🌶️ VICTOR HASSUM 🌶️
— Vou passar na empresa. Ainda tenho algumas coisas para resolver lá antes de irmos almoçar em casa — informei olhando para Enzo através do retrovisor.
— Tanto faz — ele disse ainda emburrado e dando de ombros.
Respirei fundo voltando minha atenção para frente antes de pôr o carro em movimento. Criar um filho sozinho era um pesadelo, principalmente para mim que não havia pedido por isso.
Claro que eu queria me divertir muito quando jovem, e achei que a paternidade não iria me pegar, porque sempre estava me cuidando com relação a foder com camisinha. Entretanto, uma das garotas que eu saía de vez em quando acabou engravidando e soltando a bomba para cima de mim.
Na época, em plenos meus 24 anos, ser pai não estava sequer na minha lista de coisas a realizar e devido a isso acabei por me distanciar da garota, acusando-a de ficar grávida de outro cara e dizer que o bebê era meu, só para tentar me tirar dinheiro com pensão.
Mas, como a vida e o destino adoram esfregar nossos vacilos em nossa cara, 1 mês depois do nascimento do Enzo, ela apareceu na porta da casa dos meus pais com o menino nos braços e eu nem poderia mais dizer que ele não era meu filho, porque o Enzo é uma cópia minha, quase literalmente.
No início, até seus 3 anos de idade, eu e a mãe dele mantivemos uma guarda compartilhada, mas então ela arrumou um cara de olho puxado na internet, largou o menino comigo e se mandou para o outro lado do mundo para morar com o novo namorado.
A filha da puta nem sequer deixou um bilhete para o filho, explicando o motivo por tê-lo abandonado com alguém que não estava preparado para assumir a função de pai em tempo integral. Desse dia em diante, tentei dar o meu melhor como pai, mas é difícil ser pai solo.
Logo chegamos na RAVH — Soluções Financeiras, estacionei na minha vaga, e Enzo nem esperou eu ajudá-lo com o cinto do assento elevado, já foi tirando e saindo do carro. O segui a uns dois passos mais atrás até chegarmos no elevador onde adentramos.
Quando saímos na recepção do andar da diretoria, Enzo passou direto pela nossa secretária que havia falado educadamente com ele e entrou correndo no escritório.
— Mal dia? — ela perguntou me encarando.
— Briga na escola. Suspenso por uma semana — informei mudando de assunto em seguida e perguntando se alguém tinha me ligado, recebendo um "Não" por parte dela, então agradeci e entrei em meu escritório já ouvindo a pergunta do meu filho para o Rodolfo.
— Tio, me adota?
Meu melhor amigo riu.
— O que foi dessa vez, carinha?
— Odeio meu pai. Ele me fez dar toda minha mesada pra uma menina chorona no colégio.
— Você empurrou a garotinha de cima de um parquinho de brinquedo. Sorte a sua que ela só perdeu um dente e teve um machucado leve na cabeça. Se tivesse quebrado um braço ou uma perna, a falta de sua mesada e a suspensão seriam o de menos — retruquei indo sentar em minha mesa.
— Tá vendo, tio? Ele não fica do meu lado.
— Vem cá, carinha — pediu Rodolfo já afastando sua cadeira à medida que meu filho rodeava a mesa e se aproximava dele, que o colocou sentado em uma de suas pernas.
— Mesmo você achando que seu pai foi malvado por ter dado toda sua mesada para a menina, ele não foi. Seu pai fez o que é certo. E você, carinha, não pode machucar as meninas. Elas são delicadas e nós, garotos, somos mais fortes que elas por natureza, então nós devemos sempre protegê-las e nunca bater ou machucá-las.
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Suíte 369 - A Escritora Plus Size e os CEOs Cafajestes
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