𝑴𝑨𝑳𝑫𝑰𝑻𝑶 𝑳𝑼𝑮𝑨𝑹

1.3K 35 1
                                    

Thaysa — Acordei já meio atrasada para as aulas, me levantei da cama correndo até o banheiro, liguei o chuveiro tomando uma banho rápido, me troquei e penteei o cabelo deixando solto mesmo, fiz uma make leve e ao perceber que a tamy (minha amiga e colega de quarto) ainda dormia, joguei uma almofada nela que a fez levantar a cabeça desnorteada.

Tamy — Oque Thay? me deixa dormir.....-
Resmunguei brava.

Thaysa — Acorda, ou está afim de perder mais aulas ainda ? Não esquece que estão achando que seu problema sou eu – Falei ríspida e ela se levantou murmurando alguns palavrões, revirei os olhos a esperando.

***

Mais tarde no mesmo dia tamy me fala de um baile, sabia bem como eram esses lugares que ela adorava frequentar então preferi pensar, de tanto ela insistir eu aceitei xingando mentalmente, ela sabe que não gosto de lugares como esses, mas sempre me arrasta, tô de saco cheio já, mas tava devendo uma pra ela por ter livrado minha barra com um de nossos professores, então eu pagaria o pato hoje. Fui pro refeitório pegando apenas um lanche com queijo suiço e um suco de poupa pra forrar o estômago, ela veio pra mais perto me cutucando, olhei gesticulando com a cabeça pra que ela falasse.

Tamy — Vê se controla tua língua lá, o dono de lá não é brincadeira, conheço os vapores e ele também, então vê se controla a boquinha linda que tu tem pra não perder a linguinha.

Thaysa – bufei e vi ela rir saindo de pressa pra não ouvir o que eu ia dizer então fiz sinal com o dedo médio e ela mostrou lingua, sumindo do alcance de minhas vistas.

***

Anoiteceu rápido e eu fui me arrumar, coloquei meu melhor cropedd de renda branca e um short jeans de lavagem escura pra facilitar a minha fuga, coloquei meu salto preto pra ver como ficaria, logo tirei porque passar engatinhando de salto por baixo da grade não rola né, coloquei meu RG em minha bolsa e fui me maquiar, optei por uma make mais simples e um batom lip tint escuro da marca DNA Italy.

Tamy saiu do banheiro e já começou a assoviar me fazendo rir de seu ato, pois a mesma não levava o menor jeito pra assoviar — Vai se trocar vai, que tu tá mais ansiosa que eu e nem tá pronta ainda – Ela obedeceu prontamente e logo depois também estava uma diva, depois de dar uma última olhada no espelho olhou o celular

Tamy — Já são nove e meia acho que podemos ir, só pela distância chegaremos umas dez horas lá, já posso chamar um Uber?

Thaysa – ela perguntou e apenas assenti com a cabeça me preparando psicologicamente pra entrar naquele maldito lugar.
________________________

RENATO GARCIA

R.G — Acordei numa larica da porra por ter puxado um finin antes de dormir, olhei as horas no celular com a vista ainda meio embaçadona, eram sete da matina, coloquei a música (Diário de um detento – Racionais'Mcs) pra tocar e fui pro banheiro, sai rápido e fui pra cozinha sem deixar de acompanhar a música uma só vez, parei de cantar logo que vi a Rita na cozinha com a mesa já posta — Bom dia Ritinha, minha linda, valeu to na mó larica – Falei sorridente e vi ela fechar a cara, eu já sabia até porque

Rita — Renato você fumou antes de dormir né ? Menino isso vai matar você ainda – Falei brava.

R.G – Ouvi ela dizer e apenas fiquei quieto, ela tinha razão mesmo, por mais que ela só cuidasse da casa pra mim, ela era uma mãe. Resolvi mudar a atenção — Tá gatona hoje em Ritinha – Ri e ela deu uma volta agradecendo e me dando um beijo na testa.

Rita — Se cuida meu filho – Falei antes de sair da cozinha.

R.G – Na moral foi de quebrar o coração ver ela preocupadona bancando minha mãe, apenas sorri e sussurrei um pode deixar, me levantei passando rádinho pros vapores e aviõezinhos — Quero geral na porra do meu escritório agora – Escutei um pode deixar e já é da maioria. Peguei meu fuzil passando ele pras costas e subi na moto, desci a favela feito louco e parei na viela principal, entrei no barraco e fui pro meu escritório.– Escutei um comprimento e acenei com a cabeça sentando na minha cadeira, vi o Léozin entrando, ele era meu braço direito ali no morro — Descobriu qual filho da puta arrombou o estoque de drogas ?

Vi ele apontar pra um dos aviõezinhos que começou a se agitar, deu um tapa na cabeça do mano que calou logo a boca, respirei fundo, eu não imaginava que era um dos meus que tava fazendo isso, levantei os pés apoiando na mesa e soltei logo — Tá achando que tô aqui de graça moleque ? CADA CARALHO QUE É ROUBADO AQUI DENTRO E PREJUÍZO PRA TU MESMO Ô ARROMBADO – gritei e ele me olhou assustado

Jon — perdoa aí chefia é que a mulher tá na maternidade e meu menino nasceu com uns problemas aí, eu não tava com grana, fui tentar tirar por fora .

R.G – ouvi ele falar e me acalmei quando citou o moleque dele com problemas — E ao envés de pedir adiantado ou emprestado tu me rouba ? – Ele ficou quieto e eu levantei ficando perto dele, acertei um tapa espalmado na orelha do vacilão que cambaleou pra trás — Da próxima vai ser pipoco na mão, de quanto é o tratamento? – Ele falou e saiu todo contente mesmo com o ouvido machucado assim que dei o dinheiro pra ele.

***

Eles vazaram e o dia passou tranquilo, subi ao anoitecer e fui me trajar pro baile da quadra. Tomei um banho, bati a gilete na parede esperando traçar uma gostosa no camarote hoje, sai e me sequei. Vesti meu melhor trage de rei e coloquei minhas pratas e minha três oitão no coz da calça, peguei a chaves do carro e fui pro baile.

Da Zona Sul pro Morro | ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora