Jantar de noivado

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No dia seguinte, Raquel e Alícia sentiram as consequências de uma noitada com uma bela ressaca. Embora ambas não se arrependeram de terem bebido tanto, passaram praticamente o dia no quarto enquanto escutavam Mariví reclamar com as duas.

— Mãe, chega pelo amor de Deus. — Raquel pediu impaciente enquanto Alícia ria jogada na cama. — Somos adultas.

— Não parece. — reclamou entregando o copo de água e remédio a Raquel. — E você também, Alícia! — virou para a ruiva. — Achei que tinha mais juízo.

— Em minha defesa... — riu contagiando as outras duas. — Ok, dessa vez eu não tenho defesa.

Mariví negou com a cabeça. Realmente as duas eram muito parecidas, não era atoa que eram melhores amigas. Antes que se esquecesse, a mais velha retirou do bolso dois envelopes que tinham como destinatário a filha.

— A Larissa passou aqui e deixou isso. — entregou a Raquel, que analisou os papéis com detalhes em dourado.

A loira não precisou abrir o envelope para ligar os pontos, eram os convites de casamento de Sérgio e Larissa. Ela apenas ignorou e os jogou de lado.

— Vai me deixar curiosa, Murillo? — Alícia se sentou e pegou os envelopes.

A ruiva logo entendeu os motivos da amiga. No envelope haviam dois convites estendidos a acompanhantes, um convite para o jantar de noivado e o outro para o casamento.

— Acho que você deveria ir. — deu de ombros e colocou de volta os convites no envelope.

— Você estava dizendo dias atrás que isso era loucura, agora me diz para ir? — Raquel riu irônica. Mariví notou que o assunto iria se estender e preferiu não se intrometer:

— Vou deixar vocês a sós. — saiu fechando a porta atrás de si.

— E então? — insistiu Raquel.

— Acredito que só assim para você esquecer ele de vez. — Alícia não percebeu, mas acabou sendo rude.

— Obrigada pelo conselho, realmente, eu vou adorar ver os dois felizes. — foi irônica.

— E você vai fazer o que, Raquel? — a ruiva se levantou e ficou na frente da amiga com os braços cruzados. — Vai ficar choramingando pelos cantos toda vez que ouvir o nome dele? Já se passaram oito anos.

— Não precisa jogar isso na minha cara. — falou mais alto.

— Eu cansei de te dar conselhos, você nunca me houve. — bufou irritada. — Você praticamente se enfiou na vida dele novamente, agora me diz, pra quê? Você não toma nenhuma atitude muito menos deixa ele seguir a vida dele! Você acha isso justo?

Raquel ficou em silêncio, não soube o que responder a Alícia. A verdade era que nem ela sabia o motivo, quando deu por si ela já estava de volta na vida dele.

— Você nem se quer pediu desculpas para ele, Raquel. — falou mais alto. — Como você acha que ele se sentiu quando te viu? Acha que ele não se lembrou de tudo que você um dia significou?

A loira continuou em silêncio já sentindo as lágrimas descerem o rosto. Alícia tinha razão, ela não pensou em Sérgio, pensou apenas nos sentimentos dela.

— Não pensou não é? — estava visivelmente decepcionada. — Ele tem razão, você só pensa em si mesma. Até uma filha você tirou dele.

— Para! — tapou os ouvidos com as mãos. — Por favor para!

As lágrimas dela se intensificaram, Raquel sentiu seus batimentos acelerarem e a dor da verdade bater a porta. Alícia se abaixou ficando a altura da amiga e retirou as mãos dela do rosto.

Eu ainda te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora