Contos de Horror

O quarto de hóspedes

Passos, passos e mais passos, suaves, mas eram o suficiente para me deixar na dúvida de quem poderia ser... Até eu descobrir quem era ou o que era!

Isso sempre acontecia na casa da minha vó, todos que dormiam lá contavam um relato de algo que tinham passado. Alguns já viram vultos, outros já ouviram coisas, como panelas batendo sendo que nem tinha panelas penduradas!
Já chegaram a ver o rosto, e era exatamente do meu avô. Ele tinha falecido a alguns anos, eu não cheguei a conhecer, porém, minha vó era a única que não tinha nada para contar.

Eu sabia sobre os passos, mas não acreditava, não parecia que seria algo que viesse a acontecer, até que eu presenciei. Em uma  noite, tinha ido dormir na casa da minha vó, fiquei no quarto de hóspedes, mas que antes era o quarto deles. Meu irmão não dormiu lá aquela noite e eu fiquei sozinha no quarto, já não era fã do escuro, mas toda a casa estava em um enorme breu!

Me deitei, minha vó também, e o silêncio percorreu pela casa, quando eu estava começando a pegar no sono...
Passos, passos e mais passos! Começavam da porta dos fundos, bem devagar, ia até a porta da frente e voltava, parava exatamente na frente da porta do quarto em que eu estava, a sensação era de que alguém entraria correndo ou gritando em algum momento, mas não, depois de um tempo dos passos terem sido silenciados, ele voltava a caminhar, ia até a porta dos fundos e voltava para a porta da frente, novamente vinha e parava na frente da porta... eu comecei a sentir muito medo, meu corpo todo arrepiava, me cobri por completa, as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto assim que eu comecei a sentir que alguém estaria dentro do quarto, eu não via e não ouvia, mas eu sentia uma presença muito forte, os meus pés suavam, depois essa sensação foi embora.... e eu ouvi uma risada de criança, parceria ser uma garotinha, parecia estar sentada no tapete do quarto de costas para mim, eu permaneci embaixo da coberta, mas era como se eu pudesse enxergar tudo, porque toda a imagem se formava em minha mente, e eu sentia medo... minha cabeça doia por causa do choro e eu fui perdendo o sentido aos poucos até pegar no sono... no dia seguinte a porta estava tracada, o quarto estava claro e leve, exatamente oposto a noite anterior, e foi a última vez que eu dormi lá...