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Fui convocada a uma reunião com o rei, e desde o exato momento do comunicado senti que algo estava errado

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Fui convocada a uma reunião com o rei, e desde o exato momento do comunicado senti que algo estava errado. Eu não estava enganada, apesar de sua naturalidade ao falar que algumas regiões de Artena estão sendo atacadas por supostos rebeldes já que Arshimat não se comprometeu em dizer que são seus soldados. A questão é que homens foram saqueados, mulheres violentadas e sangue derramado. O rei disse que não foram uma porcentagem considerável, mas isso é porque ele considera vidas fora o seu castelo, irrelevantes. Eu estou possessa, poderia enfiar uma estaca no coração dos malditos que tiveram a ousadia de atacar meu reino, mas estou aqui impossibilitada. Michael deveria cuidar disso, ele assegurou que meu reino estaria seguro com ele, mas no meu consciente eu sabia que não. Ninguém governará Artena como eu, e isso me faz querer voltar para o meu país.

— Não é uma ameaça, é um caso isolado. — a voz do rei reverbera, com tédio.

Como eu odeio esse homem...

— Quero que me assegure que mandará tropas para cuidar das regiões soltas de Artena. — declaro, tentando não parecer exigente.

Não estou na posição de exigir nada agora, estou no seu reino com meu trono quase na bandeja para ele. Preciso ser prudente agora.

— Não posso simplesmente mandar homens de Montemor para proteger indigentes. — cospe as palavras, como se fosse uma insanidade da minha parte fazer esse pedido. — Meus homens estão protegendo meu reino, como futura rainha dele você deveria estar de acordo.

— MAS NÃO ESTOU! — minha voz sai oitava mais alta que o normal, e sinto o desconforto de Afonso que até então nem parecia estar presente nessa sala. — Não vou aceitar o que fizeram com meus súditos, a majestade tem de fazer alguma coisa. Coloquei meu exército e meus bens em sua disponibilidade, eu preciso de retorno. Preciso agora de Montemor.

Ele analisa bem a situação, e sabe que não estou errada e que não tem como contestar. Então, como um bom negociador, ele suspira e se senta para fazer negócios.

— Está alterada, alteza... Uma princesa tem que manter o decoro até nos momentos turbulentos, certo? — questiona, com a voz calma. — Mandarei cem homens.

Solto uma risada incrédula.

— É muito pouco.

— Isso ou nada. — decreta.

Encaro Afonso, pois ele sabe assim como eu e seu pai que é pouco. Sabe que ainda que seja as regiões menores de Artena, tem muitos habitantes. Sabe que cem homens não preenche a falta que está fazendo os soldados que estão em missões cuidado de outros locais afetados por richa ou ataque de Arshimat. Ele sabe que o mínimo seria trezentos, sabe que aceitar isso é ofensivo.

— Não irei aceitar isso, eu sou rainha de Artena! — digo, exaltada. — Sabe que é um acordo ridículo.

Ele sorri como um troglodita, odioso como só ele pode ser.

O peso da coroaOnde histórias criam vida. Descubra agora