Laços

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Sérgio

Ouçam: To The Sea (part. Rosie Carney) - Seafret

Conforme o tempo passava eu criava ainda mais laços com Raquel e Paula. Eu desejava a cada segundo estar ao lado daquelas loiras que alegravam meu dia e somente algumas horas não eram o suficiente para quem desejava passar uma vida ao lado delas, e em breve isso seria resolvido.

— Vamos amores? — peguei as duas cestas de piquenique em mãos.

— Vamos! — minha filha se apressou em sair de casa.

Paula queria fazer um piquenique conosco no mesmo parque que fomos dias atrás, claro que não negaríamos o desejo da loirinha então compramos alguns lanches e montamos duas cestas para levar ao parque.

O sol entre nuvens naquela tarde tornou o clima agradável e propício para outras pessoas também visitarem o local. Colocamos uma toalha florida embaixo de uma árvore com boa sombra e montamos o nosso piquenique. Confesso que ver o sorriso e animação da minha pequena valia qualquer esforço. Raquel se sentou apoiada em meu peito e enquanto víamos nossa filha se distrair com os lanches eu fazia carinho em seus cabelos. Ambos estávamos admirando o pequeno ser a nossa frente: nossa filha. Era quase impossível acreditar havermos colocado no mundo uma criança perfeita que era nossa cópia tão fiel que chegava a ser assustador. Assustador e a melhor sensação do mundo também.

Entre brincadeiras, Paula me pediu para eu continuar a história que havia inventado, segundo ela, a história era incrível demais para ter que esperar até a noite. Então usei todas as minhas habilidades de narrador, que, na verdade são mínimas, e continuei a história contando a melhor parte: onde a princesa se apaixonava por um dos cavaleiros. Paula amou é claro, ouvia tudo com os olhos brilhando em expectativa.

— E então? — estávamos quase no final. Ela se sentou no colo da mãe para ouvir tudo com detalhes.

— E então seu pai vai continuar a história a noite! — Raquel respondeu.

— Poxa, eu quero saber o final!

— Que tal a gente brincar de esconde-esconde? — mudei de assunto antes que ela ficasse brava. A pequena aceitou de primeira, esquecendo totalmente o assunto anterior.

— Obrigada! — Raquel riu.

Horas depois

— O dia hoje foi incrível! — Paula me abraçou no final da tarde, deitando o seu rostinho em meu ombro. Dei risada surpreso com sua atitude e a abracei juntando seu pequeno corpo ao meu, seus cabelos dourados iguais aos da mãe faziam cócegas em meu rosto e exalavam o perfume que somente ela tinha.

Busquei o olhar de Raquel e os encontrei marejados como os meus, ela analisava a cena em silêncio com um sorriso de iluminar o rosto enquanto eu li em seus lábios ela sussurrar "amo vocês".

— Muito obrigada por hoje, papai! — sussurrou e me abraçou mais forte. Senti meu corpo travar no mesmo instante com sua fala.

Ela me chamou de pai pela primeira vez.

— Do que você me chamou, princesa? — não controlei as lágrimas que desceram e Raquel estava da mesma forma. Eu precisava ouvir aquilo novamente.

— Papai. — repetiu erguendo o rosto e me olhando ainda nos braços. — É isso que você é meu, não é?

E então ela abriu o sorriso mais bonito que podia. Eu perdi totalmente o fôlego ao ver as covinhas ao lado das bochechas iguais as minhas e sua risada doce sair da garganta com tanta vontade.

— Sim. — minhas lágrimas molharam o rosto. — Eu sou seu papai, princesa. — passei meus braços em volta dela e a abracei novamente aproveitando cada segundo com ela em meus braços.

Eu ainda te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora