Capítulo 5

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Mais cinco meses se passaram desde então, as coisas no SIOC haviam melhorado e a equipe já tinha acostumado com a presença de Rich e suas piadas idiotas e, infelizmente, acostumado com a falta de Patterson.

Do outro lado da cidade, Boston entrava em um prédio muito macabro no final de uma das ruas de Nova Iorque. O hacker estava acostumado a exercer trabalhos “para fora” desde que ele e Rich conseguiram sair da prisão, o companheiro conseguiu ser consultor do FBI e Boston de vez em quando ajudava, mas dessa vez ele não fazia ideia de onde estava se metendo.

Se dirigiu até o sétimo andar e bateu levemente na última porta do corredor, até que alguém o puxou para dentro tão bruscamente que nem teve tempo de reconhecer seu rosto.

- Você foi visto entrando aqui? - uma mulher perguntou revistando-o de cima abaixo.

- Não, eu… - ele paralisou ao finalmente reconhecer a pessoa - LADY GAGA DO CÉU! - ele gritou.

- Cala a boca, vão te ouvir, imbecil! - ela interviu.

- Eu acho que tomei o remédio errado de manhã, tô vendo fantasma! - o homem tinha os olhos arregalados.

- Você não tá vendo coisa. - a mulher explicou ajeitando algo dentro de uma bolsa - Sou eu, Patterson. - a loira deu de ombros.

- Como isso é possível!? - ele beliscou o braço da mulher, comprovando que ela era de verdade.

- Ai, merda! Para de ser maluco. - deu um leve tapa na mão do hacker - Eu sei que é confuso, mas é uma longa história que não posso te contar ainda. Vamos, temos coisas para resolver. - falou puxando o homem para fora, que mesmo cheio de dúvidas, a seguiu sem saber para onde iriam.

  Horas depois, Rich se encontrava disperso com algum jogo aleatório, estava com os pés em cima de uma das mesas do laboratório quando ouviu o computador central emitir um alerta. Assustado, levantou num pulo e foi conferir, o banco de dados das tatuagens de Jane havia sido ativado. O que intrigou o homem foi que a tatuagem em questão já tinha sido resolvida.

O homem logo abriu o programa de computador e começou a dedilhar no grande teclado, após alguns minutos, Rich convocou toda a equipe para uma uma reunião. Jane e Kurt foram os primeiros a chegar e em seguida Tasha e Reade chegaram juntos, a mulher, agora de cabelos curtos, cochichou algo para Reade, que conteve o riso.

– Hoje houve um novo alerta para uma tatuagem já resolvida.  - o hacker começou a falar ‐ A tatuagem na coxa esquerda da Jane, a do tigre branco.

  Todo o clima descontraído que a equipe exalava acabou, tornando tudo quieto e assustador e fazendo Rich se perguntar se não tinha dito nada errado.

‐ É-é que… Nessa tatuagem tem algo diferente. - continuou nervoso - Ela tem…

- Para de falar. - Zapata interrompeu grossa tendo a atenção de todos sobre si.

– Mas é que… - o homem tentou continuar. 

– Rich, essa é a tatuagem. - Kurt tentou alertar mas aparentemente o homem não entendeu e encarou a todos confuso. 

– Essa é a tatuagem que matou a Patterson. - Zapata alegou saindo do laboratório sem dar nenhuma explicação e logo foi seguida por Reade.

– Não mexe nessa tatuagem. - pediu Kurt antes de sair do laboratório também.

‐ Eu não sabia! - gritou nervoso vendo Jane sair também - O que eu tinha pra falar tem a ver com a Patterson, galera… - disse desanimado, já que todo mundo já havia saído o deixando sozinho.

  Ainda no SIOC, Zapata se encontrava na sala de reunião pensativa quando Reade entrou, chamando a atenção da mulher. Ela o olhou de cima abaixo lentamente e bufou.

– Eu não quero conversar. - disse séria arrumando sua postura ao ver o homem se sentar ao seu lado.

