Dormir em camas que não fossem a sua nunca foi fácil para Yamaguchi, e aquela vez não foi diferente; Tsukishima foi gentil — o que foi bem suspeito — e mostrou a eles alguns quartos de hóspedes onde poderiam ficar. Foi nessa hora que o capitão se deu conta de que não estavam em uma caverna (mas não sabia exatamente o que era, então não pergunte a ele ainda).
Então, sua noite foi resumida em pensar no que precisaria ser feito no seu navio, contar até esquecer onde parou, e se perguntar onde Tsukishima arrumava tanta comida se a ilha estava inabitada. Não chegou a nenhuma conclusão para essa pergunta. E ainda tinha uma cama desgraçada que batia na parede ao seu lado a noite inteira — Tadashi sabia que não era nenhum dos seus, então podia culpar sem problemas Tsukishima e seus piratas mal-educados.
Seu quarto não tinha muita decoração, era apenas funcional. Com duas camas — Tanaka ocupava a segunda —, uma cômoda grande e uma janela comprida, o quarto de hóspedes parecia com uma prisão. Ele suspirou pesado, sabendo que se ficasse mais tempo deitado o sol iria cegá-lo, e se preparou para ficar de pé.
Os corredores estavam silenciosos quando ele abriu a porta devagar, esperando um rangido agudo que não veio; a porta não tinha dobradiças comuns. Yamaguchi quase bateu de frente com um suporte de armadura vestido e até armado, colocada ao lado do seu quarto como se fosse uma pessoa de verdade tomando conta. Hm, que graça.
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Já que nenhum dos idiotas da tripulação de Yamaguchi sabiam andar na ilha di Prata sem pisar em um ladrilho enfeitiçado, Kei pediu gentilmente — com ameaças vazias — a Koutarou e Keiji para acompanharem o capitão, Tanaka e o baixinho energético. O loiro estava começando a achar que Nishinoya era ligado por um fio invisível ao outro pirata. Faria sentido, já que estavam sempre juntos!
A rua pela qual estavam passando era silenciosa, as casas velhas e destruídas faziam parte da paisagem íngreme e acinzentada, e os galhos secos se quebrando debaixo das botas era o único ruído. Estava frio daquele lado da ilha, o lado sul, a neblina densa e de cheiro adocicado, o que não deveria ser normal para uma simples névoa.
— Qual é! Me deixa ver! — pela milésima vez, Nishinoya pediu para Akaashi tirar as duas katanas afiadas das costas.
— Já disse que não, Nishinoya. Isso não é brinquedo. — Sua voz era fria, o olhar focado no rapaz de cabelo branco alguns passos à frente, que conversava baixinho com Tanaka.
— Aff. Você deixaria o Bokuto mexer. — ele provocou, e Akaashi pareceu vacilar por um momento no meio da calçada. Pelo canto do olho, Yamaguchi percebeu Bokuto diminuir a velocidade da caminhada, e abafou um risinho.
— Vou ignorar o que disse. — declarou o moreno, olhando feio para Nishinoya.
— Então é verdade!
Enquanto o pirata comemorava sua provocação bem sucedida, Keiji parou de repente, colocando uma mão na boca de Yuu e a outra bloqueando a passagem do capitão.
— Cale a boca. Por um segundo. — murmurou, o olhar varrendo as calçadas e o rio que passava entre elas. Seus olhos azuis encontraram os de Bokuto, e ele rapidamente piscou para desviar; até parecia desacostumado com isso.
As orelhas de Koutarou se mexeram, e ele disse apenas com os lábios "São os nômades, fodeu!" Akaashi olhou outra vez ao redor, encontrando um beco estreito que ficava um nível abaixo de onde estavam, e poderiam se esconder. Ele fez um meio círculo com o pé, da direita para a esquerda, e Bokuto puxou Tanaka pela gola da camisa para descer as escadas. Na direção correta, sem hesitar nenhum segundo. Esses dois têm segredos, pensou Tadashi.
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𝐎𝐡, 𝐎𝐩𝐡𝐞𝐥𝐢𝐚!; Tsukkiyama
Hayran Kurgu"Yamaguchi fechou o livro velho e suspirou. Já tinha lido aquela história milhões de vezes antes de dormir, e sonhar com aqueles piratas não era novidade alguma para ele. Mal sabia se esse tal de Tsukishima tinha mesmo existido, e em qual época, exa...