Capítulo 7 - O Plano do Aioria

215 24 55
                                    

E Agora? — Capítulo 7

"Oi vou continuar a história o Camus não gosta muito de falar desta época ainda é difícil pra ele, aquele cabeça dura se finge de durão, mas é um manteiga derretida."

Bom, aqueles foram dias difíceis para eles, Hyoga não demorou muito no hospital, mas ele voltou com defeito, ele não falava.

Sério mesmo, o menino voltou mudo, sei lá, os médicos disseram que ele teve um grande trauma em ver a mãe e o irmão mortos, a questão é que ele voltou mudo e...

"Milo o que está fazendo?"

"Oras tô contando nossa história"

"Mas isso é jeito de falar? Milo que falta de sensibilidade."

"Camus, o que quer que eu fale? O moleque deu defeito mesmo"

"Milo, deixa que eu conto essa parte, ok?"

"Tem certeza? Não vai te fazer mal?"

"Não, tudo bem eu assumo daqui, Milo por favor, não faz essa cara, eu tenho mais sensibilidade para narrar estes fatos"

"Ok, Camus tá bom"

Certo, depois dos funerais fomos para o hospital, estávamos preocupados com o Hyoga. A Sra. Cassandra estava lá cuidando dele, ela me abraçou forte e também abraçou meu irmão.

Olhamos o Hyoga, ele mantinha os olhos abertos olhando para o nada, e estava em silêncio, a mãe do Milo nos chamou para fora do quarto e nos contou: — Ele não está falando nada, o médico disse que ele está em choque, vamos ter que ter paciência neste momento.

Meu pai não disse nada, ele estava arrasado, também parecia em choque, ele sentou na poltrona do quarto e ficou olhando pela janela.

Eu me aproximei do meu irmão e segurei sua mãozinha, — Hyoga eu tô aqui, vou estar sempre junto a você, eu prometo.

Sei que parece sem sentido, mas me sentia culpado... culpado por ter passado um fim de semana incrível, enquanto minha mãe e meu irmão morriam, me sentia culpado por ter roubado um beijo do Milo enquanto ele dormia e isso tenha custado a vida do meu irmão.

Podem falar o que quiserem, mas o Isaak não queria ir, eu poderia ter falado pra mamãe deixar ele comigo, eu podia ter me oferecido pra cuidar dele, mas não fiz isso.

Não fiz para poder ficar a sós com Milo, pra poder ficar olhando pra ele enquanto ele dormia. A culpa me corroía por dentro e eu carregaria ela por muito tempo, mas jurei que sempre priorizaria o Hyoga.

Sempre!

Quando voltamos pra casa o Hyoga queria dormir comigo no meu quarto, entendi: Como ele ia ficar no quarto que ele dividia com o Isaak?

Era tudo muito difícil, pegar nas coisas dele, saber que meu irmão nunca mais ia voltar pra casa...

"Camus, tudo bem? Eu posso continuar daqui."

"Milo, por que acha que não está tudo bem?"

"Porque você está chorando, Camus, só por isso."

"Eu não estou chorando, foi só um cisco que caiu nos meus olhos. É o vento, por favor, feche a janela."

"Camus a janela está fechada"

"Hum, vou continuar, Milo."

O Degel ficou um tempo lá em casa, trancou a faculdade, ele era a voz sensata da família agora, papai estava muito estranho, totalmente apático.

E Agora?Onde histórias criam vida. Descubra agora