Capítulo 3 - Quando eu soube

259 25 37
                                    


PVO Camus

Olá... vi que Milo está contando essa história e decidi contar alguns trechos, pois existe muita coisa que o Milo não saberia como dizer já que ele não estava presente.

Uma dessas vezes foi quando aquele idiota teimoso caiu do telhado da velha fábrica.

Como você já sabe o Milo chutou a bola do Argol para cima daquele telhado velho, tentei impedir que ele subisse pra pegar bola, tentei mesmo quando ele falou para todos que eu apanhava em casa, mesmo assim, ainda tentei impedi-lo de subir, mas aquele burro não me deu ouvidos e subiu.

Não satisfeito ele ainda tentou fazer pouco de mim lá de cima.

— Consegui! Eu sempre consigo! Viu só?!

Ele falou olhando para mim como se me desafiasse, eu estava com os olhos vidrados nele, apreensivo, uma sensação ruim tomava conta do meu peito, quando percebi que alguma coisa estava errada, vi Milo perdendo o equilíbrio e caindo para trás, gritei seu nome desesperado. - MILOOO!!!

Um barulho de algo caindo e se espatifando lá dentro se fez presente, nos deixando paralisados.

Meu coração batia forte e lentamente, um paradoxo eu sei, mas é exatamente essa a sensação, ele fica tão acelerado que parece que vai sair do peito e ao mesmo tempo as batidas são ritmadas e tão lentas que dói.

Eu precisava sair do torpor do susto e fazer alguma coisa pra salvar o Milo.

Olhei em volta, só tinha garotos da minha idade, e não poderíamos fazer muita coisa. Então pensei em quem poderia ajudar o Milo, sei que eu arcaria com as consequências de chamá-lo, mas não tinha alternativa.

Enquanto Aldebaran e Aioria correram para subir no telhado, eu corri para o outro lado.

— Covarde! - Ouvi o Argol me xingando, mas não tinha tempo para aquele babaca.

Corri com toda força que eu tinha, e chegando próximo a minha casa comecei a gritar. - Pai! Pai!!

Meu pai que estava mexendo no carro, parou e me viu correndo até ele. - O que houve Camus? Que escândalo é esse?

— Pai, o Milo ele caiu do telhado, falei pra ele não subir, mas ele subiu, o telhado caiu, lá na fábrica velha. - Eu dizia rápido, querendo que meu pai viesse comigo, quando vi o Sr. Klauss, pai do Milo, entrando no meu campo de visão, acho que ele tava ajudando o meu pai com o carro.

— O que houve com o Milo? - Ele Perguntou sério, nessa hora vi Degel sair de dentro de casa com o celular na mão e Kárdia saindo da casa dele, que ficava de frente a minha, também com o celular, acho que eles tavam conversando.

Degel veio em minha direção, e comecei a falar rápido outra vez, eu estava desesperado. - Rápido! O Milo ele caiu do telhado da fábrica, corram! Vocês precisam ajudar ele.

— Meu filho! - O Sr. Klauss falou antes de sair correndo para a fábrica, sendo seguido pelo Kárdia.

Meu pai me olhou feio antes de dar a ordem. - Fique aqui, Camus, depois nós conversamos.

Não sei como é com o seu pai, mas o meu... quando dizia isso "depois conversamos" ele queria dizer "Eu vou matar você quando estivermos sozinhos", mas eu já tava ferrado mesmo, então resolvi desobedecer meu pai pela primeira vez na vida e fui atrás deles.

Quando chegamos ouvi meu pai gritando para o Debas e por Aioria, que tentavam subir no telhado. - Desçam daí agora vocês dois, vamos já!

Eles obedeceram, coisa que eu agradeci mentalmente já que eu pagaria pela desobediência deles também.

E Agora?Onde histórias criam vida. Descubra agora