– Tudo bem, eu só vou ficar aqui do seu lado. - se esticou na cadeira.

– Não lembra o que a gente combinou? Nada de sentimentos, Reade. 

‐ Eu não tô aqui como um namorado ou um ficante, Tasha, só como seu melhor amigo. - falou e Zapata suspirou concordando com a cabeça.

Já era noite quando a morena estava imersa em seus pensamentos e a frase de Jane ecoava em sua mente, "você precisa superar", junto com a de Patterson, fazia a cabeça da mulher latejar, então a latina pegou sua bolsa e saiu de casa. Quase trinta minutos depois, a mulher batia na porta de Reade. Não demorou muito para o homem atender e erguer as sobrancelhas surpreso quando viu a mulher parada em sua porta.

- Tasha, o que houve? - coçou seus olhos dando sinal que tinha acabado de acordar.

A mulher não respondeu nada, apenas avançou no homem o puxando para perto e colando seus lábios aos dele, Reade retribuiu o beijo da mulher na mesma intensidade e logo a pegou no colo, fechando a porta atrás de Zapata sem parar de beijá-la.   

‐ Isso não pode mais acontecer. - Zapata exclamou enquanto se cobria com um lençol - Não quero que você se confunda, sabe? Não posso me envolver com ninguém agora, não sentimentalmente.

- Não precisa ter sentimentos. - Reade, que estava deitado, se aproximou da mulher  - Podemos fazer isso às vezes, o que me diz? - sugeriu e começou a beijar o pescoço da morena.

- Certo, mas agora tenho que ir. - se afastou do homem e começou a vestir suas roupas.

- Nos vemos amanhã?

- Claro, Reade, nós trabalhamos juntos. - deu de ombros e ele assentiu, ela terminou de vestir sua blusa e saiu do apartamento do homem o mais rápido que pode.

Em algum outro bairro da cidade, Rich balançava as pernas ansioso em uma lanchonete, esperava por Boston, que por sinal estava quase uma hora atrasado. Quando o hacker pensou em ligar, pode ver a figura do homem mais alto entrar pela porta da frente do estabelecimento e ir até ele.

- Pensei que iria me deixar plantado a noite toda. - Rich reclamou.

- Você é muito impaciente, eu tive alguns imprevistos mais cedo. - Boston disse calmo ao se sentar de frente para o outro.

- Você não dá notícias há dias! Pensei que tinha sido preso de novo… - exclamou.

- Eu estava trabalhando em algo, tá? Não precisava ter me mandado cinquenta e oito mensagens de texto! - o mais alto deu de ombros.

- Eu me preocupei, só isso! Mas pelo visto não precisava, você devia estar bem acompanhado. - insinuou.

- Estava mesmo! A loirinha é muito mais legal que você e… - percebeu que tinha dito o que não devia.

- Loirinha? Desde quando você sai com mulher? - Rich questionou rindo.

- Esquece, é trabalho. Enfim, do que você precisa além da minha ilustre companhia? - o homem disfarçou.

Rich então tirou um notebook da mochila e abriu algumas pastas, mostrando à Boston o caso da tatuagem do tigre. Explicou do que se tratava e como a equipe não deixou que ele continuasse investigando, Boston se manteve quieto o tempo todo enquanto o outro explicava.

- É muito estranho que tenha sido ativado e ainda mais com um documento tão encriptado como este. - abriu mais uma pasta, mostrando o arquivo bloqueado - Não faz sentido, é impossível ignorar algo assim! - exclamou Rich digitando alguns códigos na esperança de abrir o arquivo.

- Sabe, eu acho que se a equipe disse pra não mexer, é melhor obedecer. - Boston sugeriu cauteloso.

- Nem pensar! Te chamei aqui para decodificarmos isso juntos, duas cabeças pensam melhor. - continuou digitando.

- Não vou te ajudar. - o outro homem deu de ombros e cruzou os braços.

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