Capítulo 17

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Naquele domingo Jorge foi visitar Brunno na penitenciária, eles conversaram durante um longo tempo na presença de Alice e em alguns instantes a sós. No retorno o mais velho vinha calado, angustiado e temeroso, seu filho tinha ido longe demais.

Jorge: - Obrigado pela carona, eu realmente não teria cabeça pra ir e voltar dirigindo. - Falou para a advogada.

Alice: - Eu entendo, não vai ser fácil, mais eu vejo avanços e acredito que vamos extrair do Brunno tudo que realmente é relevante para procurar saídas possíveis.

Jorge:  - Ele vai ser condenado não é?

Alice: - Tentaremos uma pena menor, mais ele é réu confesso, só preciso ter certeza das suas motivações, não há muito o que esperar positivamente falando.

Jorge: - Eu entendo... Obrigado Alice, tenha uma bela tarde. - Desceu do carro e viu a advogada se distanciar nas ruas da cidade maravilhosa.

Mia: - E ai, me conta, como foi? - Mirian esperava Jorge na porta do bar e o observou descendo do carro.

Jorge: - Muito pior do que eu imaginava, nosso filho me confessou ser usuário de droga e que inclusive já chegou a desviar dinheiro aqui do caixa pra tentar pagar suas dívidas, minha vontade era soca-lo mais me contive. - Jorge suspirou.

Mia: - Meu Deus, e com quem ele pegava essas coisas?

Jorge: - Ele não quis me contar, na verdade ele falou pouco, passou a maioria do tempo pedindo perdão e dizendo que nunca quis nos decepcionar e que Brunna é a razão da vida dele.

Mia: - E sobre o menino que morreu, o que ele contou? - Mia estava angustiada com as informações pouco concretas.

Jorge: - Que foi a forma de pagar sua dívida, que pensou em nós e não queria ninguém pagando por seus erros.

Mia: - E o que você acha sobre isso? Brunna não sentiu firmeza...

Jorge: - Nossa filha o ama demais pra enxergar que ele foi falho! Quem iria se colocar em um lugar daqueles sendo inocente? - Jorge balançou a cabeça negativamente. - É duro mais precisamos seguir e ajudar a Brunna a fazer o mesmo.

Continuaram a conversa e decidiram voltar ao trabalho até o fim daquele domingo.

POV Ludmilla

Ludmilla: - Bom dia Dai... - Falou ao chegar em sua sala na empresa. - Madrugou?

Daiane: - Se chegar no horário é madrugar, então sim, quase dormir aqui hoje.

Ludmilla: - Debochadinha... Vai fala logo, o que aconteceu?

Daiane: - O que aconteceu? É sério que você está me perguntando isso? Sua foda foi boa? Porque a minha você atrapalhou!!

Ludmilla: - Sabia... Eu juro que fiz o máximo pra não ir embora assim que cheguei ou que vi a Brunna, mais depois de ir naquele banheiro e sentir os lábios dela nos meus, era impossível se sentar ao lado da Thaissa sem me comprometer. 

Daiane: - Imaginei, mais isso me ferrou muito, a Fernanda foi embora e nem me respondeu mais depois daquilo.

Ludmilla: - Esse rolo entre vocês não pode ser sobre os meus relacionamentos, se ela quiser ficar contigo vai ficar indiferente da Thaissa ter ou não companhia, você fala de mim mais parece que não tem postura também, da um ultimato, voltou para o Brasil pra se acertar com ela, ou pega ou sai de cima!

Daiane: - Eu to debochada e você super confiante... E ai ta rolando?

Ludmilla: - Sim, vamos viajar no final de semana, tirar um tempo pra se curtir e se conhecer melhor. - Sentou-se em sua mesa. - Mais e sobre o trabalho, a papelada do caso do Marcos, temos atualização?

Daiane: - Já vi que vou perder a minha parceira de rolê... - Balançou a cabeça negativamente e sorriu para a negra. - A pasta do caso Marcos ta aqui, de diferente apenas aparece a inclusão de uma advogada em defesa de um dos acusados. 

Ludmilla: - É conhecida?

Daiane: - Alice Sanchez, a melhor em exercício no Rio de Janeiro.

Ludmilla: - Ok, eu estava nos EUA, então aceito que por enquanto ela seja taxada como a melhor, porém vai perder pra mim no tribunal. - Pegou  a pasta. - Preciso dos últimos casos que ela esteve envolvida para analisar suas ações. - Daiane assentiu. - E os outros três acusados?

Daiane: - Ainda não apresentaram advogados, provavelmente vão tentar público e isso demora um pouco ainda mais na vara criminal.

Ludmilla: - Certo, vou analisar os andamentos e logo devo sair, tenho duas audiências hoje, portanto, não volto no período da tarde. 

POV Brunna

Brunna combinou de ir na penitenciária com a Alice e preferiu fazer isso no horário de almoço, não queria ficar se ausentando do trabalho mesmo sr. Otávio insistindo que não teria problema. A loira ja estava no rol da empresa aguardando a advogada quando avistou Caio vindo em sua direção.

Caio: - Oi Brunna, como vai? Soube do seu irmão, me desculpe não ter te enviado mensagem, mais ainda estou processando a nossa última conversa. - A loira assentiu. - Quero te dizer que sinto muito e que estou aqui para o que precisar, tenho um enorme apreço por sua família e me coloco a disposição. - Brunna foi pega de surpresa com tamanha maturidade do rapaz.

Brunna: - Obrigada Caio, infelizmente estamos passando por momentos difíceis, mais tenho fé que dias melhores estão por vir.

Caio: - Caso queira companhia nos dias de visita, pode me chamar, me alegraria muito poder te acompanhar e prestar apoio. Andei sendo um babaca contigo e já percebi que perdi as chances que tinha, mais aceito sua amizade e quero fazer por merecer. - Estendeu a mão para a loira que estava desacreditava de tal atitude. - Amigos?

