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Interajam para eu saber o que vocês estão achando <3 boa leitura!

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Jeongguk sempre odiou lugares lotados.

Ele geralmente fazia o possível e o impossível pra não chamar a atenção das pessoas, sempre se mantendo quieto  e não fazendo nem um único barulho.

Ele não ia para festas, nunca. Não tinha quase nenhum amigo e se isolava por completo de todos. Sua adolescência foi triste, não aproveitou literalmente nada além das únicas vezes que Namjoon e Seokjin o convenciam de mentir para o seu pai de que ele estava na biblioteca do colégio, mas na verdade ia para o cinema ou em alguma lanchonete com os seus amigos e mesmo assim, se sentia arrependido por mentir.

O lúpus sabia de todas as suas características, sabia do corpo robusto que tinha, sabia que por mais que fizesse o possível pra camuflar o seu cheiro ele ainda chamava a atenção de muitas pessoas a sua volta e agora que havia deixado de tomar supressores, estava ficando cada vez mais intenso. Sua altura era a pior parte, sempre arrancando suspiros surpresos de pessoas que apontavam para ele e sussurravam nos ouvidos de pessoas próximas, esquecendo que graças a sua audição lupina ele ainda conseguia escutar muito bem cada comentário que que faziam de si.

Geralmente ele era elogiado, o que ele não entendia muito bem o porque mas sempre descartava aquilo e jogava no fundo mais obscuro de sua mente, não querendo absorver nada de bom do que falavam de si. O que mais machucava de fato, era quando alguém comentava sobre ele ser assustador por sua altura ou por causa de sua áurea lupina, alguns já disseram que ele dava medo, outros - geralmente alfas - sentiam inveja e reclamavam de sua presença dominante, mas Jeongguk apenas acreditava que eles também tinham algum tipo de medo.

Ele sempre guiava o seu raciocínio através das coisas que o seu pai falava sobre si, então para ele, o único motivo para ter tanta atenção é apenas pelo fato dele ser um brutamontes enorme, um incômodo.

Quando jovem, algumas pessoas tentaram se aproximar. Sentavam em sua mesa na hora do recreio ou lhe mandavam papeizinhos na sala de aula, perguntando se ele queria sair algum dia e coisas do tipo. Ele sempre afastou qualquer contato, pois não queria machucar ninguém.

Pensar que depois de tantos anos da sua vida tentando evitar aquilo, estaria atualmente sentado em uma cafeteira em um shopping lotado com várias pessoas lhe olhando enquanto esperava um ômega lúpus para poder se tornar próximo dele, era quase que loucura.

Não queria pensar demais, não queria mais pensar em seu pai nem se martelar pelo lobo agitado e quase desesperado em seu interior. Apenas queria sentir o cheiro de maçãs-verdes de novo.

Finalmente era o dia, ele iria rever as sardas bonitas e os olhos azuis, a pele como pó de arroz e os cabelinhos brancos. Se perguntava se o ômega estava sentindo o mesmo que ele, será que talvez ele fosse o único emocionado ali? Afinal, eles seriam apenas bons amigos.

Havia pedido um café com leite gelado para lhe tirar um pouco o estresse, tentando ignorar por completo as pessoas a sua volta o olhando descaradamente. Era sempre assim, é realmente tão difícil pelo menos tentarem ser mais discretos?

Ele bufou mais uma vez no dia quando escutou um ômega elogiar o seu cheiro do outro lado do café espaçoso. Seu lobo não estava de brincadeira com aquela coisa de chamar atenção, seu cheiro estava espalhado por todo aquele andar do shopping e poder ouvir tantas coisas sobre si de uma vez não o ajudava a melhorar o nervosismo.

Tudo parecia estressante até aquele momento, antes de depois de tanto tempo, sentir o aroma de maçãs-verdes adentrando o seu nariz. Ele olhou em volta, não enxergando o ômega que tanto queria mas apenas percebendo o burburinho ao redor do lugar aumentar cada vez mais. Oh meu Deus, ele havia esquecido desse detalhe.

Há Estrelas Em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora