você quer brincar de nuvem?

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« contém cenas de sexo. caso seja de sua preferência, pule para o próximo capítulo »

— Como é? — ele parece ter acordado um pouco. Puxa a franja para trás e me olha com atenção. Eu amo quando ele faz isso.

— Você quer brincar de nuvem? — repito.

— Nuvem?

— Eu fico nu e você vem.

Han ri e solta a franja. Quando seus olhos são cobertos outra vez, ele sacode a cabeça como quem não está acreditando nas minhas palavras. Qual o problema? O que tem de engraçado nisso? É uma boa proposta.

— Você está bêbado, Minho — ele resmunga, pensativo. Passa a girar os anéis outra vez, mas eu não gosto quando faz isso. Me sinto como eles, sinto que ele brinca de girar comigo, mas uma hora vai cansar.

— Não estou, não — sacudo as mãos na negativa.

— Tá bom, então — ele suspira. — Está tarde, acho que vou indo...

Indo?

— Indo? Endoidou? Fica mais um tempo, por favor — agarro-o num abraço. Jisung tenta fugir, mas eu aperto mais ainda.

— Deixa de grude, Minho — e então sorri, deixando-me confuso. No que devo acreditar? Tuas palavras ou o sorriso estival que dança em seus lábios?

— Tem mais soju — lhe entrego o copo e ainda sirvo com mais bebida. Ele bebe sem tirar os olhos de mim.

— Posso ir à cozinha? — levanta-se de repente.

— A casa é sua.

Não vou segui-lo, seja lá o que ele irá fazer na cozinha. Talvez ele seja louco por cozinhas. Talvez seja normal ele ir à cozinha dos outros, talvez goste de organizar as coisas ou cozinhe quando está meio bêbado. Eu não sei. Mas essa música é boa. Muito boa. É como um pedido para que meu corpo de mova, não sei. Han disse que r&b comina conosco, mas eu acho que esse ritmo lento e sexy é como um convite para que dancemos juntos.

Não sei por que estou bebendo mais. Sabe, eu nunca me entendo. Jogo os olhos no batente da cozinha, uma silhueta vestida de preto e branco indo de um lado para o outro com uma skinny ilegal. Quero perguntar que porra ele está fazendo lá, mas acho que não quero saber tanto assim. Seria bom saber o nome dessa música. Ela está me fazendo mexer a parte superior do meu corpo.

— Isso é muito sensual, sabia? — é o que ele me diz quando volta à sala com uma garrafa cheia de água e dois copos. — Beba água. Você sabe que sempre toco nessa tecla quando se trata de álcool.

— Aish... — resmungo antes de pegar o copo cheio d'água e beber tudo numa única vez. — Esse negócio de beber água e soju ao mesmo tempo é um saco. Tira a graça da coisa, sabia?

— Sabia — Jisung senta-se grudado a mim, serve mais água para mim e para si mesmo. Ele ri da minha cara quando brindamos água mineral.

Deixo minha mão deitar na sua coxa e ele parece não ligar. Ele fala que também acha o mesmo, mas já passou mal inúmeras vezes e que isso é muito importante de se fazer, principalmente quando se trata de cerveja. Não estamos bebendo cerveja, mas acho que essa regra vale para tudo, ele diz. E eu gosto quando ele diz qualquer coisa, pois sua voz é a minha favorita.

Desbravamos a última garrafa de soju. Han acaba por beber mais que eu. Eu permito. E quando ficamos jogados um sobre o outro que eu acabo tendo a certeza: ele não vai embora coisa nenhuma. Eu sinto que seu peito, grudado ao meu, diz isso. A sua respiração no meu pescoço diz isso. Meu carinho na tua nuca diz isso. Meus lábios esperando ele erguer a cabeça para beijar-lhe dizem isso. Dizem que, se ele sair, eu ficarei bravo e sozinho. E ele entende isso.

Café et Cigarettes • minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora