CAPÍTULO 01

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🍓 ALYNE BREDER 🍓


Senti um calafrio na espinha ao ouvir umas das minhas filhas me perguntar aquilo. É claro que Bianca e Valentina estavam muito curiosas para saberem o que a mãe delas iria fazer na rua àquela hora, já que eu não era de sair assim, principalmente à noite e com o tipo de roupa que eu me encontrava terminando de vestir.

— É pra alguma festinha, mamãe? — Val inquiriu se aproximando de mim, que havia acabado de me sentar à penteadeira para passar uma maquiagem básica.

— A gente pode ir? — Bibi quis saber se aproximando também, parando do outro lado.

— Não e não — falei veemente resgatando os estojos de sombras e blush que ambas tinham pegado de cima da penteadeira — A mamãe vai sair para jantar com uma pessoa.

Tive que mentir, pois eu não era louca de dizer a verdade para elas duas que só tinham 6 anos de idade.

— A senhora vai atrás de um novo papai pra gente?

Parei de passar o pó compacto no rosto e olhei para Valentina. Ela, assim como a irmã, sentia muita falta da presença de um pai, já que Maicon nunca foi um pai de verdade, interessado na vida das filhas ou amoroso com elas.

— Quero um papai bonitão e com um muitão de dinheiro pra eu fazer inveja nas meninas do colégio que chamam a gente de órfãs pobres — Bianca comentou me pegando de surpresa, pois eu não sabia que as minhas filhas sofriam aquele tipo de ofensa na escola.

Me virei na cadeira, pegando no bracinho de ambas, fazendo com que as duas ficassem a minha frente.

— Vocês não são órfãs e nem pobres, meus amores. Cada centavo do que eu ganho com meus livros é para dar o melhor para vocês duas e para a irmãzinha de vocês. Não consigo comprar bonecas caras, mas nunca deixei de comprar outras bonecas e brinquedos para vocês, princesas. Sem contar que moramos em uma boa casa...

— Mas ela é do vovô e da vovó...

— E nem tem piscina pra gente brincar como tinha na outra casa que a gente morava, mãe.

— Eu sei, mas prometo que em breve vamos para uma casa que tem piscina, tá bom?

Os olhinhos de ambas se radiaram com a informação.

— Quando, mamãe? — Val indagou.

— Daqui uns meses, princesa. A mamãe precisa terminar de juntar o dinheiro para mandar fazer uma casa do nosso jeitinho.

— Pode ter biblioteca e parquinho que nem na escola, mãe?

— Claro, meu amor.

Bibi sorriu, toda animada e me deu um abraço, dizendo que me amava muito e que iria esperar paciente a nova casa. Ri da minha pequena e abracei a irmã dela também antes de pedi para que as duas fossem para a sala, aonde os meus pais estavam com a Maria Eduarda, minha filha mais nova de 8 meses.

Assim que me vi sozinha, voltei a me maquiar, pensando no que eu ia fazer aquela noite. Nunca fui capaz de fazer esse tipo de loucura na vida ao qual iria realizar hoje, pois sempre fui a careta da turma nos tempos do colégio e na faculdade, enquanto muitas garotas saíam para as baladas e ir atrás de macho, eu ficava em casa estudando.

Com isso, me formei em Análise e Desenvolvimento de Sistemas com a minha grade de notas no máximo, fazendo com que logo em seguida eu conseguisse um trabalho em uma boa empresa e foi lá que conheci meu ex-marido.

Na época, não suspeitei de que o Maicon tinha vergonha de mim por eu ser gorda e achava que o nosso namoro e encontros deveriam ser escondidos porque éramos da mesma empresa e que havia políticas internas contra o envolvimento entre funcionários, principalmente com o chefe do seu setor.

Suíte 369 - A Escritora Plus Size e os CEOs CafajestesOnde histórias criam vida. Descubra agora