Três dias depois, a tripulação do Ophelia voltou ao mar. Todos se sentiam renovados, com a cabeça no lugar novamente — principalmente Kageyama, e isso era um bom sinal. Por causa disso, Yamaguchi deduziu que o seu espadachim e imediato tiveram uma "conversa" de reconciliação. O que também era bom.
Estava tudo indo bem, Tadashi andava confiante pelo convés, tinha certeza de que estavam no caminho certo para encontrar Natsu. E os dois piratas sumidos; Sugawara e Daichi.
Os rapazes desapareceram em sua última batalha em alto mar, em outro navio antes de Ophelia. Yamaguchi ainda era só um tripulante, aspirante a pirata e um ótimo ladrão. Sua habilidade com a espada ainda era uma merda, mas isso não o impediu de lutar pelo navio de seu adorado capitão Sawamura. Mas mesmo lutando com tanta garra — e medo —, o navio acabou afundando, deixando-os à deriva no mar por um tempo. E mesmo assim os dois filhos da puta conseguiram sumir de vista, e Yamaguchi se viu no comando, restabelecendo a antiga tripulação.
Ele não era supersticioso nem nada, mas tocou na pequena pedra de esmeralda bruta em seu pescoço, cujo colar nunca tirava. A pedra estava morna por conta da luz do sol em sua direção, e isso de alguma forma acalma o peito do capitão. Sentia que estavam no caminho certo.
— Capitão! — Nishinoya deu um grito da vigia, guardando a luneta em um dos inúmeros bolsos da calça. — Um navio grande se aproxima, o que vamos fazer?
Grande bosta. Estava bem demais.
Tadashi colocou a mão no queixo para pensar, ignorando os olhares que queimavam suas costas, a expectativa em cada um. Ele foi para mais perto da borda, e gritou para que Yuu identificasse o navio.
Seu sangue gelou.
Aquele navio desgraçado era ninguém mais ninguém menos que o Lisa Vor. A bandeira preta com uma raposa bem feita com tinta vermelha no meio denunciava.
— Se preparem para uma luta. Vamos pegar Natsu. — Ele avisou, a voz ficando fria.
O tilintar das espadas sendo tiradas da bainha era sua melodia favorita, porque com ela vinha a dança. Aqueles que também levavam pistolas as carregaram com rapidez treinada; sua última opção caso tudo desse errado.
Asahi foi instruído a dirigir apenas mais algumas milhas, até que ficassem no meio em que compartilhavam com o Lisa. Que os idiotas fossem até eles. Yamaguchi caminhou até a proa e esperou com os braços cruzados, o olhar afiado.
Kita — o capitão — estava sorridente, a cicatriz vertical no lábio se repuxava. Ao seu redor, a tripulação se animava, e dois gêmeos que também sorriam se aproximavam devagar de Shinsuke. As orelhas de raposa ficaram visíveis, e Yamaguchi começou uma batalha interna sobre qual metamorfo matar primeiro.
— Capitão do Ophelia! Que sorte te encontrar no mar! — Kita cumprimentou do próprio convés, que era alto o bastante para ficar frente a frente à proa do Ophelia. Ele abriu os braços de forma cínica, mas foi ignorado.
— Deixe as gentilezas para quem não te conhece. Vocês tem algo que é nosso. — Yamaguchi afirma, passando os olhos pelo navio até encontrar uma cabeleira ruiva inconfundível.
— Guchi! Você veio! — A garotinha saiu de trás de um dos tripulantes e acenou, os olhos marejaram. Hinata ia fazer o mesmo, mas foi impedido pelo braço estendido do seu capitão. — Eles são maus, eu quero sair!
— Ah, pequena, você pode tentar! — O pirata de olhos verdes disse maldoso, fazendo-a se encolher.
Estava decidido: Yamaguchi acabaria com ele primeiro.
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𝐎𝐡, 𝐎𝐩𝐡𝐞𝐥𝐢𝐚!; Tsukkiyama
Fanfic"Yamaguchi fechou o livro velho e suspirou. Já tinha lido aquela história milhões de vezes antes de dormir, e sonhar com aqueles piratas não era novidade alguma para ele. Mal sabia se esse tal de Tsukishima tinha mesmo existido, e em qual época, exa...