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Busan || 17/07/2020

Infernal.

Era exatamente essa palavra que poderia descrever a dor de cabeça de Jeongguk, tão forte e desgastante. A cada vez que pisca seus olhos, consegue ter alguns flashes da noite passada rondando sua cabeça como um castigo por ter bebido tão descontroladamente.

7hs atrás

- Ele me largou mãe! - Gritava o lúpus com os olhos tão assustados ao ponto de encobrir o castanho claro de suas íris, os transformando em um escarlate distante e enigmático.

Sua mãe estava assustada, sabia que não deveria ter deixado o filho se levar a bebida naquela noite, ainda mais depois de ter um dia tão conturbado como esse. Mas aconteceu, e agora está tendo que praticamente lutar com o mesmo para que ele se deite na cama e se entregue ao descanso.

- Querido, por favor... obedeça sua mãe. - A mulher estava quase a chorar ao ver o filho naquelas situações, o mesmo era sempre tão calmo e paciente. Os poucos goles o deixaram fora de si e agora o seu menino está prestes a entrar em estado de pânico, mais um de seus ataques definitivamente seria um problema agora. - Precisa descansar, pare de ser tão teimoso e se deite um pouco, amanhã será um novo dia, sim?

- Ele não vai estar aqui mãe... e-le não vai estar comigo, ele não gosta de mim. O-oque eu fiz? Eu sempre tentei ser bom! - Os gritos sem dúvidas eram ouvidos pelos vizinhos, os mesmos odiavam ter a família Jeon como seus parceiros de prédio, pois quando o membro mais novo estava em casa eles tinham que lidar com um homem berrando de medo em meio as madrugadas e era ainda mais sério quando haviam chuvas acompanhadas de trovoadas, os gritos do lúpus que sofria com astro-fobia eram completamente escandalosos - Eu tentei mãe, eu juro que t-tentei.

Aquelas palavras atingiram a Jeon, a fazendo se deitar na cama ao lado do filho e o abraçar, em puro choro. Saber que não tinha como o ajudar naquelas situações a destruía. Ele parecia tão frágil, tão acuado e amedrontado. Agia como uma criança repleta de sentimentos ruins e sem saber como lidar com eles.

Mesmo tendo vinte e seis anos, Jeon Jeongguk ainda não havia aprendido a lidar com sentimentos, não gostava de se mostrar frágil porém não conseguia evitar graças aos tantos traumas psicológicos que sofreu.

Ele era solitário, havia sido abandonado pelo seu pai e tudo doía ainda mais por ter o pensamento de que a culpa era inteiramente sua.

Atualmente

Depois de alguns minutos do homem tendo que lidar com as lembranças da noite passada, o mesmo nem pensou antes de tomar uma ducha gelada e bem gasta para poder aliviar o estresse que tinha naquela manhã. Estava tão envergonhado por se lembrar das coisas que tinha dito a sua mãe.

Ele devia ser forte por ela. Deveria apoiar a pobre ômega e cuidar da mais velha que sem dúvidas estava completamente arrasada com a situação atual. Mas acabou se entregando a bebida e dando ainda mais trabalho a mulher.

- Jeongguk? - A voz da mesma se tornou presente em seu quarto. O acastanhado a respondeu com um murmúrio enquanto terminava seu banho, fazendo a mesmo perceber que ele estava no banheiro - Ah, já está no banho, tinha vindo aqui pra te acordar. Eu pedi pra Byul fazer aquele chá que você diz que melhora dor de cabeça, acho que você deve estar com enxaqueca, não é?

- Estou sim mãe... - Respondeu o mais novo saindo do banheiro com uma toalha em volta de seu quadril, ficando levemente corado com tudo aquilo. O mesmo não tinha vergonha nenhuma em estar assim na frente de sua mãe, afinal a mesma já o havia dado banho mesmo depois de crescido, ela sempre o cuidava como se fosse um bebê depois de alguma de suas crises. Mas ele estava extremamente envergonhado por ter que encarar a mais velha depois do que ela teve que ver ontem a noite. Mais uma vez tinha se mostrado totalmente frágil e sentimental, aquilo o deixava completamente mal. - Eu já desço pra beber o chá, yah?

Há Estrelas Em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora