Pragnieinie

Płatki

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Naruto decidiu que seria o próximo líder antes de completar doze anos, depois que retornou do treino de atletismo, acompanhando um entardecer alaranjado de um dia quente de primavera.

Foi naquele dia que ele matou pela primeira vez.

Seus pais nunca esconderam quem era, seus avós maternos eram um pouco mais cuidadosos, porém. Moravam todos na mesma casa espaçosa e de cores alegres que deveria ser o lar mais aconchegante para uma criança alegre e cheia de energia como ele crescer, mas aos cinco anos seu pai sentou-se ao lado dele na cama e foi contando aos poucos sobre eles, explicando porque a casa deles sempre estava cheio de pessoas sérias e assustadoras, porque ele não podia ficar longe dos seguranças nem mesmo na escola. Levou um tempo para entender tudo completamente, por isso conseguiu se acostumar e encarou tudo com naturalidade.

Longe do olhar afiado de Mito, sua mãe lhe ensinou a se defender quando ele completou seis anos, era o segredo dele e da mamãe que a vovó jamais poderia saber. Minato lhe ensinou a mirar e atirar os mais diversos tipos de facas e canivetes, e desde que ganhou um par de facas personalizadas com o símbolo do clã no seu aniversário de oito anos, ele as carregava para todos os lados.

Quando viu os carros pretos parados na entrada da sua casa, soube que seus pais estavam ocupados e decidiu ir direto para o quarto da sua irmãzinha. Yona  não fazia nada além de chorar, comer e balbuciar sons estranhos e Naruto já a amava de uma forma que seu coração não conseguia entender ou explicar. Correu pela casa silenciosa e estranhou não ver os dois seguranças na porta que tinha um grande coração rosa com o nome da irmã pendurado mas não fez caso, estava na segurança do seu lar afinal.

Naruto não hesitou nenhum segundo depois que abriu a porta e viu um homem desconhecido segurando um travesseiro no rosto da sua irmãzinha. Tirou a faca do suporte da sua costas e atirou com precisão na garganta dele, tudo no tempo de um piscar de olhos. Empurrou o corpo sem vida para checar sua irmã e suspirou aliviado ao ver sua barriga cheinha subir e descer no esforço dela para respirar enquanto chorava ruidosamente. Viu uma sombra crescer atrás dele, era alguém movendo silenciosamente pelas suas costas.

Esperou até o último momento e relaxou o corpo, flexionando um dos joelhos para abaixar. Seu pai lhe ensinou várias vezes que homens grandes sabem usar apenas a força e lhe treinou para que fosse rápido e ágil. Depois que conseguiu escapar do ataque surpresa, Naruto tirou a segunda faca personalizada da perna direita e a cravou no joelho dele, acertou a outra perna com toda força em sua mão e o homem despencou no chão. Naruto engatinhou para não ser esmagado, mas o homem agarrou, o puxou pelo tornozelo e sentiu o ombro arder, ele trincou os dentes e aguentou, firmou o aperto na faca e virou-se, cravando a lâmina até o cabo no peito dele e parou somente quando o homem parou de se mexer.

Yona estava chorando com tanto sofrimento que ele obrigou-se a levantar e segurar a mão da irmã pela grade do berço.

-Shh… shh… Jestem tutaj, siostra. Nie bój się, jestem tutaj (estou aqui, irmã, não tenha medo. Estou aqui).

Funcionou. Yona parou de chorar alto. Não demorou muito para sua mãe aparecer. Minato checou os homens e ela correu para pegar Yona em um dos braços e puxou Naruto para perto com o outro braço, Minato abraçou os três e seguranças armados entraram. Só então percebeu que os dois homens que sempre via na porta da sua irmã e bagunçava seus cabelos eram os mesmos caídos no chão. 

O caos que veio depois, as perguntas e o interrogatório, Naruto acompanhou tudo de perto por pura insistência. Ao que parece os seguranças foram coagidos a mudar de lado para proteger as famílias, o plano era sufocar Yona durante o sono para parecer uma morte natural. Ele não viu, mas ficou sabendo que Kushina e Minato atearam fogo nas casas deles, depois de certificar-se de que nenhum familiar estivesse em condição de escapar, naquela mesma noite.