Capítulo 17 - Acerto de Contas

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E Agora? — Capítulo 17

 “E agora? Camus, como vamos fazer aqui? Eu quero contar minha versão desses fatos."

"Milo, eu também quero contar minha versão, se bem que seria interessante que nós dois contássemos".

"Mas, como faremos para não confundir os leitores, Camus?"

"Já sei! Eu escrevo em Negrito e você em Itálico, o que acha, Milo?"

"Eu quero escrever em Negrito!"

"Que seja, Milo, tanto faz pelos deuses!"

"Então, caro leitor ou leitora, eu, Milo, vou escrever em Negrito, e o Camus em Itálico certo?"

"Certo!"

"Tá, quem começa?"

"Eu posso começar, Milo."

"Não, eu começo."

"Milo, não complica!"

"Desculpa, eu começo, mas você pode me interromper quando quiser, ok?"

"Ok, Você, Milo em Negrito e eu Camus em Itálico?"

"Isso!"

Quando vi meus pais ali, eu gelei, mas me senti pior quando olhei para o Crystal, que estava carrancudo, depois encarei a diretora com olhos estreitos, aquela vaca tinha armado pra gente, será que a gente já não tinha passado por coisa suficiente naquele dia?

— Como eu estava dizendo, os chamei aqui para comunicar sobre o acontecido de hoje antes do início do grande jogo dos estaduais. — A vaca da diretora começou a falar sobre as homenagens que cada jogador receberia e simplesmente desejou o que aconteceu, o vídeo passando imagens minhas e do Camus trocando beijos, de como eu me declarei a ele no microfone e o beijei na frente de toda a escola.

Mas a vaca estava narrando tudo como se eu tivesse planejado todo aquele carnaval, como se tudo aquilo tivesse sido ideia minha.

Vocês podem imaginar a cara que meus pais estavam não é? Mas, pior que a expressão dos meus pais, era ver o rosto rígido do Crystal que olhava para a diretora ouvindo sua narrativa impassível, o Camus estava verde, acho que ele estava para desmaiar a qualquer momento.

— Devo lembrá-los de que esse comportamento é inaceitável, uma declaração amorosa deste cunho foi o ápice da falta de bom senso. — A velha continuava a falar, até que eu a cortei.

— A senhora fala como se tudo tivesse sido ideia minha, mas não foi! Aquilo foi uma armação da Shina e do Argol, eu não sabia de nada, nós não sabíamos de nada, fomos pegos de surpresa, como todo mundo.

— Oras! Francamente, senhor Milo, o senhor se declarou ao senhor Camus na frente de todos e ainda o beijou perante toda a escola. — Aquela velha dos infernos continuou me acusando.

— Porque se eu não fizesse isso, não teríamos paz! Depois daquelas imagens, depois de todo mundo sabendo sobre nós, o que queria que eu fizesse? Fugisse? — Perguntei nervoso.

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