Grant olhou para os monitores de computador na sala de controle escura, sentindo uma certa irritação. Não gostava de computadores. Sabia que isso o tornava defasado, antiquado como pesquisador, mas não dava a mínima. Alguns dos rapazes que trabalhavam para ele tinham queda para os computadores, uma verdadeira intuição. Grant nunca sentira nada assim. Considerava os computadores máquinas hostis, enganosas. Mesmo a distinção fundamental entre sistema operacional e programa o deixava confuso e desanimado, literalmente perdido em uma terra estranha e incompreensível. Mas notou que Gennaro estava totalmente à vontade, e Malcolm em seu elemento, farejando como um cão de caça que achou a pista. — Querem conhecer os mecanismos de controle? — John Arnold perguntou, girando sua cadeira na sala de controle. O engenheiro-chefe era um sujeito magro, tenso, fumante inveterado aos quarenta e cinco anos. Ele olhou para os outros de relance. — Temos mecanismos de controle inacreditáveis. — Dê um exemplo — Gennaro pediu. — Por exemplo, acompanhamento dos animais. — Arnold apertou uma tecla em seu console e um mapa vertical apareceu, num padrão de linhas azuis serrilhadas. — Este é o nosso jovem T-rex. O pequeno rex. Todos os movimentos feitos por ele no parque, nas últimas vinte e quatro horas. — Arnold apertou a tecla novamente. — Vinte e quatro horas anteriores. — E outra vez. — Vinte quatro horas anteriores. As linhas do mapa se misturaram, como num rabisco infantil. Mas os rabiscos localizavam-se numa única área, perto da margem sudeste da lagoa. — Com o passar do tempo, percebemos qual é seu território — Arnold disse. — Ele é jovem, e fica próximo da água. E não se aproxima do rex adulto. Se colocarmos o mapa do rex adulto junto com o do jovem, veremos que seus caminhos nunca se cruzam. — Onde o rex adulto se encontra agora? — Gennaro perguntou. Arnold apertou outra tecla. O mapa anterior sumiu, e um código numérico brilhou nos campos a noroeste da lagoa. — Bem ali. — E o pequeno rex? — Ora, posso lhes mostrar onde se encontra cada um dos animais do parque — Arnold afirmou. O mapa começou a se iluminar como uma árvore de Natal, com dúzias de pontos luminosos, cada um identificado por um código numérico. — Eis aí a localização dos duzentos e trinta e oito animais, neste exato momento. — Com que precisão? — Cerca de um metro e meio. — Arnold deu uma tragada. — Vamos dizer o seguinte: se sair de carro pelo parque, vai encontrar os animais ali, exatamente nos pontos indicados no mapa. — Com que freqüência isso é atualizado? — A cada trinta segundos. — Impressionante — Gennaro comentou. — Como conseguem? — Temos sensores de movimento por todo o parque — Arnold explicou. — Em geral ligados por meio de cabos, alguns por rádio. Claro, os sensores de movimento não indicam a espécie, mas podemos obter o reconhecimento da imagem através do vídeo, diretamente. Mesmo quando não acompanhamos os monitores de vídeo, o computador faz isso. E checa onde cada um dos animais se encontra. — O computador comete enganos? — Só com os filhotes. Costuma confundi-los às vezes, porque geram imagens muito pequenas. Mas não se preocupem com isso. Os filhotes normalmente ficam perto dos bandos de adultos. E temos a contagem por categoria. — Como funciona? — A cada quinze minutos o computador conta todos os animais de todas as categorias — Arnold disse. — Assim, olhem:
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