𝑷𝑨𝑰??

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Tamy – Quando em fim levantei a Thaysa, levamos ela de volta, mas o problema era, de volta pra onde ? Ela não poderia entrar no internato mais, então tive uma ideia mas ela me mataria com certeza — Thay......você só tem um lugar pra ir e não tem escolha, ou é lá ou é de baixo da ponte....fica na casa do R.G – Observei ela me fitando, me causou até medo e ela soltou.

Thaysa — Na favela? Amiga.....não, não, por favor.....aquele marginal não – Tentei dizer mais alguma coisa mais foi inútil.

Tamy - Respirei fundo e continuei a falar não dando chances dela palpitar, não poderia ver ela na rua tive que ser dura – Você VAI.....independente se gosta ou não, se tem luxo ou não, agora está grávida, mesmo se não estivesse não ficaria na rua, tá entendendo ? Vamos falar com ele – Vi seus olhos marejados e ela passou a mão na barriga, mas com raiva como se quisesse arrancar com as próprias mãos.

Thaysa — Jajá eu não estarei mais, não é? Eu vou pedir dinheiro pra ele e eu faço um aborto.....e volto pra casa da minha tia, terei todo o dinheiro novamente

Tamy – Ouvi ela e isso me partiu o coração, ela ainda não entendeu meu Deus, sério isso?  —Amiga.....a sua tia não gosta de você....você vai fazer isso e depois ? Nem motivo pra ficar na casa dele você não vai ter mais, você não sabe fazer nada da vida, até trabalhar pra se sustentar levaria algum tempo....não tô falando pra te humilhar mas para e pensa comigo, ela já usou aquele dinheiro.....e pelo que me lembro que sobrou da sua pensão desse mês foram 300 reais não dá nem pra alugar uma casa, sei que gosta de luxo mais olha é o melhor a se fazer, esquece essa sua tia....

Ela só balançou a cabeça positivamente e ficou quieta, puxei ela pra um abraço e tirei meu elástico do cabelo, fui pra perto dela e arrumei os cabelos da mesma em um rabo de cavalo alto e ela apenas sorriu, fiz um coque no meu e só vimos que tínhamos chegado quando meu boy parou o carro na frente de uma casa lá no morro, não conhecia ainda aquela casa.

T.H – Eu ainda não tava acreditando que ouvi ela falar de aborto mano do céu, deu vontade de matar ela, mas vi a sua situação e continuei na miúda, mais será que era do R.G mesmo.....se fosse ele levaria ela pra casa dele, lá ela ficaria bem, e num luxo só, não tô invejando, mas a hora que ela ver a casa vai parar de falar merda, não é porque a gente mora na comunidade que lá não tenha casas daora ou que não gostamos de ter conforto, R.G vai ficar felizão, é doido pra ser pai, mais não dessas putas que ele come. Parei o carro no morro em frente a casa de comando e vi R.G descarregando o caminhão de cesta básica com os moleques.

Thaysa – Eu não acredito que estava naquele lugar nojento de novo, eu tinha ânsia de vômito só de olhar......mas era o único lugar que daria pra ficar até eu fazer o aborto, tive alguns flashs daquela noite a dois meses atrás e me lembrei daquela enorme tatuagem nas costas do cara grande e forte que estava ajudando a descarregar um caminhão e distribuir pras pessoas, o cara virou e olhei ele, e era o próprio, observei a arma em sua cintura e aquilo me deu calafrios, Thiago falou pra sairmos do carro e assim fizemos.

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R.G – Tava ajudando a descarregar o caminhão de cesta básica pro pessoal e mandando estocar uma outra parte pra quem não soube da notícia viesse procurar depois. Ouvi o barulho de carro e virei pra trás, Vi o Thiago, a tamy e uma menina que pelo jeito brigou com alguém, pera....era a patricinha que eu comi aquele dia?. O Thiago veio na minha direção e falou um bagulho que eu ainda não entendi direito, ele voltou onde elas tavam e foi entrando com as duas lá no meu escritório, pedi pro Boquinha assumir meu lugar e fui atrás dele colocando minha camisa no ombro, só vi gente na rua pagando de Zé Povinho, tamy soltou tudo de uma vez porque a Thaysa só chorava, fiquei meio travado, meio feliz, meio na desconfiança, meu mega voltou a trabalhar e entendi o porquê dos olhos inchados e a boca machucada.

— Então quer dizer que vou virar pai?? Como vou saber se é meu mesmo esse bacuri aí ?......

Tamy — Meu Deus eu acabei de falar Tim Tim por Tim Tim e que ela era virgem, mas parece que de todas as palavras ele só não entendeu virgem, me dá forças pai — R.Gzinho, ela era VIRGEM, ela odeia mentiras, ela nem pra cá queria vir, ela não saiu com mais ninguém, ela nem esse filho quer ter porque o pai é você...... a tia, expulsou ela, bloqueou qualquer possível entrada dela no internato, roubou a herança dela todinha, nem uma escova de dente ela tem agora.....captou? – Falei na mais perfeita e harmôniosa calma pra entrar naquele cerebrozinho de azeitona.

Thaysa — Bom...eu não quero esse bebê, não vou ficar com ele, só me dá uma grana que eu aborto e tá tudo certo......por favor – Vi ele se levantar e bater na mesa.

R.G — Mina, se tá me tirando? A minha mãe tentou me abortar até os oito meses, isso me dá desgosto dela até hoje, eu não vou deixar, eu tenho o direito sobre ele já que é meu filho, não acha?

Thaysa – Ele falou aquilo e bateu um peso na minha consciência, mas eu não desistiria da idéia — Tudo bem então, a única coisa que eu odeio é esse lugar mas já que não tenho pra onde ir .... – Suspirei e ele ficou frente a frente levando a mão até meu rosto e apertando o meu maxilar vi o ódio quando eu falava do lugar, ouvi tamy pedindo pra ele me soltar.

R.G — Olha garota......te comi, engravidei você, tô assumindo a criança, vou te levar pra minha casa, mas não vem de caô pra cima da minha favela que vou matar você ainda por causa dessa língua grande tua – Ele falou entre dentes e me soltou, coloquei a mão no corte da minha boca que doía e senti meus olhos marejarem, respirei fundo e ouvi tamy me chamando, ela logo se despediu porque já era noite, disse que amanhã passava aqui pra trazer roupas e meus documentos pra marcar consulta logo.

Da Zona Sul pro Morro | ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏOnde histórias criam vida. Descubra agora