(In)Finito [Hailee Steinfeld/You]

Cap. 12

"Não parece errado? Interrogar um milagre? Duvidar de uma dádiva de Deus?" - Missa da Meia-Noite (2021).

Obs.: Muito cansada para revisar, então pode ter erros, mas queria postar ainda assim. No próximo capítulo terminamos essa interação.

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[Hailee]

- Uau. Não pensei que... Ontem você não disse que não...

- Esquece o que eu disse, falei sem pensar. - Interrompi (SeuNome) e me levantei da cama. Lhe dei as costas e em uma postura pensativa em que meus olhos encaravam o chão e minhas mãos se posicionavam em minha cintura, cerrei os olhos com força e mordi a parte interna do lábio inferior me repreendendo pelo que havia dito.

Não era mentira: havia mesmo falado sem pensar, só... Só deixei sair... Foi da boca para fora, mas no fundo, bem no fundo mesmo, eu sabia que não havia dito nenhuma mentira, embora soubesse também que estava sendo injusta e desonesta com ela ao simplesmente me dar o privilégio de fingir que não havia dito algo relevante quando, na verdade, sabíamos, talvez mais ela do que eu, pois não admitiria nem mesmo a mim naquele momento e muito menos em voz alta, que aquilo não era, de modo nenhum, irrelevante.

- Tudo bem... - Notei pela sombra de seu corpo projetada atrás de mim, que ela havia se levantado e por isso virei meu corpo e voltei a encará-la. - Vamos esquecer isso.

Apenas assenti com a cabeça e forcei um sorriso do qual me arrependi amargamente, pois, aos meus olhos, (SeuNome) não me parecia uma pessoa que merecesse falsidade, pena, mentiras, porém, muitas vezes eu não podia evitar, era natural mentir em algumas ocasiões e, em outras, era melhor cultivar mentiras. Entretanto, ela mesma cultivava os mesmos modos, pois, assim como eu, forçou um sorriso de volta.

Ela se virou, no entanto, e começou a vasculhar o quarto, até que chegou à cômoda onde eu gusrdava as poucas coisas que havia adquirido no tempo em que estava ali. Um dos livros mais recentes que havia emprestado na biblioteca estava sobre a cômoda e ela o pegou e folheou, depois ficou fitando a capa, até que virou e me disse:

- Não sabia que gostava de ler livros desse tipo.

- E o que você tem a ver com isso?

- Ei, calma. - Ela colocou o livro de volta ao seu lugar e me olhou bastante espantada. - Só comentei porque a maioria das pessoas que frequentam a biblioteca daqui só vem para estudar ou ler livros religiosos, esses são até de novos de tão esquecidos que estão lá na biblioteca.

Não comentei nada, entretanto. Ela, por sua vez, suspirou e encarou o chão e depois se dirigiu à cama onde sentou novamente, mas, dessa vez, bem na ponta. A vi apertar as palmas das mãos uma contra a outra entre seus joelhos e, depois de me olhar atentamente por consideráveis segundos de silêncio, ela questionou:

- Por que está sempre tão na defensiva ou às vezes atacando como se alguém pudesse ofender ou machucar você, Hailee? Nem todo mundo é ruim ou deseja algum mal para você.

- Não estou sempre na defensiva. - Comentei tentando desviar o olhar para diferentes pontos daquele espaço entre nós que não fossem seus olhos porque, possivelmente, me perderia neles e perderia, também, a mim mesma. - Não te chamei aqui para discutir isso também.

Retruquei e me sentei novamente na cama, mas dessa vez encostei na cabeceira e puxei para mim o edredom o abraçando contra meu corpo e, só então, reparei em que estado de desarrumação estava o quarto em que recebi (SeuNome).

- Aí, está vendo só: sempre tão curta e grossa. - Ela falou e eu até teria dito algo se ela não tivesse prosseguido sem dar pausa. - Então por que razão me chamou até aqui, Hailee?