Brunna: - Amigos! - Retribuiu o aperto de mão.

Alice: - Boa tarde Caio. - Olhou para a loira. - Oi Brunna, podemos ir?

Caio: - Boa tarde Alice, vou indo, até mais meninas e Brunna, conte comigo. - Deu um beijo em seu rosto para desgosto da advogada que observava a cena.

Brunna: - Obrigada Caio. - Olhou para Alice. - Vamos!

O caminho foi silencioso, a advogada tentou puxar algum assunto com a loira, mais Brunna estava muito tensa para esse novo encontro com o irmão e decidiu trocar mensagens com uma certa negra que brotava sorrisos fáceis em seu rosto.

Whatsapp on

Brunna: - Oie, tudo bem? Já posso iniciar a contagem regressiva pra o final de semana?

Uns 5 minutos depois a resposta veio.

Ludmilla: - Oi minha linda, estou bem melhor agora! Hum... Nas minhas contas faltam 101 horas para o nosso encontro e me parece uma eternidade.

Brunna: - Nossa, existe uma contagem mesmo? 

Ludmilla: - Impossível não contar as horas pra te ver... Estou me viciando em você!

Brunna: - Está me deixando envergonhada... Fala isso pra todas?

Ludmilla: - Não existe mais ninguém com esse seu beijo. Está almoçando?

Brunna: - Sim. - Mentiu. - E você?

Ludmilla: - Talvez mais tarde, vou entrar em uma audiência agora e tenho outra em seguida.

Brunna: - Não vou te atrapalhar mais, só queria te falar oi mesmo. Beijos e boa semana.

Ludmilla: - Me atrapalhe mais dias Brunna rs. Beijos, mais tarde te ligo, já estou com saudades da sua voz.

Whatsapp off

Brunna sorria atoa, Ludmilla era atacante e ela não estava nem um pouco disposta a ser defensora.

Alice: - Chegamos Brunna, me espere aqui, vou me certificar que está tudo bem para que entre! - Piscou para a loira que se remexeu no banco do carro.

Brunna: - E ai, já posso ir? - Perguntou ao ver Alice se aproximar e a advogada assentiu estendendo a mão para Brunna que preferiu andar a sua frente.

Na mesma salinha de espera da semana anterior, Brunna continuava inquieta com aquele ambiente, observou seu irmão entrar algemado e um embrulho se fez presente em seu estômago, Brunno estava um pouco mais magro e com alguns roxos no braço.

Brunno:  Bru... De novo você aqui, por favor não fique vindo, aqui não é pra ti.

Brunna: - Eu sou bem grandinha pra saber o que é ou não pra mim Brunno, o que são esses machucados no seu braço?

Brunno: - Não foi nada, eu cai... - Abaixou a cabeça.

Brunna: - Quando você se tornou esse mentiroso? - Bufou irritada. - Brunno, olha nos meus olhos, eu quero conversar contigo.

Brunno: - O que quer Brunna? - Olhou para a irmã que já demonstrava a emoção. - Eu já disse tudo o que tem pra dizer e se continuar insistindo vou proibir suas visitas.

Brunna: - Você não faria isso...

Brunno: - Faria sim, estou cansado de ficar repetindo, é pra você, é o papai, ta faltando só a mãe vir me perguntar o óbvio! - Se levantou e bateu na porta alertando o guarda que queria voltar para sua cela. - Eu não me orgulho de nada disso, ficar repetindo algo que arruinou a minha vida não me parece a melhor maneira de tentar não desistir!

Brunna: -  Não diga besteiras por favor. - Segurou o irmão e o puxou para um abraço forte que prontamente foi retribuído, ambos choravam muito. - Eu te amo muito, só queria entender!

Brunno: - Não tem nada pra entender aqui Bru, apenas aceite e me perdoe, eu te amo demais!

Guarda: - Pelo visto a conversa esta péssima pra me chamar antes do tempo acabar. - Algemou Brunno . - Vamos logo!

No carro de volta para a empresa Brunna ainda estava emocionada com o encontro e decidiu puxar assunto para se distrair.

Brunna: - Alguma conclusão disso tudo Alice? - Olhou para advogada que estava concentrada no volante, mais ao ouvir a pergunta da loira deu um sorriso.

Alice: - O exame sai amanhã, a partir daí saberemos se ele realmente é usuário. Após isso eu vou precisar identificar onde ele tinha essa dívida e qual o envolvimento dos outros 3 acusados. 

Brunna: - Ele está evitando falar.  Alice é muita loucura achar que ele está mentindo? Estou me iludindo?

Alice: - Está, porém eu acredito na ligação que vocês possuem, e é com esse seu sentimento que eu quero trabalhar. - Parou o carro no farol, pegou na mão de Brunna e olhou em seus olhos, queria que a loira sentisse o quanto ela se doaria para vê-la feliz. - Me ouça, eu realmente posso estar errada, mais eu vou comprar a sua intuição, eu acredito em você e no que sente Brunna, e se tem algo de errado nessa história, eu vou descobrir. Confia em mim?

Brunna: - Confio! E obrigada por isso.

Alice: - Só quero te ver sorrindo de novo, sou apaixonada em te ver feliz Brunna. - A loira soltou a mão da advogada e agradeceu por estarem chegando na empresa.

Alice não conseguia ser tão emocional como Brunna, mais era fato que algo estava fora dos eixos e se conseguisse provar isso, poderia ser para a loira a pessoa que salvou seu irmão, tentaria conquista-la pela admiração e estava certa que ia conseguir.

***

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Beijos

O Amor E Seus Destinos (G!P) - BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora