Quanto eu tinha mais ou menos 10 anos, aconteceu uma das coisas mais tristes na minha família. A morte do meu avô, eu não era tão próxima, mas não significa que eu não gostava.
Ele morava no fundo da nossa casa, e veio o lamentável acontecimento. Cerca de uma semana se passou, diria que o suficiente para as coisas se acalmarem, mas não foi bem assim que aconteceu.
Eu tinha o costume de dormir com a porta aberta, odiava o breu que ficava no meu quarto caso a porta estivesse fechada,mas decidi fechar naquela noite, queria ficar sozinha e foi ai que as coisas começaram a ficar estranhas.Já eram quase meia noite quando eu fui me deitar, fechei a porta e me deitei, estava cansada aquela noite, todos já tinha ido dormir. Quando eu estava quase pagando no sono, ouvi passos pesados, como se quem estivesse se deslocando fizesse um grande esforço, colocou a mão na maçaneta e a porta ringiu ao abrir, bem lenta, meu coração pulsou forte.
- mãe?
- vai dormir!
- por quê abriu a porta?
- Eu to deitada, vai dormir!Arregalei os olhos, sentia uma pressão no meu corpo, fechei os olhos e me enrolei na coberta, repetia inúmeras vezes na minha mente:
- não é real, não é real...
Ouvi os passos novamente, pareciam estar dentro do meu quarto, eu não queria olhar, mas e se tivesse alguém ali e eu precisasse correr?
Estava ofegante, tentei controlar ao máximo e fui dando abertura na coberta pra tentar observar, fui abrindo aos poucos, o suficiente para que apenas os meus olhos estivesse descobertos e... nada, não tinha ninguém!
Criei coragem, levantei e acendi a luz, me abaixe bem devagar para ver embaixo da cama. Nada também.Foi assim por noites, era sempre a mesma coisa e eu senti o mesmo calafrio todas as vezes!
Sempre na madrugada, sempre depois da meia noite, os passos eram no mesmo lugar, do mesmo jeito, e mais uma vez a maçaneta, mais uma vez a porta se abriu, mas dessa vez eu senti um lado da cama baixar, mais uma vez eu tive medo, eu não via nada, eu forçava a visão para tentar enxergar algo, e enquanto eu olhava para o final da cama, aquele fundo perto dos meus pés, eu senti uma mão em meus cabelos, e bem devagar eu trouxe a minha visão para cima, e ele estava lá...
Levei um choque assim que vi.. o meu avô estava curvado com o rosto na minha direção, ele tinha um sorriso tosco que me fazia tremer, e como ele podia estar ali?- dorme minha pequena, se não o bicho vai pagar...
Eu só conseguia chorar. Ele continuava olhando e sorrindo pra mim, até que eu pedi pra ele ir embora, e ele ficou sério, levantou e veio caminhando na minha direção, eu ia me encolhendo na cama, estava muito assustada, e só conseguia pedir pra ele ir embora.
- vai embora, vai embora, vai embora!
Ele ficou de frente pra mim e a boca dele ficou enorme como se fosse um buraco negro enquanto um som grave saia de lá, era um som muito alto. Eu tapava os meus ouvidos mas não adiantava, fui perdendo os sentidos até que apaguei... acordei na manhã seguinte como se nada tivesse acontecido, mas sabia que tinha sido real!
Estava tudo em seu devido lugar, a porta estava fechada, a luz apagada, mas eu sentia o cheiro de rosas, eu ainda podia ouvir sua risada...- Reze, ele vai embora - disse minha mãe ao abrir a porta.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contos de Horror
ParanormalVocê reza antes de dormir? Ou melhor, você costuma acreditar no que vê? Aconselho que mantenha seus olhos bem abertos e seus ouvidos bem atentos... vamos embarcar num turbilhão de arrepios e sensações! Puxe a cadeira, respire e vamos iniciar a leit...