HOBI HYUNG

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Namjoon queria mesmo se livrar do que vivemos, a casa era de aluguel e eu fiquei lá por mais um mês. Os móveis ele deixou todos para mim. Também me deu uma quantia em dinheiro para eu me virar até arrumar um emprego. Bem ele só pediu o advogado para resolver tudo.

Eu estava sem rumo não sabia o que fazer e a opção mais fácil foi
v

oltar para a casa dos meus pais.

Coloquei meus móveis na garagem e fiquei na casa. Os quartos estavam ocupados e eu tive que dormir na sala por um tempo. Era tanto " Eu avisei" que ouvia que chegava a doer tudo em mim . Meu irmão estava prestes a casar com uma moça perfeitinha da comunidade. O que fazia com que todos me olhassem com um misto de pena e você mereceu.

- Pai posso construir uma kitnet na garagem?

- Lá nos fundos será melhor, pode fazer uma entrada separada se quiser.

Em dois meses minha nova casa estava pronta. Pequena, mas ajeitada e tinha meu espaço de pintura, eu não ia abandonar o que me fazia bem.

Consegui arrumar um emprego, nada de extraordinário. Era uma espécie de faz tudo em uma clínica de cirurgia plástica. Era bem tranquilo trabalhar lá, meu trabalho era levar documentos de um setor ao outro e as vezes à lugares fora da empresa.

Nunca fui bom em fazer amizades, mas tinha um recepcionista lá que viu minha dificuldade e se aproximou. Nós almoçamos no mesmo horário e era divertido conversar com ele, seu nome era Jung Hoseok e ele era mais velho que eu uns dez anos. Meus olhos estavam sempre inchados, morar sozinho depois de três anos dormindo abraçado a pessoa que se ama é bem complicado. Algumas noites eu ficava pensando se teria volta um dia, outras noites eu nem dormia ficava pintando, ou lendo, ou chorando mais revendo filmes e alimentando a saudade.
Para mim o pior era pensar que não ficou ruim o relacionamento. Eu não deixei de amar o Nam e no dia que ele falou em separação nós tínhamos até transado e tinha sido bom.
É mais fácil quando as pessoas se odeiam no final só que eu ainda o amava e muito.
Nada fazia sentido na minha cabeça.

Os meses foram passando e continuei do mesmo jeito, dormia pouco, comia o suficiente para me manter de pé, saia de manhã para o trabalho , voltava a tarde, pintava por horas, tomava banho e dormia. Não sei ao certo quanto tempo fiquei assim. Sou péssimo para contar o tempo.

Não conseguia sentir nada: nem muita alegria, nem muita tristeza era como se apenas o corpo existisse, por dentro um vazio que não preenchia com nada.
Hoseok conversava muito comigo, como sempre eu não tocava em assuntos mais profundos, éramos amigos e isso bastava. As vezes ele tentava descobrir porque meu sorriso era tão superficial, ele se preocupava porque eu parecia abatido e com olheiras muito marcadas. Sempre tente tranquiliza-lo dizendo que estava acostumado a dormir pouco, as olheiras já faziam parte de mim.

- Jungkook cuidado, um dia o corpo cobra o descaso que tratamos ele.

É, ele me avisou. Faltava pouco para inteirar um ano trabalhando lá. Eu estava cem por cento adaptado, um dia cheguei e estava tudo normal eu precisava levar os documentos, mas comecei a me sentir estranho, minha visão estava desfocada e os pontos luminosos começaram a aparecer eu fui ao banheiro e molhei o rosto e a nuca. Pedi a Deus com toda a fé que eu ainda tinha para não acontecer nada. Eu gosto do meu emprego . Quando fui sair do banheiro senti meus braços tremerem e ouvi Hoseok me chamar, não deu tempo de responder.
Acordei em um dos quartos da clínica, a mente sempre volta antes que eu consiga mexer o corpo. A língua parece pesada demais e minha voz fica arrastada.
Hoseok estava sentado ao meu lado.

- Jungkook, consegue falar?

- Hoseok hyung desculpa, isso acontece as vezes, é só um desmaio, acha que vão me demitir?

RARO - Essa Não É Uma História FelizOnde histórias criam vida. Descubra agora