Lagarto

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P.O.V Lauren

Depois que consegui convencer a Camila a voltar para casa, ela se trancou no quarto de hospedes e por lá ficou, sem me deixar entrar. Eu não sabia o que fazer para amenizar a sua dor, nada vinha em minha casa e eu nem sequer conseguia abrir a boca para dizer algo que fosse acalma-la. Estou sendo tão inútil, tão fracassada. Como que eu vou cuidar de uma ômega de coração partido? Para me ajudar, eu chamei as nossas amigas e elas não tardaram a virem, tanto que apenas abri a porta para elas e deixei que as mesmas subissem para o andar de cima. Já eu, preferi deixa-las a sós com a latina, então resolvi fazer uma sopa para a Camila. Na cozinha peguei diversos legumes, descasquei alguns e fatiei em pedaços pequenos. Deixei a água fervilhando com tempero e os legumes, e fui fazer algumas torradas. Fatiei o pão para colocar na torradeira. Eu quero cuidar da Camila, por mais que eu não tenha palavras para esse momento doloroso, mas eu ainda continuo do seu lado e dando suporte de alguma forma.

Quando tudo ficou pronto, coloquei grandes conchas de sopa em um prato fundo e na bandeja, depositei as torradas ao lado da louça funda. Subo a escada tomando cuidado para não virar aquela bandeja em mim. A situação já está sendo uma desgraça, não precisava de mais uma. A porta do quarto de hospedes está aberta, as meninas estão em pé ao redor da cama e a Camila continua deitada com os olhos marejados. Aquilo destruía o meu coração. Ver aquele rostinho tão sofrido, a sua expressão tão para baixo e os olhos inchados. Tudo isso parte o meu coração.

- Camz, você precisa por algo no estomago – Me sento na beirada da cama.

- N-não estou com fome.

- Por favor, só um pouquinho – Eu só queria cuidar dela de alguma forma e se ela não comesse a sopa, eu me sentiria mais inútil ainda.

- T-tudo b-bem – Camila se sentou no colchão e encostou as costas na cabeceira da cama.

- Deixa que eu faça isso – Pego a colher antes dela. Mergulho o talher na sopa e começo a soprar o conteúdo para que esfriasse mais rápido. Ao perceber que não queimaria a sua boca, levo uma colherada cheia até aos seus lábios.

- Não fique se martelando, Mila – Ally disse carinhosamente – A gente não sabe pelo o que você está sentindo, mas temos uma certa noção e só queremos te ajudar.

- E-eu sei – Camila sussurrou antes de preencher a boca com a sopa novamente.

- Estamos do seu lado – Lucy acariciou o pé da latina que está coberto por uma meia – E tudo passa nessa vida.

- Lembra o que eu te disse uma vez? – Indago atraindo aqueles olhos inchados – No fim da tempestade, vem o arco-íris...

- E no final do arco-íris, tem o pote de moedas de ouro – Camila completou com um meio sorriso fraco.

- Isso mesmo, Camz – Me estico para deixar um beijo em sua testa – Eu sinto muito por estar sendo uma inútil...

- N-não, você não é inútil – Camila me cortou prontamente – Eu estaria perdida se você não estivesse aqui comigo.

Suspiro pesadamente, ainda não me sentindo totalmente convencida. Termino de levar mais algumas colheradas na boca de Camila, no fim, ela acabou comendo toda a sopa e beliscou as torradas. Deixo a bandeja de lado para que eu possa ocupar o espaço vago da cama de casal, assim que me deitei, a latina me abraçou e afundou o rosto na curva do meu pescoço. Tudo o que eu fiz foi dar o meu carinho a ela. Iniciei um cafuné em seus cabelos e com a mão livre, a usei para afagar as costas dela. As meninas ficaram em silencio, apenas nos observando e também tristes pela situação. Não está sendo fácil para ninguém ver a Camila sofrendo daquele jeito, ainda mais que ela é uma ômega lúpus e é a mais sensível de todas. Uma ômega lúpus consegue ser mais sensível do que uma ômega. Isso torna tudo muito mais doloroso.

Big Bad Wolf - Camren ABO (Lauren G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora