Capítulo 6

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- O que deu em você? Vai bancar o certinho agora? - Rich esbravejou.

  Boston acabou cedendo e os dois ficaram ali por algum tempo, até que finalmente desbloquearam o arquivo. Quando Boston viu o que era, arregalou os olhos e ficou boquiaberto, enquanto Rich tentava entender por quê havia uma identidade falsa e a foto de Patterson nela.

- Essa foto é recente… Que diabos é isso? - Rich perguntou incrédulo.

- Aquele maldito vazou as informações! - exclamou o mais alto se levantando - Tenho que fazer uma ligação. - disse pegando o celular e se afastando.

  Rich ficou tentando raciocinar, mas parte da história já tinha sido esclarecida em sua cabeça e ele continuava sem acreditar. Boston voltou mais tranquilo, deu um gole na Coca-Cola em cima da mesa e segurou as mãos de Rich bem forte.

- Ela estava viva esse tempo todo, não é? - o hacker perguntou.

- Eu vou te contar o que sei, mas tem que me prometer que vai fingir que não sabe de nada. - Boston disse e Rich fez que sim com a cabeça.

  Ele ouviu atentamente o que o companheiro disse, incrédulo, porém aliviado, ele voltou para casa guardando consigo um segredo tão grande que, se viesse à tona, destruiria muitas coisas.

[...]

Dois dias depois, a equipe estava reunida no SIOC repassando um caso, quando o elevador se abriu, fazendo com que todos do lugar prestassem atenção em quem saiu dele. Haviam quatro agentes, aparentemente cansados depois de travar alguma luta, trazendo essa mulher algemada e com a expressão mais séria possível, atravessou o corredor com a cabeça erguida mesmo que estivesse sendo escoltada até o interrogatório.

- Isso não é possível... - Weller se virou para o time, boquiaberto.

- Mas...? - Jane começou.

- É a Patterson.  - Zapata engoliu seco.

  O relógio de Reade apitou, indicando que precisavam deles na sala de interrogatório.

- Eu… não vou. - Zapata disse e ninguém se opôs, a morena foi até a sala de reunião e ficou por lá, imersa em seus pensamentos.

Viva, William Patterson estava viva. E isso só fazia Zapata ficar com mais raiva da mulher. A equipe ficou no observatório, encarando a loira sentada no meio daquela sala branca, todos incrédulos com o que estavam vendo porque não parecia ser verdade.

- Explica do começo. - Reade disse sério, se sentando na cadeira de frente para a loira.

- Oi pra você também, Reade. - sorriu brevemente - Eu quero falar com seu superior. - exigiu a mulher.

- Eu sou o diretor assistente, sou o superior. - se manteve sério.

- Sei disso, e seu superior é o presidente da segurança nacional, então eu exijo falar com ele. - rebateu.

- Você forjou sua morte, aliás, não faço ideia de como, você está usando identidades falsas há meses e hackeou o sistema de uma empresa enorme hoje. Acho que não está em posição de exigir nada aqui. - o homem explicou abrindo a ficha da mulher na sua frente e a mostrando.

- Eu tô trabalhando com a CIA. - ela exclamou calma, fazendo o homem arregalar os olhos confuso, assim como todos os outros que estavam no observatório - Ligue para Addison,  supervisora do Keaton, ela trará os documentos e poderemos te explicar tudo. E ah, seria legal me tirarem dessa coisa aqui. - apontou com os olhos as algemas.

  Reade suspirou impaciente e se levantou sem responder nada, deixando a sala e a mulher lá. Enquanto Reade falava com Patterson, Tasha entrou no observatório junto com a equipe. O diretor assistente do FBI foi até o observatório e pediu que Jane e Rich trouxessem Addison, enquanto ele iria conversar com o presidente da segurança, e assim o fizeram. Kurt se virou para Tasha receoso, analisou por um momento o rosto da amiga, que estava olhando paralisada a imagem de Patterson na tela.

‐ Eu quero falar com a Zapata. - puderam ouvir a loira falar do outro lado da sala, porém foi ignorada pelos agentes.

- O que tá sentindo? - o homem perguntou.

- Tudo. Nada. Não faço ideia. - a morena deu de ombros - Ela não devia ter feito isso comigo, conosco, não importa quais sejam os motivos. - negou com a cabeça.

- Você devia entrar lá. - Weller deu dois tapinhas nas costas de Tasha e deixou a sala.

  Depois de algum tempo sentada naquela sala vazia, Patterson se sentia vazia também, estava se mantendo firme e forte ali, mas só tinha vontade de desabar ao saber que fizera seus amigos e pessoas que ama sofrerem tanto. Quando a porta se abriu e a imagem de Tasha surgiu, a loira enfraqueceu totalmente ao ver a expressão séria e decepcionada da mulher que ela não sabia mais se podia chamar de namorada.

- O que foi que você fez? - a voz de Tasha quase não saiu.

- Tash... - disse com os olhos marejados - Eu sinto tanto e-

- Não, não sente. - a latina interrompeu se aproximando da mesa, Zapata tinha os olhos cheios de lágrimas quando apoiou as duas mãos na mesa  - Você ficou quase um ano desaparecida, você fingiu sua morte, você me fez ser a garota que viu a namorada morrer, você me deixou devastada e tirou a coisa mais importante que eu tinha. Então não, você não sente.

  A mulher se afastou indo até a porta do interrogatório.

– Não me leve a mal, Patterson, eu fico feliz em saber que você está viva, mas para mim você continua morta. - disse e por fim, saiu da sala.

  Aquelas palavras doeram mais que uma facada em Patterson, que permitiu deixar algumas lágrimas caírem antes da porta se abrir novamente, e Reade entrar com as chaves das algemas em suas mãos.

– É bom saber que você está viva, Patterson, mas saiba que você não tem mais amigos por aqui. - libertou a mulher  – Addison chegará do Canadá em duas horas e o presidente nacional em uma hora. Keaton está a caminho, você pode esperar na recepção ou na sala de reunião.

– E meu laboratório? - a loira perguntou se levantando. 

– Seu laboratório? - Reade sorriu - Agora o chefe do laboratório é Rich Dotcom, Patterson.

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