6. Erros

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[Xiao POV]

Eu senti um aperto no coração, Aether não estava nada bem.

— E-eu estou bem sim... Você era o garoto que iria tentar me convencer a voltar para as aulas né?

— Sim, sou eu — estava fechando a porta da casa dele já entrando.

— Você não precisa entrar, eu não vou voltar.

Que ele não volte, ele está em uma situação péssima, não sei como ajudar pessoas assim, é a minha primeira vez tendo um colega que não seja um aluno irrelevante da minha sala.

— Eu posso ter sido chamado pela faculdade porém isso não quer dizer que eu só queira conversar da faculdade — digo fechando a porta.

— M-mas e-

— Onde posso deixar o meu sapato? — se eu enrolar posso ser expulso da casa, estou tentando ser rápido.

Ele me olhou com uma cara de espanto, isso se pareceu muito com um assalto?

— A-aqui — diz apontando para um canto perto da porta — eu vou fazer um chá... sente-se se ali na mesa — diz ele apontando de novo para alguma coisa.

Me sentei, e esperei, pouco tempo depois o loiro voltou com duas xícaras de chá.

— Desculpa!! Esqueci o açúcar.

— Claro que esqueceu — espera...

Xiao... Você é ridículo em?

— N-não, volte aqui, não preciso de açúcar...

O menino se sentou ao meu lado, não que eu pudesse mudar, mas, poderia estar mais longe né.

— O que você queria falar, Xiao? Você disse que tinha outro assunto além da faculdade.

No momento eu realmente esqueci o que iria falar.

— Esqueci...

— Vá a merda e saia da minha casa — ok, isso me assustou.

— Olha, — procurando desesperadamente por um assunto útil e que não se parece improvisado — eu queria saber porque pelo menos você não vai para os dormitórios da faculdade. Lá você pode pegar os livros e fazer os trabalhos pelo menos, pode te ajudar a voltar a ganhar motivação.

— Você não entenderia, não tem nada haver com a faculdade, por favor me deixe sozinho — o olhar de Aether estava cada vez mais violento, mas ao mesmo tempo com medo.

— Sua irmã sabe que você está assim? Acho que ela pode te ajudar a convencê-lo, pode passar o núme-

Isso foi,
O maior arrependimento,
Que tive,
Naquele momento.

Aether estava chorando, de soluçar, até que se apoia em meu peito. Eu não iria expulsar alguém naquele estado, então mesmo não gostando, lhe dei um abraço,

Esse abraço deve ter durando minutos.

Era um abraço aconchegante, no fundo, não queria sair daquela posição, poderia ficar lá por muito mais tempo, mas muito mais tempo.

Aether se levantou, enxugou suas lágrimas com seu braço, e olhou para mim, levantando a cabeça lentamente, até que deu um pequeno sorriso e disse:

— Minha irmã, Xiao. Ela faleceu.

Senti meu corpo arrepiar todo, não sabia o que fazer, aquele abraço parecia ter o ajudado né?

Me levantei da cadeira e dei lhe outro abraço.

Agora Aether estava chorando em meus ombros.

Nos altos do mundo | XiaotherOnde histórias criam vida. Descubra agora