Inocência

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Isaac

Já era mais de 20h e eu estava arrumado praticamente desde as 19h. Eu não gostava de levantar estereótipos, mas como as mulheres demoram para se arrumar, meu Deus.
- Filho?- meu pai me chama atenção
- sim?
- Você e a Júlia estão bem?
- Sim, tá tudo bem sim
- Quando vai sair o namoro?- ele deu um sorriso orgulhoso
- Não vai ter namoro não- sorrio meio envergonhado
- Ela é um doce, parece muito inocente também- ele faz uma pausa- cuidado para não corromper a menina
- Que isso, pai- rio de nervoso
Para minha sorte Helena desce fazendo com que meu pai parasse de falar sobre aquilo.

Em seguida as três noivas descem. Mari como sempre exibida, Bel eu nem conhecia, já a lia estava linda, parecia um anjo, mas tava usando um estilo diferente do que ela costumava, inclusive, estava colocando os braços á frente do corpo provavelmente com vergonha, mas ainda sim muito bonita.

Saímos para jantar, chegando lá a cachaceira da minha irmã pediu logo umas brejas, e eu optei por não beber junto, eu não tinha tanta certeza, mas acho que não iria me fazer bem.

Após comermos, nós 4 saímos para uma varanda que tinha no restaurante, era muito bonito lá, mas havia reparado pela presença de uma placa que ali era área para fumantes. Tenho essa certeza quando Mari acende um cigarro.

- Quer um, maninho?
- Não, obrigado, tô tranquilo- fico observando a carinha assustada da Lia, tava até engraçada
- Eu não sabia que você fumava- ela fala claramente desconfortável
- Só as vezes, quer um?- Mari oferece para ela dessa vez após entregar um a Bel
Lia nega exageradamente.
- Virou distribuidora de cigarro, foi?- provoco Mari
- O dinheiro é meu, o cigarro também, faço o que eu quiser- ela retruca
- filhinha de papai
- e você é o que?- ela ri sarcástica
- Que isso? A gente de boa relaxando e vocês brigando?- Bel fala pela primeira vez

Observo lia afastada em um cantinho e vou até ela discretamente deixando Mari sozinha com a garota dela.

- Que carinha é essa, lia?- dou um sorrisinho
- O cheiro do cigarro me incomoda
- Ah sim- fecho os olhos e puxo o aroma adocicado de seu perfume- Gosto do seu cheiro
- Eu tenho cheiro?
- tem, ué- dou um risinho- foi o primeiro cheiro marcante que senti depois do acidente, meu olfato ficou mais apurado
- Você também cheira bem
- Mentirosa
Ela ri
- Eu sei que você não consegue sentir bem os cheiros dos perfumes
- Mas o seu cabelo é cheiroso- sorrio com seu jeitinho atencioso de procurar alguma forma de me elogiar de voltar
- Você tá confortável com essa roupa?
- Por quê tá me perguntando isso?
- porquê você parece desconfortável, não sabe disfarçar
- Não vejo a hora de chegar em casa e colocar um pijama enorme, odeio vestidos curtos e colados
- Com todo respeito, ficou muito bonito, você tem um corpo bonito
- Ninguém nunca tinha elogiado meu corpo antes- ela me responde após alguns segundos em silêncio
- Normal, você não mostra. Até por quê o que importa é está confortável né?
- É sim- ela dá um sorrisinho e eu noto seu rosto avermelhado, provavelmente ficou tímida com tantos elogios que a fiz.

Fico em silêncio somente aproveitando a brisa da noite ao lado de Lia.
Sou chamando atenção pelas outras duas que nosso pai estava nos chamando para ir embora.

- Nossa, pensei que tava no céu, um anjinho desses- ouço um cara que aparentava ser bem mais velho falar direcionando seu olhar a lia.
Automaticamente seguro a mão dela, faço minha melhor cara de bravo e me retiro do local com ela. Que absurdo, nem em um lugar com título de respeito as mulheres conseguem minimamente paz.

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