Cap. 11

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“Havia um outro jeito, sempre há. Mas em 1922 o homem calculista dentro do fazendeiro Wilfred James pesava diferente.” - 1992 (Filme), Stephen King.

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[Hailee]

"Meu irmão ainda insistiu em segurar minhas mãos por alguns segundos, mas balbuciei um “está tudo bem, você pode ir” para ele para que, assim, ele não se detivesse mais tempo ali. Deste modo, aqueles homens o conduziram para dentro do prédio, não sem antes me encararem como se quisessem me dizer que logo viriam me buscar e, tudo bem, eu já estava acostumada e, por isso, sempre preparada para quando viessem me buscar. Aos poucos vejo a imagem de meu irmão desaparecer depois das paredes do prédio e alguém me chama… Fogo. Griffin. 

- Você deveria sair daqui. - Ouço uma voz dizer logo atrás de mim. Eu a conhecia, mas não esperava que estivesse ali. Não, não estava lá, não era possível. - Vamos, tem que sair, aqui não é mais seguro. 

- Mas nunca foi. - Eu apenas via tudo cinza e não me virava para identificar quem falava comigo, mas eu não precisava. Sabia quem era. - E meu irmão, (SeuNome).

Cinza. Silêncio.

“Para todos que sempre amei - ainda que não tenham sentido o mesmo por mim:

Não odeie. Não alimente seu ódio, sua raiva, seu rancor. Não, não faça isso porque simplesmente não vale a pena. Quem sou eu para dizer isso? É, eu sei que soa como hipocrisia, mas a verdade… A maior verdade é que eu nunca me senti bem enquanto convivia com esse ódio e sentindo essa raiva dentro do meu coração ou pensando, constantemente, sobre ela. Não, eu nunca desejei sentir isso, pelo contrário, tudo o que eu sempre quis era tirar esse sentimento de dentro de mim…” 

- Que besteira. Você acha que alguém leria isso? 

- Eu quero voltar."

Meu corpo subitamente se dobrou sobre a cama fazendo com que eu me sentasse e encarasse a porta do quarto. Era só mais um pesadelo, ou melhor, uma lembrança que recente e recorrentemente se tornava um pesadelo, mas, dessa vez, havia algo diferente: (SeuNome) também estava nele.

Passei os olhos pelos quatro cantos do quarto: eu estava sozinha e a porta do banheiro estava fechada. Apesar disso, um estado de alerta se mantinha em meu corpo. Era como se aquela cena passada no meu inconsciente tivesse sido muito mais real do que eu podia supor e eu começava a notar que meu passado parecia se misturar com o presente. (SeuNome) nunca esteve lá, não sabe quem Griffin é, não nos conhecíamos… 

- Steinfeld? - Uma batida na porta e a voz da Madre Margareth me tiravam do estado de transe que havia me deixado ficar. Era como se, depois de acordar, antes de sair da cama, minha alma ainda precisasse se reconectar ao meu corpo. - Senhorita Steinfeld, está aí? Já são pouco mais de 10 horas da manhã.

Imediatamente peguei o celular que (SeuNome) havia me dado e o relógio marcava 10h13. Eu já deveria ter acordado horas antes e deveria estar nos meus afazeres. Havia programado o despertador para as 6 da manhã e ainda configurei para que repetisse o alarme a cada 15 minutos… E o celular despertou, então, mais uma vez, exatamente às 10h15. Não era possível que eu houvesse pegado em um sono tão pesado que tivesse deixado o despertador passar tantas vezes e, ainda pior, esses pesadelos que tinha sempre me deixaram mais inquieta durante o sono, me acordavam com facilidade. Eu deveria ter acordado.

- Alice, vá buscar a chave mestra. Deve ter algo errado. - Ouvi Margareth falando.

Imediatamente me levantei e, em um movimento repentino e desesperado, abri a porta dando de cara com a Madre e um homem bastante alto, magro, de cabelos pretos na altura d ombros e uma pele muito pálida. Sua presença me fez ter um pequeno susto que se manifestou muito pouco externamente.

(In)Finito [Hailee Steinfeld/You]Onde histórias criam vida. Descubra agora