Promise

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Roger fechou os olhos e aproveitou o momento. Afinal, esta seria provavelmente a última vez para os dois.

Ele estava deitado ao lado de Rouge. Suas mãos estavam no abdômen de seu amante, onde seu filho estava atualmente. Era muito cedo para sentir um chute, no entanto. Ele só queria que ele ainda estivesse por perto para sentir quando chegasse a hora.

Rouge estava cantarolando uma canção de ninar. Roger ouviu em silêncio. Era tão reconfortante. Algo que ele certamente sentiria falta.

Então, de repente, ele sentiu a umidade em seu rosto. Ele olhou para cima e olhou para Rouge. Lágrimas estavam caindo dos olhos cinzas de sua amante.

"O que há de errado, meu amor?" Roger perguntou, acariciando seu cabelo loiro morango.

"E-eu sinto muito, Roger..." Ela mordeu os lábios. "É só que... eu odeio pensar que nosso filho vai crescer sem você."

Era um silêncio ensurdecedor. Ele assistiu impotente enquanto Rouge continuava soluçando em seus ombros. Ele esfregou suas costas em uma tentativa de confortá-la.

Roger também não queria. Se apenas as circunstâncias tivessem sido diferentes. Ele estava disposto a fazer qualquer coisa só para estar com eles. Mas a vida não funciona assim. Foi injusto, algo que Roger sempre odiou. Mas no final, não havia nada para ele fazer a não ser aceitar e desejar que Rouge e seu filho ficassem bem quando ele se fosse.

"Eu sei." Ele a puxou em um abraço apertado, permitindo-se chorar mais. "Mas vai ficar tudo bem. Tudo vai ficar bem. Nosso filho vai ser forte. Afinal, ambos os pais são."

"Você vai ser um ótimo pai, Roger." Rouge mordeu os lábios, olhando para seus olhos negros com um sorriso.

"Eu também espero." Roger enxugou as lágrimas dela. "Se ao menos tivesse a chance..."

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Ele falhou como pai. Era isso que Roger tinha em mente.

Seu filho se odiava porque era parente dele. A sombra que Roger lançou, Ace ainda estava vivendo nela. Roger sentiu como se o mundo inteiro estivesse rindo e provocando-o. Como se fosse o castigo pelos crimes que cometeu no passado. E Ace era o infeliz que estava sofrendo por causa disso.

Ele se perguntou por que o mundo pode ser tão cruel às vezes. Ace tinha apenas dez anos e ainda assim ele já estava questionando sua existência. Isso nunca deveria ter acontecido se apenas as pessoas o vissem de maneira diferente. Mas ele não pode mudar isso agora, já que o dano já foi feito.

Roger estava em agonia e Ace também. Mas Roger sabia que Ace era quem mais sofria. Roger pode sentir a dor, mas a dor que seu filho estava carregando era sem dúvida cem vezes pior do que a dele.

A única coisa que ele pode fazer agora é ajudar Ace a se curar. Roger sabia que não era fácil. Ace teve essa crença por anos. Mas Roger estava disposto a fazer qualquer coisa para manter seu filho vivo. Isso era o que um pai deveria fazer. Era a coisa certa a se fazer.

Roger queria que Ace vivesse. Ele queria que seu filho aproveitasse sua vida. Ele queria que seu filho vivesse sua vida sem arrependimentos. Ele queria que ele encontrasse uma razão para mantê-lo. Porque só então, Roger finalmente encontraria a paz para Ace.

Amanhã, Antes de Ontem Começar Onde histórias criam vida. Descubra agora