Capítulo 5 - Uma manhã agitada

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  (POV Ino)

Tateei pela cama procurando meu celular para ver as horas, e ainda era cedo demais. Não queria levantar e dar de cara com o loiro na cozinha porque tinha certeza que morreria de vergonha pelo incidente da noite passada.

Todavia era óbvio que meu organismo ia implorar para que eu corresse para o banheiro. Relutante e cautelosa eu abri a porta olhando para o corredor vazio, a porta do loiro estava fechada e o silêncio indicava que ele ainda estava dormindo. Aproveitei e já peguei minha toalha para tomar banho.

A água gelada era muito melhor do que qualquer despertador, então quando sai do chuveiro me sentia renovada e pronta para um novo dia. Escovei meu cabelo e meus dentes e passei hidratante em todo meu corpo antes de me enrolar na toalha e sair.

— Bom dia. — Levei um susto ao vê-lo parado do lado da porta esperando.

— Você está suado, foi correr? — Ele estava sem os óculos, sempre trocava por lentes quando ia correr, isso porque em uma das vezes anos atrás Tsukki tropeçou em uma pedra e os óculos foram parar longe.

— Sim. — Ele respondeu. Assenti e voltei a andar, mas o loiro parou na minha frente, com o mesmo olhar intenso do outro dia. Meu corpo que antes estava fresco agora queimava lentamente me deixando confusa.

— Ino.

Ele deu um passo para frente e eu recuei outro batendo meu corpo contra a porta do banheiro. Estava encurralada e isso fez meu coração acelerar. Ele se aproximou ainda mais sem desviar os olhos dos meus, minha mão tocou seu abdômen por cima da camiseta para afastá-lo, mas parecia que minhas forças haviam sumido de uma hora para outra e ela apenas permaneceu ali espalmada sentindo o contorno dos músculos.

— O que você... — Não consegui terminar a frase uma vez que ele inclinou seu rosto em minha direção, meu nariz tocou no seu e pude sentir sua respiração em meu rosto.

Aqueles segundos que antecedem o beijo, uma conversa silenciosa entre nossos olhares como se ele me perguntasse se estava tudo bem para mim que prosseguisse. Sempre tão cauteloso.

— Não me faça tomar a iniciativa. — E ele não fez.

Quando seus lábios roçaram os meus num selinho inicial foi como se uma pequena onda de choque percorresse cada terminação nervosa do meu corpo, mas eu certamente não estava preparada para o que sentiria quando suas mãos apertaram minha cintura puxando meu corpo para o seu, e sua língua pediu passagem aprofundando aquele beijo. Por reflexo joguei meus braços em seu pescoço e acariciei sua nuca puxando levemente os fios loiros.

Eu não queria interromper o beijo mas já estava sem fôlego assim como ele. Nos afastamos, ambos de olhos fechados e ofegantes.

Tentei processar o que tinha sido aquele rompante de sentimentos e sensações, mas não tive tempo já que agora ele beijava meu pescoço me pegando de surpresa. Arfei e mordi meu lábio evitando gemer, o que era um absurdo. Porque eu estava tão balançada com apenas aquele beijo no pescoço?

— Eu não entendo. — A voz sempre tão cheia de confiança do loiro agora era baixinha e confusa. Toquei seu rosto e ele abriu os olhos.

— Eu também não. — Acho que, para ele, perceber que estávamos do mesmo jeito foi reconfortante, porque em seguida me abraçou como a muito não fazia.

— Vai ter que tomar outro banho. — Ele falou apoiando seu queixo na minha cabeça. Eu não me importava realmente, estava gostoso demais ali em seus braços para reclamar de qualquer coisa.

— Toma banho comigo. — Não consegui manter a brincadeira nem segurar a risada já que o corpo dele ficou tenso assim que eu falei. Cai na gargalhada.

— Você pode não resistir a mim. — Afastei meu rosto para enxergar o dele e um sorriso malicioso me fez questionar se ele também estava brincando ou realmente falava sério.

— Vai logo tomar o seu banho. — Empurrei ele para trás tentando me desvencilhar de seus braços.

— Você que manda, Yamanaka.

Ao fechar a porta do meu quarto senti todo meu autocontrole se esvair. Me sentei na cama com o coração acelerado e um sorriso bobo no rosto.

— Droga! O que foi isso?! — Me sentia confusa, mas ao mesmo tempo eufórica, como uma adolescente apaixonada. Pensar dessa forma me fez questionar como seria nossa relação dali em diante.

Quando finalmente consegui me acalmar, vesti um shorts e uma camiseta e fui até a cozinha para preparar um café. Não que eu precisasse daquilo para me acordar, afinal os acontecimentos daquela manhã tinham sido bem estimulantes. Ao esperar a água ferver eu pensava seriamente se deveria fugir e fingir que nada aconteceu ou conversar diretamente e tentar entender o que se passava. Claro que nenhuma das alternativas parecia promissora.

— Você quer conversar sobre isso? — Tsukki perguntou ao entrar na cozinha. Observei o loiro buscar as xícaras no armário e colocar no balcão ao meu lado e depois sentar na banqueta, sua postura estava relaxada, mas percebi que ele me analisava da mesma forma que eu fazia com ele.

— Er... não sei bem. — Fui sincera.

— Que tal você começar pela parte que adorou me beijar? — Ele sorriu ladino, mas tinha conseguido aliviar o clima e acabei rindo.

— Não posso negar. — Dei de ombros fingindo desinteresse. Me virei para a chaleira.

— Fico feliz em saber. — Suas mãos rodearam minha cintura e ele beijou meu ombro, minha pele respondeu ao seu toque ao se arrepiar.

— E que tal agora você admitir o mesmo? — Tentei me concentrar em preparar o café, mas estava cada vez mais difícil até mesmo respirar.

— Eu admito com o maior prazer que gostei de beijar você, até porque pretendo repetir isso mais algumas vezes.

Guerra de travesseiros - TsukkiInoOnde histórias criam vida. Descubra agora