódio terrível me dei conta de que estava praticamente agarrada em Pedro, e meu coração estava acelerado. Tentei me afastar na esperança de que ele não ouvisse o barulho.

Ah, Pedro Pevensie.

Você me paga.

Guerra de Ilusões- Pedro PevensieOnde histórias criam vida. Descubra agora