Modo Silencioso

Novas Sensações

Lia

- Com certeza isso foi idéia da Mariana- Helena  fala, aquela mulher era repugnante só em abrir a boca
- Vocês jovens são muito inconsequentes, nem conhecem a cidade direito, imagina se ficassem perdidos? Ainda mais á noite
- A idéia foi toda minha- falo firme
Todo mundo ficou me olhando surpreso.
- Não precisa mentir por mim, Lia- Vi Mari agindo sério pela primeira vez- foi eu
- Eu não disse?- Helena fala novamente com soberba
- Você sempre me decepcionando né, Mariana?- Sr. Seixas parecia triste
Ela realmente estava errada, aliás, todos estávamos, mas tadinha, ela é uma boa pessoa.
- É- ela responde seca
- Tinha sempre que ser você né? Já não basta sujar o nome da família, ainda prossegue na premissa de dar desgostos- Que ódio que eu tinha da Helena
- Por quê sujar o nome? Você é doente- Isaac não se segurou mais
- Parem com isso, todo mundo sobe para o quarto e amanhã mesmo voltamos para casa
- Fica todo mundo fingindo que não sabe que você e essa garota tem um caso
- Eu não finjo nada- Isaac falou no maior deboche
- Nem eu
Bel estava de cabeça baixa extremamente envergonhada.
- Tenho mesmo, não escondi nada de ninguém. Eu tô cansada de você, nem meu próprio pai vê tantos problemas em mim, se você não for embora da minha casa definitivamente eu que vou- ela subiu as escadas e em seguida eu, Isaac e Bel fomos atrás

Isaac deu um abraço em Mari que estava querendo chorar, eu acho que entendia, a questão não era sobre ter saído escondido, era sobre ela ser bissexual. Na minha opinião todos éramos culpados, mas sempre só sobra para Mari.

- Perdão- ela pediu chorosa
- Fica de boa- isaac passou as mãos em seus cabelos
Assim como Bel fez também abracei mari, tornando-se um belo de abraço coletivo, mas logo me afastei, era desconfortável.
- Você realmente vai sair de casa?- pergunto
- Queria muito, mas meu único dinheiro vem do papai, então, sou obrigada a ficar aqui nesse inferno
- Você podia começar trabalhar- sugiro
- Se precisar de suporte, tem minha casa
- Obrigado, Bel- mari agradece
- Vou deixar vocês sozinhas- isaac se refere a Mari e a Bel pois assim que se afasta de Mari me impulsiona a sair junto com ele
- Seu pai já sabia do lance da Mari e da Bel?- pergunto a zac assim que saímos
- Finge que não sabe, mas sabe
- Ele vê problema?
- Eu realmente não sei, mas Helena faz de tudo para isso ser um problema, é um inferno- ele abre a porta do outro quarto para que nós entrassemos
- Percebi
- Você tá bem?
- Acho que tô, mas seu pai me odeia agora
- Odeia nada- ele deu uma risadinha- fica de boa quanto á isso
- Esses dias estão servindo muito para dormir, nada mais além disso- me deito na cama novamente
- É, também gostei da parte que a gente ficou mais próximo
- Em que sentido?
- Todos- ele deu aquele sorriso lindo que eu perco as estruturas
- Boa noite, Zac- eu sorrio instantâneamente olhando seu sorriso
- Vai dormir de roupa?
- É para dormir sem?
- Quis dizer, com essa roupa- ele abaixa a cabeça meio envergonhado ainda com um meio sorriso- As vezes você consegue ser mais sugestiva que eu
- Era para você ser mais?
- Vai trocar de roupa, vai- ele não me deu corda dessa vez
- Ué, então sai do quarto
- Não- ele fez uma expressão desafiadora
- Isaac..

Ele continuou me encarando com uma carinha de sonso, então eu comecei me trocar ali mesmo em sua frente, eu fiquei extremamente envergonhada com aquilo, mas já estava escancarado que eu não era nada inocente, nem santa, sentir aquela tensão era muito bom, e se dependesse de mim eu atuaria.

- Minha nossa, não esperava por isso- ele parecia assustado ou impressionado
- Era isso que você queria, não se faz de sonso- ajeito a camisa e me deito a o seu lado e apago a luz
Sinto suas mãos fortes agarrarem minha cintura, e em seguida iniciamos um beijo diferente, algo como mais quente? Eu não sabia direito o que eram aqueles sentimentos e sensações, mas se pareciam com choques elétricos que percorriam o corpo de cima até em baixo, eu senti meu corpo arder por um segundo, mas do nada ele parou.
- Por quê com você tudo é diferente? Parece que sempre é minha primeira vez, me sinto nervoso- ele falou meio baixo
- Eu não vou saber te explicar, mas pelo menos comigo é a primeira vez- fui sincera e recebi silêncio como resposta
- Obrigada- ele fala do nada após um longo tempo parado e calado olhando para o escuro, ou talvez me enxergando no breu, eu não sei
- Pelo o que?
- Por tudo que você fez por mim- seus lábios tocam os meus novamente de forma mais suave e nos abraçamos, pela primeira vez foi confortável

Eu estava adorando essas novas sensações boas que ele me causava, eu realmente estava gostando.

Dia Seguinte

Quase assim que acordamos voltamos para São Paulo. O clima na casa do Isaac tava tão pesado que pedi para meu pai ir me buscar assim que cheguei, mesmo que o Isaac tenha me pedido para ficar eu recusei.

- Então quer dizer que você aprontou por lá?- meu pai entrou no quarto do nada
Abaixei a cabeça.
- Você não é do tipo que faz isso
- Talvez eu esteja mudando
- Para pior?
Me calo novamente.
- Você se sente influenciada?
Ele parecia estar me analisando.
- Não pai, só saímos sem avisar, foi isso
Do nada ouvi sua risada.
- Fica tranquila, eu e o Seixas já fizemos coisa pior
Levantei a cabeça.
- É?
- É, mas não tô apoiando nada também, toma cuidado se não, eu não te deixo mais sair com o Seixas
- Tá bem- ri de leve
- Como que tá o isaac, filha?
- bem?
- E sobre o implante? Tudo certo?- achava fofo essa conexão distante que ambas família tinham
- Sim, ele tá ótimo, só um pouco inseguro
- inseguro por quê? Menino bonito daqueles
- Inseguro pela peça externa, é meio complicado
- e vocês dois?- vi um sorrisinho se abrir
- Ah, lá vem o senhor de novo- me jogo na cama
- Não estão nem ficando?
Eu ri pois fiquei nervosa e tímida.
- Que isso, pai? Por quê tá me perguntando isso?
- Sim ou não?
- Talvez- mordi meu lábio inferior
- Aí, finalmente minha filha vai desencalhar- ele fez uma expressão corporal de comemoração
- Não acredito que ouvi isso- eu tava extremamente envergonhada mas ri junto com ele

Ele saiu do quarto me deixando sozinha pensando naquilo tudo, no como do nada evoluímos de conhecidos que não se falam para ficantes?

Era estranho ainda para mim, mas um estranho muito bom. Sorrio pensando no beijos, nas vezes que paralisei no tempo o observando, suas provocações, aquele corpo perfeito..
Chegando na parte do corpo, ele era tão...
Gostoso!
Era isso que ele era, mas eu nunca tinha reparado antes, como pode? Eu ser tão desligada e não ter percebido antes, ele sempre esteve ali.