Capítulo 15 - A Chance do Hyoga

257 13 65
                                    

E agora? — Capítulo 15

"Olá. Eu vou continuar a história, o Milo está fora de combate, se é que me entendem?"

"Hã, deixe me ver onde ele parou... Ah sim, aquele safado."

"Vamos lá."

Aquela tarde havia sido a melhor da minha vida eu e o Milo nos entregamos ao amor, brega isso não é? Mas o amor em sua plenitude é brega.

A gente se amou mais duas vezes naquela tarde antes e eu colocar um pouco de juízo na minha cabeça e começarmos a nos recompor, ainda tomamos um banho juntos, isso tudo na minha casa, com o perigo do papai chegar a qualquer momento.

Sim, adolescentes são irresponsáveis, hoje eu vejo isso, mas naquela época só queríamos amar e amar.

Eu estava deitado no sofá me lembrando dos detalhes da nossa tarde quando ouvi o Hyoga ralhando comigo.

— Você não está prestando atenção, Camus!

Meu irmão estava querendo me mostrar a coreografia que ele estava ensaiando na apresentação para o pessoal do Bolshoi.

— Desculpe, Hyoga, me distrai, não vai mais acontecer, por favor, faça novamente. — Pedi sentando no sofá me endireitando para assistir ao meu irmão dançando.

— Tá, mas presta atenção, Camus, é importante. — Ele pediu novamente indo colocar a música, Hyoga tinha afastado os móveis da sala para conseguir mais espaço para seus movimentos.

Lago dos Cisnes, ele começou a dançar, meu irmão tinha um talento nato, seus movimentos eram precisos e delicados, ele flutuava no chão ao ritmo da música. Girava e rodopiava, girava a revés, saltos plie, tudo na ponta dos pés.

Um anjo... meu irmão parecia um anjo dançando.

Hyoga parou de repente olhando para a porta eu segui seu olhar e vi nosso pai parado o observando.

Apesar dele nunca se envolver com isso, ele sabia que o Hyoga dançava, sabia que ele fazia isso desde que a mamãe e o Isaak se foram, mas acho que ele nunca o viu dançando. Não me lembro do nosso pai em nenhuma apresentação.

Hyoga foi desligar o som e eu realmente não sabia como agir. Papai viu o Hyoga dançando, isso não deveria ser nada de mais, mas é do meu pai que estamos falando, ele é sempre uma incógnita.

Eu estava com receio de olhar pra ele, tinha perdido minha virgindade naquela tarde, com meu amor e melhor amigo. Eu estava com aquele receio insano de que meu pai pudesse ler pensamentos, de que ele descobrisse tudo só de me olhar.

Será que eu estava andando normalmente? Eu estava um tanto dolorido "lá", será que dava pra perceber?

Não sei, mas fiquei tenso e meu pai percebeu isso, pois ele olhou nos olhos antes de terminar de entrar e fechar a porta.

— Pai, achei que fosse demorar mais. — Comentei idiotamente quando não se tem nada de útil pra comentar.

— Eu também achei, mas consegui terminar as coisas mais cedo. — Ele me respondeu.

Hyoga o olhava inseguro. Sei que meu irmão queria a aceitação do nosso pai, mas não sei se o papai estava pronto pra isso.

— Pedi pizza, está dentro do forno, quer que eu esquente? — Perguntei solícito, ainda sem conseguir olhar pra ele nos olhos.

E Agora?Onde histórias criam vida. Descubra agora